As idiotices de um bilionário

" Onde pensa que vai Emma?"

                   Emma narrando

'' Jovem chega acompanhada de um, mas não resiste ao charme do outro ''

'' Rafael Savat, sai acompanhado de uma bela jovem desconhecida, em festa da Colbab''

'' Beijos quentes e danças sensuais é flagrado''

Saio pela porta de minha sala com o notebook em mãos, paro em frente ao escritório de Rafael. Pelo seu perfume, ele já havia chegado.

Respiro fundo algumas vezes e entro na sala sem bater.

- Você já viu? - Viro o notebook para ele, temendo pela sua reação.

Ele não parecia saber de nada. Arregalou seus olhos azuis para mim de uma maneira que eu nunca poderia imaginar. Pela primeira vez, vi preocupação em seu olhar. Ele se levantou e parou em minha frente.

- Tá vendo essa porra? Caralho - Ele deu um soco no notebook que se espatifou no chão - Você não sabe a merda que me fez fazer. Isso está na internet toda.

- EU? Não fiz nada, você que foi falar comigo enquanto eu estava com Damon.

Flashback on

Levantei e fui até o bar parando respectivamente ao seu lado.Aproveitei que não estava mais atracado a mulher e direcionei meu olhar de deboche a ele. Pedi um drink de morango e desviei meu olhar de Rafael. Localizei uma pequena escada que levava a uma arejada varanda e decidi ir até lá. O vento frio bateu em meu rosto levando meus cabelos para trás. Bebi o alcool que estava em minhas mãos e o senti esquentar todo o meu corpo. Apoiei na grade e observei as luzes da cidade acesas. O tempo passou e o efeito da bebida me fez criar coragem para voltar ao jantar. Assim que comecei a descer as escadas encontrei Rafael no final delas. Tive vontade ignora-lo ou dar meia volta mas ele veio até mim e segurou meu braço me impedindo de passar.

- Não deveria estar aqui - Ele diz depositando sobre mim um olhar intimidante - Benjamin está a solta.

- Com licença Rafael - Digo tentando passar novamente.

- Você quer mesmo sair?

Flashback off

- Saia da minha frente agora Emma! - Eu estava trêmula e por mais que eu quisesse sair, minhas pernas não ajudavam.Suas mãos puxavam seus próprios cabelos com força e seus olhos estavam vermelhos. Como se tivesse fumado todas. Deu as costas para mim e apoiou- se na mesa e curvou a cabeça, respirando tão profundamente que eu podia ouvir - Não sei a merda que estava pensando em vir atrás de você... Tudo o que você faz se torna um caos.

- Como é que é ? - Não creio no que Rafael está dizendo, cerro meus olhos o olhando fixamente, porém, já tinha minha visão turva encharcada pelas lágrimas.

Assim que voltei ao meu estado consciente, virei-me e sai correndo, ainda pude ouvi-lo me gritar, mas não esperei. As lágrimas já escorriam em meu rosto.

Parei na avenida e tratei de pegar o primeiro táxi que me apareceu, queria somente ir para casa com a maior velocidade que o motorista se propôs a fazer.

Parei em minha casa, ou melhor, casa de Rafael. Corri para o meu quarto,peguei algumas roupas e busquei uma mala que havia no fundo de meu armário. Coloquei ali tudo o que eu precisava. Liguei para Joana e comuniquei que não voltaria mais, e pedi para que ela avisasse Rafael só a noite, sobre o meu pedido de demissão. Para que eu tivesse tempo o bastante para sair dali.

( Chamada on )

- Pai? - Digo tentando disfarçar minha voz fanha.

- Sim, meu bem?

- Tem como vir me buscar na casa de Rafael?

- Claro, filha. Aconteceu algo? Vocês brigaram?

- Eu só, não tenho o porquê continuar aqui.

( Chamada off )

Termino de arrumar minhas coisas o mais rápido possível. Não podia dar tempo para que Rafael viesse atrás de mim e me impedisse de ir embora. Naquele momento eu não estava mais ligando para as ameaças, para Benjamin a solto... Para nada. Eu apenas queria sair daquele lugar. Eu nunca deveria ter deixado isso acontecer. Nunca deveria ter entrado nisto.

Como pude ser tão irresponsável, eu tinha tudo... Um emprego, um noivo, uma casa, uma vida...

- Onde pensa que vai Emma? - Me assusto e viro drasticamente para trás para ver de onde vinha aquela voz.

- Lorenzo, me assustou.

- Está fazendo as malas? Onde vai? - Ele caminha até minha mala e a analisa e até tira algumas roupas de dentro dela - O que significa isso Emma? Onde vai?

- Lorenzo... Eu só vou passar alguns dias com meus pais, só um final de semana.

- Precisa de tantas roupas assim? Pra passar dois dias? - Seu olhar desconfiado era idêntico ao de Rafael. Eles se pareciam pra caramba! Não só fisicamente, mas também no jeito de agir.

- Eu estou levando algumas coisas pra... Minha mãe arrumar pra mim, algumas roupas que precisam costurar.

- Conta outra Emma. Me diz, onde estava indo?

- Pra casa, Lorenzo. Estou te falando a verdade.

- Rafael está sabendo?

- Claro que está.

- Então, você não se incomodaria se eu pegasse o celular e ligasse para ele não é? - Ele pega seu celular e disca um número,logo depois coloca no viva-voz para que eu também ouça.Ele me olha intensamente, assim como seu irmão tem costume de fazer frequentemente. O celular toca algumas vezes e logo é atendido. Meu olhar vai de encontro a Lorenzo, e eu penso nas alternativas que tenho. Rafael não poderia saber da minha fuga, de maneira alguma. Lorenzo me olha atento, esperando que eu diga algo, mas eu não digo nada.

( Chamada on )

- Lorenzo? - Rafael diz do outro lado da ligação - Está tudo bem? - Lorenzo leva rapidamente o celular até o ouvido e eu o acompanho com o olhar.

- Rafael? - Ele diz pausadamente. Não acredito que ele irá fazer isso comigo. 

- Está tudo bem?

- Eu que te pergunto, irmão. Está tudo bem?

- Claro. Por que não estaria?

- Venha na minha casa logo mais. Precisamos conversar - Lorenzo desliga a chamada e espera que eu fale alguma coisa, mas antes que eu pudesse, um sinal de buzina é tocado lá fora. Pela janela podemos observar que era meu pai a minha espera. Mais um ponto positivo para mim!

( Chamada off )

- Bom, como você viu, meu pai está a minha espera. Com licença.

- Espera! - Lorenzo segura meu braço, me impedindo de continuar - Tem certeza que não está me escondendo algo não é?

- Claro. Por que a dúvida?

- Emma, quero que saiba que antes de eu ser irmão de Rafael, eu sou seu amigo. Pode contar comigo para o que for - Não posso confiar em suas palavras. Ele e o irmão eram como unha e carne.

- Agradeço sua preocupação, Lorenzo. Mas está realmente tudo bem.

- Assim espero - Ele solta meu braço, pego minha mala rapidamente e trato logo de sair dali. Dou uma última olhada para aquela mansão, me viro e caminho até o carro de meu pai sem olhar para trás.

É hora de voltar para casa!