As idiotices de um bilionário

" Era tudo verdade?"

                                  Rafael narrando

- Dorme comigo? - Sorrio para Emma e fecho a porta, caminho em direção a cama dela, desligando o abajur e a abraçando por trás, e assim adormecemos juntos. Como nos velhos tempos.

TUDO ERA UMA FARSA! Eu sempre soube quem era Emma. Eu convivia com Emma a sangue frio, depois de anos sem nos ver eu tinha que agir como se eu não a conhecesse. Era o melhor a se fazer.... Mais não por muito tempo. Eu tive que abrir o jogo com ela, tive que explicar tudo.
Minha farsa envolve uma série de coisas... Não só Emma... Envolve a venda da Colbab, envolve a criação da máfia, o afastamento de minha família. Envolve muitas coisas, mais do que poderíamos compreender. Algo meu, algo íntimo da minha mente. Aquilo pareceu o correto pra mim.
Eu não poderia simplesmente voltar e dizer: Olá Emma, sou Rafael Savat lembra de mim, quanto tempo!
Teria que ter toda uma introdução e todo um princípio para que Emma me entendesse e voltasse para mim .

- Bom Dia - Ela se espreguiça sonolentamente ao meu lado. O sol vai de encontro ao seu rosto e ela sorri o tapando com as mãos.

- Bom Dia - Caminho até a beirada da cama lhe oferecendo meu copo de café - Toma.

- Mais é seu - Ela senta na cama e pega o copo da minha mão.

- Tudo bem, eu faço outro depois - Beijo o topo de sua cabeça e ela me analisa.

- Era tudo verdade?

- Era - Sento a sua frente e aliso seu rosto - Consegue me entender agora?

- Juro que eu estou tentando. Mais é tudo tão complicado.

- Tudo bem, eu vou te dar um tempo. Mais agora... - Levanto da cama pegando minhas coisas - Eu preciso ir trabalhar, eu já mandei levarem minhas coisas da sua casa, eu vou pra um hotel, porque tem paparazzi acampados na porta da minha casa.

- Se quiser ficar não tem problema.

- Eu prefiro ir. Se seu namorado me pega aqui, vai dar problema pra você - Eu sorrio e caminho em direção a porta.

- RAFAEL - Sorrio sabendo que Emma não me deixaria ir assim tão fácil - Quando vou te ver novamente?

- Sempre que quiser me ver, já sabe onde me encontrar - Estendo meu celular, e ela entende o recado.

- Por que não almoçamos juntos hoje?

- Passo na sua empresa então, e depois saímos.

- Você sabe onde fica?

- Rafael Savat sabe de tudo - Abro a porta e saio, antes que isso dure mais do que o necessário.

[...]

- EU PRECISO DISSO AGORA! - Grito, jogando todos os papéis no chão, inclusive meu celular que voa junto. Detesto a incompetência dos meus funcionários, eles não percebem o quanto em um clique tudo pode desabar - SE VIRA!

- Doutor, eu tentei mais... Só tem lá. Só o Senhor tem acesso.

- Mande meus consiglieres, os soldatos. Se virem.

- Senhor, já foi falado. Só o Capo tem essa possibilidade, essa passagem livre.

- PELO MENOS SE LORENZO ESTIVESSE AQUI - Meu celular vibra no chão e na tela aparece o nome : Emma. Droga! Me esqueci realmente do nosso almoço juntos - Cleber, vá na administration universty e chame a Emma, traga ela aqui.

- Sim, Senhor.

- Não demore por favor.

Ser o capo de uma máfia era bastante custoso, apesar de ser temido e respeitado, nem tudo era do jeito que eu queria.
Eu mudei bastante. Antes na Colbab eu achava que era o chefe, que mandava, que fazia bastante coisa e fechava bastante contratos. Como eu era ridículo. Não era nem a metade do que eu faço na máfia hoje.
Ao mesmo tempo meu psicológico está todo acabado. Agora com essa volta de Emma, com as ameaças de Benjamin, com a invasão de galpões, casamento de Lorenzo... Ele não podia ter se casado agora, eu precisava dele aqui perto de mim nas decisões. Tudo está se acumulando, estou perdendo o controle e não tenho nenhum apoio quanto a isto.