" Agora é a sua vez, Emma "

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                   Rafael narrando

Meu coração batia rápido, eu suava frio, incontáveis lágrimas desciam dos meus olhos, minha cabeça estava a mil por hora, parecia que estavam batendo com dois martelos dentro da minha alma. Aquilo era mesmo real? Por que eu estava surpreso? Eu já deveria saber...

- Lorenzo... - Digo entre os dentes, mas o casal ternura não se move. Continuam dormindo juntos. Agarrados - ACORDA PORRA! - Berro já não me contendo mais. Acendo a luz, vendo melhor a cena. Os dois pulam da cama e Lorenzo se afasta rapidamente de Emma. Covarde. Emma por sua vez se enrola no lençol e se encolhe na cama chorando, já que estava completamente nua. Respiro fundo tentando captar tudo aquilo. Não podia ser real, não podia ser minha Emma. Não podia ser meu irmão, meu gêmeo, a pessoa que mais me conhece no mundo - O QUE VOCÊS FIZERAM? O QUE FIZERAM SEUS COVARDES.

- Calma Rafael - O cínico pede calma para mim. Mas eu não ouço, meus olhos estão fixos nos de Emma.

- Por que Emma? Qual é sua desculpa pra isso? - Me aproximo dela e ela se afasta assustada - ESTÁ COM MEDO VADIA? DEPOIS DO QUE FEZ, SÉRIO?

- R-rafael e-eu...

- Ela não teve nada a ver com isso irmão.

- IRMÃO? - Retiro do meu bolso uma arma e aponto para Lorenzo - Levar isto para matar Royal, pelo menos tinha servido para alguma coisa a esta hora da noite não é mesmo, irmãozinho?

- Você matou a Royal?

- Matei - Sorrio falsamente - Eu estava destruído sabe, querendo construir um futuro com Emma, daí eu chego em casa arrasado, precisando dela perto de mim, e encontro isso? VOCÊ - Aponto a arma para Emma - Com ele Emma? Sério? A minha fortuna pra você não foi o suficiente?

- Rafael sabe que não é assim...

- É como então? - Me aproximo e seguro seu rosto com força. Emma soluça e me pede perdão desesperadamente. Empurro ela com força para cima da cama e mando ela ficar quieta - Com você eu me resolvo depois, à sós. Agora ele - Aponto a arma novamente para Lorenzo, atirando em seu pé. Ele cai no chão gritando de dor e Emma grita se assustando com o tiro - CALA A BOCA EMMA.

- Rafael, por favor não faz nada com ele. Por favor.

- Está defendendo seu amante amorzinho? - Sinto mais lágrimas escorrerem de meus olhos. Eu estou possesso.

- I-irmão - Lorenzo geme de dor no chão frio do quarto.

- IRMÃO? Como tem coragem de me chamar disso? O que é ser do mesmo sangue pra você? Dividir uma mesma mulher? - Me aproximo dele caído no chão e cuspo em seu rosto, quero fazer de tudo para humilha-lo.

Pego meu celular e disco o número de uma ambulância, passo o endereço de casa e logo desligo o telefone.

- Chamei uma ambulância pra você, brother. Não era assim que você me chamava? Eu não era seu exemplo de pai? Irmão mais velho? Inspiração? NÃO ERA? - Vou até Lorenzo e o chuto na barriga, ele vomita sangue mais eu não me importo, continuo com os socos e chutes. Pego a arma e acerto diversas vezes em sua cabeça, abrindo ferimentos enormes. Emma gritava, mas não se aproximava, com medo de que eu pudesse fazer algo já que eu estava com a arma na mão. Ela me pedia para parar e dizia que ele não tinha culpa. Isto me deixava ainda mais irado. Com raiva, ódio, e rancor.

Lorenzo já estava inconsciente, e o chão repleto de sangue, com toda certeza algumas costelas foram quebradas, mas aquilo ainda não era o fim. O pior viria depois e ele sabia disso. O pior seria quando eu me acalmasse e começasse a analisar os fatos. Minha personalidade fria assustava qualquer um. Até mesmo, os traficantes e mafiosos mais perigosos da terra. O problema viria, depois que eu começasse a pensar naquilo tudo.

Meu irmão sabia desde o início, ele sabia com quem estava mexendo e as consequências que teria.

Guardo a arma em um local escondido.

Arrasto seu corpo pelo chão e pelas escadas abaixo, saio com ele pela porta e o jogo na grama em frente a casa. Já dera todas as instruções à ambulância e eles já sabiam que encontrariam um corpo ferido no jardim. Era só questão de minutos para Lorenzo ser resgatado.

Tranco a casa com o cartão e guardo o mesmo dentro do cofre. Apago o receptor de luz da casa inteira.

Ando em direção ao banheiro e tiro toda minha roupa, tomo um banho frio e começo a dividir minha mente em tópicos, para poder saber lidar com aquela desgraçada. Eu estava me acalmando.

Depois de vestir o meu roupão e calçar  meus chinelos, vou em direção à cozinha. Esquento um leite e observo pacientemente ele começar a ferver devido ao fogo quente. Era assim que eu estava. Fervendo. Desligo o fogo e viro todo o líquido em um copo, pego o mesmo sem me importar pelo calor do vidro e tomo todo o leite de uma vez. Sentindo-o queimar minha boca por completo. Pego meu celular e confirmo com meus homens sobre o cuidado com o assassinato de Royal, eles confirmam que está tudo certo. Ótimo, pelo menos isto.

Respiro fundo em uma contagem de 7 segundos enquanto subo as escadas, no corredor já posso ouvir os soluços dela. Ela sabia que eu estava chegando, arrasto meus chinelos no carpete do corredor, fazendo assim um barulho infernal. E por fim paro em frente a porta. Entro e fecho a porta, observando assim o escuro. Ela estava encolhida no chão. Vou em direção à porta da sacada e a tranco. Abro a cortina e o quarto é invadido pela luz cinza da lua, dando assim uma impressão sombria. Do jeito que eu queria.

Pego o pano com o balde e limpo todo aquele sangue, deixando o quarto impecável, arrumo também a cama. Tudo em silencio, só ouvindo o choro de Emma. Certifico de que a arma está no local onde eu havia guardado. Perfeito. Está. Vou em direção ao banheiro e lavo minhas mãos, sujas de sangue. Examino o quarto, enquanto enxugo minhas mãos ,para ter certeza de que está impecável. Perfeito. Está.

Olho para o chão e lá estava ela. Respiro fundo, pensativo novamente e sento na cama.

- Agora é a sua vez Emma - Sussurro.

As idiotices de um bilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora