Chegando no hospital com o Sam, fui direto procurar pelos meus pais. Eles se encontravam em uma sala de espera no quinto andar do hospital. Andei todo o percurso rapidamente, no elevador fiquei inquieta e assim que cheguei ao andar fui correndo procurar por eles. Sam estava o tempo todo ao meu lado.
-O que houve? - pergunto, angustiada, a minha mãe
- Primeiramente, ela está bem! - aguardo ansiosa ela prosseguir - Natalia teve um sangramento e desmaiou no caminho para cá, os médicos disseram que é uma gravidez de risco.
Minha mãe estava nitidamente abalada. A puxei para um abraço.
- Vai dar tudo certo - disse baixinho próximo ao seu ouvido.
A largo e em seguida Sam fala com ela.
- Olá senhora Michel, é um prazer - ele estava muito envergonhado.
Meu pai se aproximou imponente. Encarou Sam e depois veio até mim e me deu um abraço.
-Olá, rapaz - falou meu pai, obviamente forçando simpatia.
Eles se afastaram e Sam me puxou. O mesmo já se preparava para dizer algo mas eu o interrompi.
-Eu agradeço muito por todo o apoio que me deu hoje, provou se importar e me deixou com uma imagem completamente diferente de você. Obvio que não esqueci tudo, mas hoje foi um grande passo - ele sorriu - Agora vai para casa, descansar, eu vou ficar bem.
- Tem certeza que não quer que eu fique?
-Relaxa, tá? Vou ficar bem, já disse - deposito um beijo em seu rosto - Quer que eu te acompanhe até lá embaixo?
- Não, fica com sua família, vejo você na escola.
Fico parada vendo Sam ir até o elevador, as portas de fecham e não vejo mais ele.
Me sento perto dos meus pais, eu estava de frente para Matteo que tinha uma cara péssima, com certeza ele ficou mal com toda a situação. O vendo assim, sinto tanta empatia que até esqueço as raivas que ele faz.
Depois de um tempo, reparo que meu pais estão dormindo. Fiquei o tempo todo no celular, não prestei muita atenção nas coisas ao meu redor.
Me disperso do celular quando vejo Matteo sair furioso do recinto. Penso em ir atrás dele, recuo, mas acabo decidindo ir.
- Matteo espera - gritei para ele que já estava no final de um corredor vazio, ele se vira, sua cara era péssima, uma mistura de raiva e tristeza - Vai ficar tudo bem! - sorriu gentilmente.
Ele vinha a passos lentos até mim, andei um passo para atrás, um pouco assustada, penssando na briga que minha iniciativa, minha intromissão, ia acarretar.
Já diante de mim ele apenas me abraçou e eu não tive outra reação senão retribui. Ficamos abraçados por segundos, minutos, não saberia dizer ao certo.
Vejo meu pai surgir no corredor, a cara dele ao presenciar a cena é hilária, ele estava surpreso, ele queria rir, não identifiquei ao certo.
Matteo também viu que alguém tinha se aproximado, se afastou sem nem olhar na minha cara.
- Matteo, o médico disse que sua mãe pode ir para casa de manhã, vá até ela, ela precisa de você - diz meu pai enquanto Matteo sai sem dizer nada.
Meu pai ergue a sobrancelha para mim.
- Não fala disso pra ninguém- falo e saio, ele vem logo atrás de mim
- Certo - concordou ele segurando uma risada.
***
Após o fim de semana conturbado, tudo já estava bem. Era segunda- feira e eu me arrumava para ir pra escola quando meu celular tocou, era o Sam que estava lá fora me esperando, fico pronta e desço, vou até a cozinha me despedir dos meus pais.
- Já tá assim? - pergunta meu pai com tom de deboche.
O olho em negação.
- Tchau pai, tchau mãe.
Saio de casa e Sam acena para mim encostado no carro.
- Oi - falo sem graça - Não precisava vir me buscar.
- Eu quis - sorriu - Vamos? - ele fala abrindo a porta do carro para mim, o vejo acenando para alguém, Matteo, que estava indo até seu carro - A gente se vê na escola, quarterback!
Vamos o caminho todo falando sobre treinos e jogos.
- Tenho um na sexta - comento - Estou nervosa.
- Você vai mandar muito bem - sorriu.
Nós chegarmos juntos rendeu alguns comentários, mas do que importava? As pessoas sempre comentavam.
Foi um dia normal para mim, muitas aulas, peguei todo o tempo livre para estudar e fazer atividades, vi as meninas do time só de longe.
Só encontrei Bucky e Pietro na saída e fui para casa com eles.
Ambos não paravam de perguntar sobre o Sam e não paravam, principalmente se soltar piadinhas.
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INIMIGOS DECLARADOS (CONCLUÍDA)
Teen FictionEla é nerd e ele é popular, os dois se odeiam, seus pais são melhores amigos e eles são vizinhos. Desde os dez anos se declaram inimigos, mas não é incomum de se ouvir, toda tristeza vira alegria, a dor se transforma em força, e o ódio vira amor.