Sinto varias dores, principalmente na cabeça e na barriga, estou deitada, tento me sentar mas falho por conta da dor, paro um instante e percebo que estou em um quarto de hospital, minhas memórias estavam confusas e eu não lembrava bem o que tinha acontecido, vejo uma enfermeira entrar no quarto.
- Não se mexa, você bateu a cabeça muito forte.
- Bateram minha cabeça muito forte - sussurro quando algumas imagens vêm na minha cabeça.
- Vou chamar seus pais.
Passa poucos minutos minha mãe chega chorando no quarto e meu pai tenta a acalmar, ele estava com os olhos inchados, eu sabia que ele chorava mas jamais ia fazer isso na minha frente, sabia que eu ia me preocupar por eles estarem assim mas minha mãe, tadinha, não aguentava segurar.
- Como isso aconteceu? - ela se esforça para controlar o choro
- Não lembro - minto. Eu já conseguia me lembrar do que tinha acontecido.
Meu pai sai do quarto sem dizer nada. Ele estava abalado. Mas jamais ia demonstrar.
Minha mãe pensa em ir atrás dele, percebo, mas ela não quer me soltar, seu rosto estava todo inchado, seus olhos vermelhos, devem ter passado muito tempo acordados, espera.
- Eu dormir quanto tempo? - me esforço para falar.
- Dois dias - minha mãe me responde - a pancada na cabeça foi forte, fraturou as costelas e tem muitos hematomas - chora de novo e eu aperto sua mão forte.
- MEU DEUS, SEU ROSTO - disse a tia Naty histérica ao entrar e me ver, coloca a mão no rosto
- Querida - diz o tio Bruce a ela tentando acalma-la - não a assuste, você está linda como sempre - diz ele tentando amenizar a situação, me arrancando um fraco sorrisos.
Agora estavam minha mãe e minha tia tentando segurar o choro do meu lado. Tio Bruce tentava amenizar as coisas e meu pai não apareceu mais.
- Quem me trouxe ? - pergunto
- Pietro, Bucky, Rachel e Matteo, estavam todos aqui quando chegamos - respondeu meu tio - eles estão lá fora, mal saíram daqui.
- Mandem eles irem casa, estou bem, eles têm que descansar - ordeno.
Meu tio sai e leva a tia Naty com ele.
- Mãe - a chamo - vá falar com o papai, saber dele, por favor - ela faz uma cara de negação pra mim mas eu faço bico e ela sai.
Fico de olhos fechados tentando dormir, mas sinto muita dor, então só tento descansar, alguém bate na porta e me viro, mas apenas vejo um urso gigante, meu urso gigante.
- Frederico? - pergunto assustada
- Sério que foi esse nome de você deu a ele ? - vejo o urso voar até a cama próxima e Matteo vir até mim - você não merece ele.
- Então porque me deu ? - sinto meu rosto doer, quando tento falar mais alto.
- Ah, não importa - ele da de ombros - tá tudo bem ? - ele fala se sentando na cadeira próxima a mim - quer que eu chame alguém ?
- Não, tudo bem, não foi nada - minto
- Você ficou mais bonita assim - ele gira a mão próximo ao meu rosto.
- Sai - bato na mão dele - por que está aqui ?
- Só sai daqui pra ir buscar o Frederico - ele revira os olhos quando fala o nome.
- Seus pais te obrigaram? Sinto mui... - ele me interrompe
- Eu quis, Violet - ele me parece tão sério.
No momento eu não sabia o que falar, por que ele estava aqui? Remoço? Talvez, só sabia que eu não tinha problema com sua presença.
- O que foi ? - ele pergunta quando vejo uma menina passar no corredor e me assusto.
- Nada... Não foi nada - minto, eu estava com medo, medo de me machucarem, e a menina que passou me lembrava Alice.
- Tudo bem, não vou deixar ninguém te machucar - ele coloca sua mão sobre a minha - Nunca mais.
O clima fica estranho até meus pais entrarem e acabarem com ele, rapidamente Matteo tira a mão da minha e se afasta.
- Era necessário isso? Sério? Alguém se machucar ?- diz minha mãe nos olhando com um ar de deboche, eu e Matteo nos olhamos e rimos.
Minha mãe pede para Matteo sair com ela e deixa só meu pai, ele parece distante, até que ele decide se sentar ao meu lado.
- Eu estou bem - ele começa a chorar quando eu quebro o silêncio.
- Como alguém é capaz de fazer isso com você? ... Eu não entendo... de verdade - ele está desesperado.
Seguro sua mão, e dou um sorriso meigo para ele, eu sei que havia muita raiva das meninas em mim, desnecessárias, mas isso foi demais, eu estava com medo, assustada, ferida não só de forma física, mas eu precisava ser forte.
- Pai, se o senhor estiver sentindo culpa, peço que não faça isso, eu não tenho culpa, muito menos você - seu olhar fixa em mim - às vezes pessoas são tristes, magoadas, vazias e tem que descontar tudo isso em alguém, de algum jeito... não temos culpa se elas sentem falta de amor na vida, falta de paz interior - seguro forte suas mãos - você me dar amor, sua vida se eu pedisse, e nada pode me derrubar tendo isso.
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INIMIGOS DECLARADOS (CONCLUÍDA)
Teen FictionEla é nerd e ele é popular, os dois se odeiam, seus pais são melhores amigos e eles são vizinhos. Desde os dez anos se declaram inimigos, mas não é incomum de se ouvir, toda tristeza vira alegria, a dor se transforma em força, e o ódio vira amor.