CAPÍTULO TRINTA E SETE

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Passa uns dias e eu não recebo visitas a não ser dos médicos e dos meus pais, me recuso a ver qualquer outra  pessoa, tenho que lidar com isso sozinha primeiro, e eu to levando do meu jeito, o tratamento já vai começar e eu vou poder fazer de casa o que vai ser bom eu acho

Estava dormindo quando acordo com alguém segurando minha mão, ouço um choro, muito disfarçado, me viro e vejo o Matteo, não tinha coragem de mandá-lo ir embora, não mesmo

- É tudo culpa minha - disse ele ao perceber que eu acordei

- Claro que não - falo com uma voz ainda fraca por conta do sono

- Naquela festa, se eu não... se eu não tivesse admitido tudo pra ela, isso não teria acontecido - disse ele com a cabeça na cama

- Não entendo - digo

- Eu bebi demais e disse à Alice tudo que sentia, não por ela, sim por você, ela não reagiu bem - ele se levanta e fica andando de um lado pro outro

- Matteo - o chamo, ele me olha, parece tão irritado

- Aquela mensagem, aquela droga de mensagem, você  entendeu tudo errado - ele parou em pé de frente a cama - eu diz ela admitir, eu ia levar ela pra delegacia, ela ia pagar, ela vai pagar, todos já sabem o que aconteceu

- Acho que agora não importa mais - começo a chorar

- Não faz isso comigo - ele volta a chorar

- Que escolha eu tenho ? - o questiono

Ele anda novamente de um lado para o outro e não demora a parar novamente em minha frente, fica em silêncio e logo volta falar

- Eu fui idiota, eu esperei demais, eu demorei demais, eu sempre quis você, sempre foi você, porque eu quis tanto negar nisso? Preferir brigar com você, implicar com você, a tentar ter você só pra mim, a poder dizer que você era minha, encher a boca para falar e poder dizer tão feliz - ele tá me matando - Eu te amo, Violet, desde que eu descobri o que era amor, eu sempre soube que amava você

Nesse exato momento eu congelei, fiquei ali, ouvindo algo que sempre quis ouvir, tudo que ele dizia pra mim era tão recíproco, eu sempre o quis tanto, meu primeiro amor na minha frente, dizendo tudo isso, já me sentia curada

Tudo se acalma, fica quieto, sendo na lateral da cama e peço que ele se sente ao meu lado, fico olhando-o um tempo, e assim como ele, observe

- Eu tenho que tá com um diagnóstico possivelmente terminal pra gente admitir realmente o que sente? Somos dois idiotas - rio e ele junto, a piada não tão sem graça, serviu pra quebra-gelo - Você vai ser aquele amor que eu não vou esquecer, o primeiro, você vai estar nas minhas lembranças sobre o meu primeiro beijo - o vejo sorrir - Nem uma doença nessa cabeça cheia de vontade e de nerdisse vai fazer eu esquecer, mas nunca, que, Matteo, eu amo você!

INIMIGOS DECLARADOS (CONCLUÍDA) Onde histórias criam vida. Descubra agora