0.11

9K 1.3K 1.3K
                                    

NARRADOR.

Os passos rápidos eram ouvidos ao longe, a madrugada se iniciava e assim todo o campus da faculdade se encontrava em total silencio. Tirando as poucas pessoas que ficavam acordadas sentadas nos gramados. Jungkook andava com as mãos nos bolsos do moletom e sentia suas unhas contra a sua pele.

Os lábios tremiam e sentia a própria pele gelada. Adentrou o prédio de cor verde e subia as escadas não se importando se fazia barulho ou não, então parou no meio do corredor tentando se recordar do número. 209. Olhava as portas até ver a com o número pregado. O seu corpo tremeu ao levantar a mão e bater três vezes na porta. Não esperava uma resposta imediata.

Mas ouviu a chave virar devagar e a porta abrindo revelando quem ele precisava ver.

— Jun..Jungkook? — ouviu a voz grossa cheia de sono. Ele coçava os olhos e mexia nos cabelos bagunçados. Os olhos semicerrados se abriram rapidamente ao perceber o outro. — o que foi? — perguntou com mais ênfase e o menor tremia. Sentiu as mãos quentes tocarem seu rosto e os olhos acastanhados lhe analisarem por completo.

— Eu... não sei o que estou fazendo aqui, eu estou me sentindo mal. — soltou baixo com medo do outro o mandar embora. Sentiu os dedos dele gentilmente levantarem o seu queixo para encará-lo. — me desculpa. — ah se pudesse ser verdade o que pensou sobre viver sem cobranças, é muito fácil falar, executar é um processo horrível.

— Não tem que me pedir desculpas meu amor. — sentiu o cheiro hipnotizador do garoto que o trouxe para dentro e relutante Jungkook entrou sentiu os dedos apertarem suas mãos e soltou um engasgo doloroso e Taehyung observou os olhos vermelhos e brilhantes. Seu coração se encontrava apertado. Desceu o olhar até suas mãos escondidas nos bolsos, via o movimento delas. — está se machucando? — perguntou num fio de voz que fez Jungkook se sufocar no próprio choro e pender a cabeça no peito do menino que o ouviu chorar.

Ele levantou as mãos devagar abrindo as mesmas sentindo a dor das unhas se desprenderem de sua pele já furada. Taehyung suspirou o vendo se afastar e olhando o que havia feito. Jungkook não tinha o controle, ele só fazia para depois pensar nas consequências, ele as esquecia, nada existia quando suas crises chegavam, quando algo lhe machucava por dentro.

— Eu não queria... — sussurrou. — eu acordei de um pesadelo eu não sei como eu vim parar aqui tão rápido, eu não sei como minhas mãos estão sangrando, eu não sei de nada. — falava em frases cortadas pelo desespero se instalando no seu peito. Passou a mão no rosto limpando suas lágrimas e sujando o rosto de sangue inconsequentemente.

— Calma, está tudo bem, nada vai acontecer com você. — ouviu os sussurros de Taehyung perto do seu ouvido e o leve aperto das mãos dele em seus pulsos fazendo suas mãos abaixarem. O Kim se controlava. — me diz o que ocorreu? Vamos cuidar dos seus machucados ok? — o trouxe devagar depois de depositar um beijo em sua testa. Foram ao banheiro e o mais velho o fez sentar na pia e pode ver melhor os traços de Jungkook, os cabelos escuros caídos por cima dos olhos, a palidez da sua pele e os olhos inchados, ele havia chorado antes.

— Eu sei que eu disse que queria me desprender disso, de tentar não me machucar, mas eu não consigo é mais forte, e não são mais vozes, sou eu por completo é como uma auto defesa que eu tivesse criado e o meu corpo apenas executa ela quando eu entro em pânico. — disse olhando nos olhos de Taehyung que concordou entendendo o ponto que o mesmo tinha, começou a olhar os pequenos cortes feitos pelas unhas do menino depois que limpou o rosto dele, a mão do mesmo era cheia das marquinhas brancas.

— Nós podemos mudar isso Jungkook, as coisas não são impossíveis. — passava o remédio vendo o rosto do menor contorcer-se de dor. — mas tem haver com a sua irmã, ela está bem? — Taehyung ao longo dos dias passará a ficar mais preocupado com a irmã do garoto a frente, pelas coisas que ele dizia, o mais velho sentia o receio dele em si.

guilty; taekook [c]Onde histórias criam vida. Descubra agora