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NARRADOR.

O céu era cinza e o vento que soprava era gélido, as pessoas estremeciam quando o mesmo as tocava. Jungkook estava para no enorme local com as mãos juntas uma da outra enquanto olhava o caixão de sua irmã descer lentamente ao túmulo. Sua mãe ao seu lado tremia e o menino sentia isso pela mesma estar com o braço encostado no seu. A cerimonia já havia acabado e poucas pessoas tinham comparecido. Assim como ele esperava.

"— Eu te amo tanto. — Jungkook falou segurando a mão de Sohye que o olhava na cama do hospital. Estava há 6 dias em estado crítico, mas não se entregava por nenhum motivo. Nada mais poderia ser feito, nenhum remédio, nenhum tratamento, seu corpo os expelia e ele estava se expelindo.

— Eu te amo, sempre. — ela disse fracamente e o garoto concordou beijando a mão dela com os olhos inundados. — eu estou bem. — ela sorriu e seu rosto pálido e suado dizia o contrário. — eu não sinto mais dor, é como se eu estivesse nas nuvens e nada pudesse me atingir. — o olhou. — é uma sensação boa. — respirou fundo e o mais novo concordou.

— Obrigado, por tudo Sohye. — engoliu o choro e a menina riu.

— Obrigada você. — falou com dificuldade e ficaram se olhando por algum tempo até o olhar dela congelar e seu coração começar a entrar em colapso. Jungkook foi afastado da cama dela e seus olhos liberavam lágrimas e mais lágrimas enquanto via-os tentarem de tudo, mas ela já não respondia. Ela não aguentava mais e ela finalmente estava deixando aquele mundo como sempre quis.

Um.

Dois.

Três.

Quatro.

Cinco.

Minutos e minutos até o médico olhar o relógio e fechar os olhos tristemente depois de fazer tudo o que podia. Jungkook ouviu passos atrás de si.

— Horário da morte, 19:24. — ele disse trazendo um silêncio.

— O quê? — a voz de sua mãe foi ouvida. — não, não o que aconteceu? — ela se desesperou e correu ao leito de sua filha aos prantos e Jungkook continuava parado olhando sua irmã. — não, por favor, por favor! — olhou o médico e ele parecia devastado. — Sohye! — ela gritou e a menina continuava imóvel.

Começaram a afastá-la, precisavam fazer alguns procedimentos, Sunhi não queria deixar sua filha e chorava enquanto tentava chegar nela, mas cada vez era mais afastada. Jungkook a segurou e a trouxe enquanto ela chamava por sua filha e desabava. Jungkook a segurava com toda a sua força enquanto seu rosto já estava molhado novamente.

— Acabou. — falou e sua mãe ainda se debatia e ele disse no ouvido dela. — acabou. — falou e ela colocou as mãos no rosto caindo no chão de joelhos chorando com toda a sua força. Jungkook andando para trás sentou num banco e fechou os olhos querendo acordar, queria acordar daquele pesadelo, o seu pior pesadelo havia se tornado realidade."

Jungkook nunca soube como reagiria quando o dia em que sua irmã lhe desse adeus chegasse. Nunca quis pensar, nunca quis cogitar a ideia de que presenciaria aquele momento. Mas ali ele estava e tudo ocorria diferente do que pensara, sua mente se encontrava calma, assim como o cemitério naquela hora. Levantou os olhos dando de cara com os olhos de seu pai que se punha do lado oposto ao dele.

— Você não deveria estar aqui. — disse o olhando e o homem não soltou o seu olhar.

— Jura? Não deveria ser o contrário? — um sorriso de escárnio surgiu em seus lábios e Jungkook fechou suas mãos de puro ódio. Mas a mão de sua mãe segurou seu braço e ele a olhou se assustando pelo toque.

guilty; taekook [c]Onde histórias criam vida. Descubra agora