NARRADOR.
Jungkook estava olhando o teto do quarto como vinha fazendo nos dias que estava naquela casa, não conseguia dormir mais que duas horas, simplesmente seus olhos não se fechavam, mesmo que ele estivesse morrendo de sono. As coisas continuavam a ficar estranhas, fazia três dias da sua conversa com Taehyung e a sua mãe vinha "piorando" de algo que ele não sabia do que se tratava.
Era algo completamente do que havia imaginado quando voltasse para casa. Ela não parecia com a 'mãe' que o criara, ela era uma pessoal totalmente diferente e isso assustava Jungkook ao mesmo tempo em que uma grande carga de melancolia se instalava no seu peito. Afinal, ela o vinha tratando bem e isso era algo muito longe da sua realidade.
Ouviu alguns barulhos de passos e se levantou, talvez fosse Sohye querendo algo, abriu a porta do seu quarto devagar vendo que a da menina estava fechada e que a de seus pais se encontrava aberta. Suspirou e foi andando devagar. Ele não devia nada a ela, ela que devia inúmeros anos roubados e a sanidade tomada, mas ele continuava andando para o quarto.
"Você não pode me abandonar assim." ouviu sua mãe dizer e ela chorava. "você foi embora, como quer que eu cuide da Sohye sozinha? Jungkook não ficará muito tempo aqui." falava baixo. "o problema não é só meu, ela é sua filha também, você abandonou ela." Jungkook suspirou sentindo o coração doer. "você levou meus remédios com você, você levou tudo, por quê?" o menino franziu a testa. "eu estou perdendo o foco Jonghyun, só volte, por favor, eu não sei o que está acontecendo comigo, eu preciso dos meus remédios." voltou a chorar. "não, não, não..." disse e o menino a olhou tacando o telefone pro outro lado do quarto.
Ela repetia a palavra 'não ' e coisas muito desconexas como 'o que está acontecendo comigo?' o desespero nas ações do corpo dela parecia tão estridente que Jungkook quase sentia os próprios. Ela mexia nos cabelos e o garoto viu sangue surgi no rosto dela, suas mãos sangravam e ele teve a plena certeza que o que ela estava tendo era uma crise assim como ele tinha ou talvez pior, por isso suas mãos eram marcadas igualmente. Ela continuou a chorar e Jungkook suspirou dando meia volta indo ao seu quarto.
Não poderia fazer nada, não era algo com qual tivesse alguma reação. Deitou—se em sua cama ainda conseguindo ouvir os murmúrios e choros de sua mãe. E os ouviu até cessar e seus olhos finalmente se fecharam quando o sol começava a surgir no céu. Ouviu batida na porta e abriu os olhos vendo que se passarão três horas. Levantou—se cansado foi a porta.
— Eu vou ter que sair. — sua mãe disse o olhando e ele percebeu as inúmeras olheiras e os cabelos um pouco bagunçados. — peça comida para você e sua irmã e a ajude no que ela precisar, eu volto assim que der. — Jungkook pegou o dinheiro e concordou. Ela saiu do local e logo o menino ouviu o barulho de seu carro. Foi no quarto de Sohye vendo que a mesma ainda dormia e viu o quarto de sua mãe aberto. Deixou o dinheiro na mesa e seguiu até ele.
Entrou vendo as coisas arrumadas e o chão extremamente gelado. Andou olhando vendo se via algo, mas era talvez o quarto mais normal que entrara. Começou a abrir as portas do guarda-roupa e não havia nada além de roupas no de sua mãe. Abriu o de seu pai vendo poucas coisas, ele realmente havia ido sem pretensão de voltar. Mexeu e não viu nada, abriu mais gavetas até ver um envelope branco e o pegou sentando na cama. Jogou as coisas na mesma vendo uma pasta.
Dr. Jeon Jonghyun.
Seu pai era médico, ele sabia disso, mas quando se tornou reverendo ele largou o hospital pela igreja. Abriu então vendo o nome de sua mãe e passou a ler.
Paciente Jeon Sun-Hi.
Mudanças constantes de comportamento e atitudes, comportamentos agressivos e de extrema raiva, conflito de personalidades, tendências suicidas e homicidas, extremamente manipulativa e vulnerável.
Jungkook fechou a pasta meio desnorteado com o que havia lido, deveria ser um mal entendido, aquilo não podia ser verdade. Ajeitou as coisas colocando tudo em seu devido lugar e voltando ao seu quarto com todas aquelas palavras na cabeça, isso explicava muitas coisas, mas ainda deixava outras totalmente em aberto. Andava no seu quarto sem conseguir fazer qualquer ligação em sua mente.
— Jungkook. — ouviu do lado de fora do quarto e foi afastando os pensamentos, olhou sua irmã e sangue descer pelo nariz dela em constância.
— Droga. — a segurou indo ao banheiro e pegando o telefone. Começou a fazer os procedimentos do qual já era treinando quando se tratava de Sohye. Ligou para a ambulância e ela não dizia nada, seu corpo estava gelado e a mesma tremia com os olhos vidrados. — está doendo? O que você está sentindo? — perguntou enquanto mantinha a cabeça dela levantada para tentar estancar o sangue.
— Nada. — disse fraca. — não estou sentindo nada. — seus olhos encheram de lágrimas e Jungkook a olhou confuso.
— O que foi? Por que está chorando?
— Eu não estou sentindo nada Jungkook. — falou baixo. O menino engoliu o choro e as palavras do médico rondaram sua mente.
"Chegará um momento, quando o estágio dela estiver no mais avançado em que ela já não sentira mais dor alguma, quando esse momento chegar já não haverá muito o que se fazer."
— Vai dar tudo certo. — ele disse com os olhos inundados. — não se preocupe, vai dar tudo certo. — ela concordou e ele beijou sua testa fungando em seguida.
Alguns minutos passaram e ouviram o barulho da ambulância soar. Ela foi posta no carro e Jungkook pegou algumas coisas indo com a mesma para o hospital. Ela conversava com a moça da ambulância, já eram amigas, sempre era ela que buscava Sohye nessas situações.
"Mãe." disse assim que a mulher atendeu.
"Oi Jungkook." ouviu.
"Estamos indo para o hospital, Sohye teve um sangramento forte." disse e ouviu o suspiro pesado de sua mãe na linha.
"Eu vou pra lá assim que sair daqui." falou.
"Ok, até depois." ele então desligou a ligação vendo as notificações no celular. E abrindo a conversa com Taehyung. Seu coração se apertou e a vontade de chorar cresceu imensamente, ele não aguentava mais aquilo tudo, mas ele não queria atrapalhar Taehyung. Suspirou e com os dedos tremendo digitou.
jungkook: eu preciso de você. eu já não sei o que fazer, eu só preciso de você.
entregue ás 11:28.
lida ás 11:29.
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oioi
obrigada a quem tem lido!!!!
eu estou muito gripada hoje :(((
vou tentar acelerar as att ok???
espero que estejam gostando!!!
beijosssssss
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guilty; taekook [c]
Fanfiction[concluída] As pessoas são diferentes, está claro que você nunca irá achar alguém igual a você. Mas o interessante da vida não é achar pessoas iguais a você e sim diferentes, elas causam intrigas na sua mente, no seu corpo, elas te despertam a curio...