SEMPRE [EM ANDAMENTO/ REVISÃO]

Chapter 04

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Há um garoto dormindo, ele parece ter belos sonhos, ele tem um tímido sorriso nos lábios. Ele deve ter uma mãe que lhe conta historinhas para dormir, um pai para lhe dar um beijo quando chegar mais tarde e um copo com água ao lado da cama. Seus cabelos são castanhos, bagunçados, mas charmosos. Sua pele é branca, iluminada pela luz da lua que atravessa a janela até o seu rosto. Ele dorme tão profundamente que quase não se da para ouvir os seus supiros. Está tudo calmo, parece uma noite perfeita.

Ouve-se um barulho.

Outro barulho

Outro barulho

São barulhos idênticos repetidos em sequência.

O garoto desperta do sono, os olhos abrem-se assombrados com os sons agoniantes.

O garoto está com medo, muito medo.

Ele corre.

-Mãe, Pai???.-o garoto os chama incansavelmente enquanto desce as escadas do corredor da sua casa.-

O cheiro bruto de pólvora invade as narinas do rapaz. Pólvora quente.

O garoto para.

Algo o fez parar.

-Ahhh!!!-ele grita.-

Lá estão seus pais caídos no chão, sangue quente ainda pode ser sentido, ele ainda está sendo expelido do corpo dos pais do jovem. Há muito sangue.

O garoto toma os pais em seu colo ainda no chão, ele está desesperado, seus pais estão mortos.

Ele pisca uma única vez.

Os corpos de seus pais desaparecem
Ele corre, dessa vez pega outra direção.
Ele não sabe o que está acontecendo, as lágrimas não cessam.

O jovem parece estar procurando alguém agora.

Ele pisca outra vez, agora ele está em seu quarto novamente, deitado, como se nada tivesse acontecido.
Ele senta-se na beirada da cama, olha para a janela, a mesma está aberta, deixando um vento muito expesso e escuro adentrar o quarto. É areia, está havendo uma tempestade de Areia lá fora.

Ele se aproxima da janela.
Na intenção de fecha-la. Quando se aproxima, vê do lado de fora da casa, não muito longe, mas não tão perto o bastante para conseguir enxergar com facilidade uma figura humana. Ele força a vista para tentar reconhecer, e sim, ele reconhece aquela pessoa. Seus olhos se arregalam e ele sente um alívio.

-Ma...!-a voz dele falha.-
Agora ele não consegue falar, algo o impede.

A jovem de cabelos castanhos curtos e estatura mediana começa a ser levada pela tempestade, bem diante dos olhos do garoto. Ela desaparece.

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OFF

Acordei atordoado, tive aquele maldito sonho outra vez, foi apenas um sonho, e ao mesmo tempo uma lembrança do que foi real. Meu coração grita toda vez que isso acontece, ele parece querer sair do peito para se livar de tanta dor. As lágrimas correm por todo meu rosto, aquilo nunca ia me deixar em paz.

"-Eu sinto muito."
"-Nada nunca sai como esperamos, as vezes é preciso fazer sacrifícios, eu preciso esquecer tudo isso e me perdoar. Eu vou voltar."

Ele consegue lembrar das ultimas frases ditas pela jovem do sonho antes de desaparecer.

-Você não vai voltar, eu pensei que meus pais também voltariam, mas não voltaram.-ele sussurra para si mesmo.-