Chapter 08

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A porta abriu-se. Finalmente.
Eu estava ansiosa e, ao mesmo tempo com medo. Antes que a porta me revelasse a todos eu fechei os olhos, olhei para baixo e suspirei fundo. Não! Não baixaria a vista novamente, pensei, eu tenho uma porção de poder agora nas minhas mãos, eu não serei fraca. Não mais.

Meus olhos percorreram toda a sala do escritório. Todos me encararam de forma neutra, menos um em particular. O kazekage.
Ela estava de olhar fixo nas suas mãos sobre a mesa, talvez para ele não tivesse importância saber quem era "O novo ou A nova" líder do Conselho. Eu já esperava isso.

Como é de ritual da Aldeia, para a minha sorte também, nas primeiras reuniões de posse eu tenho a opção de me cobrir por completa, uma espécie de burca, deixando apenas meus olhos á mostra. Me dirigi a minha cadeira que ficava entre Awake e Baho e, á minha frente, um pouco á esquerda estava ele, com seus cabelos ruivos, não mais bagunçados como eu os lembrava, estavam penteados e bem formais.

-Eu peço perdão pelo meu atraso, tive um imprevisto.-Noah mente, mas mantém sua postura e olhar sério.-

-Que isso não se repita, Dakoshi Noah.-Awake implica, apesar de odiar fazer isso ele sabe que é assim que deve agir.-

-Com a permissão do Razekage, dou início a nossa reunião.-Noah o interrompeu.

-O que tenho para tratar aqui, é algo em que já venho trabalhando antes mesmo de me tornar membro do conselho.-seus olhos percorrem cada um, mas frizam em Gaara.- A paz!

-Dakoshi Noah, já falamos sobre iss...-Hiamu tenta impedí-la.

-Eu gostaria de ouvir o que Noah tem a propôr, se me permite.-.Gaara dispara, pela primeira vez.

-Perdoe-me, Kazekage- Sama. -Hiamu se dá por vencido.

-Como eu dizia.- Noah continua- Nossa nação está dividida. Não há união e, há uma grande luta por território. Isso causa morte. A morte de vários inocentes.- ela faz referência ao atentado que ocorrera com a esposa e filha de Awake, mas sem deixar muito explícito.-

-Totalmente fora de questão.-Kankurou joga a caneta na mesa, se desfazendo do assunto.- Você sabe, algumas pessoas vão sempre precisar morrer por causa de decisões superiores.

-Não estamos tratando de uma guerra, Kankuou.- Noah responde um tanto rápido.

-Vivemos uma guerra à todo momento, Dakoshi Noah.- ele ergue-se e se inclina para ela, demonstrando instisfação e raiva com tamanha ingenuidade da moça. Quando saímos para pegar nossos filhos na escola, quando lemos o jornal, e até mesmo aqui. Há pessoas atravessando as fronteiras. Essas mesmas morrem. Elas morrem pela espada do orgulho da nação inimiga.

Os outros membros olham a disputa acirrada entre Noah e Kankurou. Não dizem nada. Talvez isso fosse interessante. Noah não percebe mas, está sendo analisada por Gaara. E Awake se dá conta disso.

-O que está me dizendo é que devemos matar quem atravesse a fronteira, por conta de nossas convicções? Acha mesmo que essas pessoas tem culpa das escolhas de seus líderes?.- Noah ergue-se também, deixando transparecer pelo véu, sua raiva.-

Kankurou se vê empatado. Ele continua fitando-a com o olhar mortal. Até que Gaara quebra o silêncio :

-O que você está querendo propôr, afinal?.- Gaara pergunta, mostrando pouco interesse, ainda com as mãos apoiando o queixo sobre a mesa.

-Eu proponho que sejamos um sangue só, uma única gente, forças aliadas. Uma família.- ela suspira temendo a reação dos demais, mas continua.- Vejam, se torna até mais fácil para combater o real inimigo...

-Eles são nossos inimigos.-agora é Baho quem a interrompe.- Não há acordo com esses miseráveis. Eles matam nossa gente, invadem nossas aldeias e...é mesmo nescessário que eu cite o que houve aqui há 4 anos atrás?.-ele toca na ferida de Awake.-

-Baho!.-Awake o chama a atenção.- Esse assunto, está enterrado. Já falamos sobre isso.- soa rígido. A intenção de intimidar Baho com um olhar falhou miseravelmente, mas a contragosto, ele o fez.

-Eu devo concordar com Baho.-Kankurou se pronuncia - Não há possibilidades de um possível acordo acontecer entre Kiri ou outras nações terroristas. Vejam, um acordo assim, se aceitassem, faria cair toda a economia de Kiri, que é centrada em importação de armas e comércio negro.-ele gesticula um pouco e balança seu copo, o qual ainda resta algumas gotas de água no fundo - Em outras palavras, essa aliança não os favorece em nada. Por que, se você quer promover a paz, Dakoshi- San, tem de abaixar a arma primeiro.-ele finaliza.

-Mas sabemos que o território de Kiri é muito rico, e o comércio não é a principal fonte. O governo de Kiri dá armas para as pessoas, para que as despistem e assim, possam desfrutar...

-...do que a população produz.- Noah o completa.- O kage me entende, afinal.- é possível que Gaara consiga enxergar o sorriso de Noah por trás da burca, ao saber que alguém ali concorda com ela.

-Por hora.- Gaara diz à seco, tentando se mostrar neutro.

-Um tanto arriscado, não?.-Uzumaki se manifesta.- ouçam : estamos lidando com terroristas, uma nação inteira deles!

-A idéia não é tão assustadora, já que vocês estão aqui, e até então não houve nenhuma explosão.-Baho não se contém.

-Akumane Baho!.-Agora é Noah quem o chama a atenção.- Eu peço que tenha respeito com os kages, ou serei obrigada a pedir que se retire.

-Eu não faço questão alguma, mas já que insiste.-Baho responde no mesmo tom, levanta empurrando a cadeira para trás e sai da sala batendo a porta.



Noah apoia as mãos na mesa, solta um suspiro ao fechar os olhos e pensa em como está sendo difícil ter uma reunião em paz. Que não haja ressentimentos. Baho age como uma criança. Mas talvez ela o entendesse. Afinal, não seria fácil ficar de frente com o possível lider e mandante do atentado que matou sua sobrinha.


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