Fogo.
A primeira vista desperta paixões, abre a sensibilidade que puxa cada um de nós para dentro de si mesmo, nossos olhos faíscam porque gostamos do balanço vermelho e laranja excedendo as pupilas até o delírio.
—Ele era legal, Mat?.–o garotinho perguntava entusiasmado enquanto desenhava algo em papel, inspirado nas respostas da mulher.
Dando o primeiro passo, dá pra sentir um leve aumento de temperatura na atmosfera. O corpo gosta. O abrigo que o calor oferece nos envolve em mantos maternos.
—É, acho que nunca tive tantos momentos especiais como foram os nossos. Então sim, acho que ele era muito legal...–a moça divaga entre lembranças que ainda a abalam, encarando um único ponto entre os fios do pequeno, um tanto castanhos e avermelhados que reluziam ao sol.— Mas e sobre você? Por que não está com seus amigos?–faz um pequeno desvio no assunto, se recompondo.
—Não...eu...prefiro ficar aqui. Com você. Com ele também—ele aponta para o ursinho entre as cobertas da cama.
Um pouco mais perto. Já está quente o suficiente para abrir os olhos e voltar atrás. Há vontade de abrir os olhos e saber o que aconteceu com a sensação de antes, mas agora há fumaça por toda parte. Não há direção certa, não há certezas.
—...eu fico feliz que tenha gostado. Significa muito pra mim, Shink.–a jovem agora dá uma leve bagunçada entre seus fios, expressando algum carinho carregado de um sorriso marcante.
—Sim...–o menino tenta contar outra coisa—Matsuri!
—...sabia que eu vou ser adot...–ele começa entusiasmado, mas o bater na porta o impede de continuar.
Não há certezas, a não ser a de que está ficando cada vez mais quente, mais insuportável de se manter ali.
Toxinas brincavam, impedindo a passagem de oxigênio para o corpo. Angústia. É a única coisa que sobra depois de todo o encanto inicial.
—Com licença!–alguém interrompe os dois.— Desculpe, senhorita, mas o horário de visitas encerrou.–entreabre a porta, abrindo passagem para que a moça possa se retirar.
—C- claro, tudo bem...hã...–ela pensa numa maneira de aproveitar seu últimos segundos com o pequeno.—Eu posso voltar amanhã.–dar por finalizado com um beijo entre os poucos fios do garoto e a testa.
Algo fornica os pés, o fogo parece sugar por baixo, abrindo um pequeno buraco entre os dedos, adentrando a alma, queimando tudo o que vê de dentro para fora. É destruição sem causa. Insólito. Perda de sentido. Não se vê nada além do fim: o seu.
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SEMPRE [EM ANDAMENTO/ REVISÃO]
FanfictionComo vocês já sabem (ou não) eu sou a típica escritora que não sabe fazer sinópse da própria história. Então, seres humanos, essa é mais uma linda (eu acho) história de amor entre Gaara e Matsuri, o meu casal favorita voltou. Aprecie <3 Obs; POR FAV...