Chapter 10

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-Sabe, você tem problemas com o relógio.-ele dá início.- Se eu não detestasse descumprir com a minha palavra, não haveria lámen para você hoje.-ele completa ao dar a última volta em torno do sofá, enquanto espera o amigo descer.

-Você precisa esfriar a cabeça, Amnki.-Zatsu o surpreende ao descer, finalmente, o primeiro degrau ainda abotoando a camisa.- Veja só como a noite está linda, está tudo perfeito. Vê se não estraga tudo.

-Ainda são 5h, e isso não é um encontro.-Amnki bufa e, se dirigi à porta.- Que foi? Quer que eu abra a porta para você?.

-Que seja, eu tô com fome.-Zatsu finalmente desiste de tentar animar o amigo e segue-o até a rua.

As pessoas acolhiam-se em suas casas para se proteger da noite, ou dormir uma boa noite de sono. Os dias em Konoha eram muito cansativos e, até as pequenas vendas de bolinhos, já se desmontam para dar lugar à jovens eufóricos por diversão.

O cheiro do restaurante de Ichirako preenchia todo aquele vazio e silêncio temporário das ruas da Folha.

Era um cheiro nostálgico. Talvez a única lembrança que ele teria dela...

Teria sido, se Zatsu não tivesse acendido o maldito cigarro.

-Dá pra parar com essa droga só por hoje?.- Amnki implora entre tosses exageradas debaixo da camisa.

-É uma droga, não tem como parar.-Zatsu o encarou de volta, desejando que ele tivesse entendido o seu péssimo trocadilho.- Entendeu? Droga, não droga, sabe...-ele tenta explicar.

-Não.-ele diz à seco, e o olha com indiferença, antes de pôr as mãos nos bolsos e sair um passo à frente.

Zatsu corre para alcançá-lo. Ele não sabia, mas esse clima descontraído entre os dois, mesmo sendo o mais idiota possível, deixava Amnki à vontade e, embora ele estive sério por fora, seu interior estava até mais leve. O que era raro.

-Amnki, espera!.-Zatsu pediu enquanto tentava seguir o ritmo rápido dos passos do garoto.
-Seu chaveiro.-ele entregou.- você deixou cair.

O chaveiro do pássaro solitário. O mesmo que ganhou de sua família adotiva antes de decidir seguir sozinho atrás do próprio rumo. Sem que isso colocasse as pessoas as quais ele amava em risco.

Aquela coisinha simples trazia boas lembranças, por mais boba que fosse.

Amnki sentiu seu coração pesar. Tudo naquela noite o remetia ao passado. As circunstâncias não colaboravam.

-A-ah...obrigado, Zatsu.- agradeceu à gosto enquanto pendurava o chaveirinho na própria pulseira.- Significa muito para mim.

-Eu sei disso tanto quanto você.-arqueia uma sobrancelha e cruza os braços, talvez sentindo-se orgulhoso.- Acho que você vai querer me pagar mais um Lámen.

Amnki pareceu não ouvir o que Zatsu falou em provocação. Estava parado, ainda olhando o chaveiro e, talvez perdido em algumas lembranças que o faziam sentir vontade de chorar.

Apertou os pulsos e cerrou os olhos, segurando cada suspiro, em relutância às lágrimas. Não iria chorar.

-Vamos, esse lámen não virá até nós.- Amnki disse por final, tomando a frente novamente.

SEMPRE [EM ANDAMENTO/ REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora