I - Vamos a caçada.

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Separei apenas o estritamente necessário para essa expedição, um saco de dormir para quando não encontrasse um lugar com quatro paredes e uma cama descansar. Um cantil para a água, roupas limpas porque só porque sou um caçador que tenho ficar cheirando a um pé grande que não ver banho a um mês. Artigos higiênicos, as pessoas se abrem mais fácil para alguém de boa aparência do que para um neandertal descabelado e meus cabelos são sensíveis precisam ser lavadas a cada três dias. Comida desidrata secada por mim mesmo, untesílios de cozinha e talheres. Moedas de ouro sobressalentes para caso precisassem subornar alguém, mapas para eu me localizar e por último; mas não menos importante as estrelas do show. As minhas armas.

Escolhi meu arco longo e a aljava com flechas mistas e mais duas com flechas com pontas recém afiadas de reserva, para completar o arsenal abri um compartimento secreto no armário onde escondia meus xodós. A caixa de madeira esculpida com inscrições élficas esteve esperando uma situação como essa desde que a ganhei.... Barganhei com um elfo mercador conhecido meu. Abri a tampa revelando uma bela longsword feita inteiramente de metal élfico, ao seu lado descansava uma pesada adaga que era a versão melhorada das facas que nós guardiões carregamos. As duas laminas emitiam um leve brilho cintilante, estavam carregadas com uma magia especial.

Elas eram o motivo pelo qual o Conselho de Guardia assinou um tratado de paz com os orelhas pontudas. Aquelas belezinhas eram capazes de atravessar as nossas armaduras como se fossem feitas de manteiga. Não sabia que tipo de perigos encontraria era bom estar preparado para tudo. Embainhei as duas armas e as coloquei no cinto, para finalizar escondi uma faca de atirar na bota e adicionei mais duas no cinto. Só precisava de mais uma coisa para enfim partir. Também no armário muito bem escondidas estavam as pedras dimensionais, as levaria para o caso de precisar de uma saída rápida. Para completar coloquei minha capa, seria útil para me camuflar.

Peguei a pedra que levava para Iridia porque de lá conseguiria seguir para a dimensão sombria. Segurando a pedrinha fiz um movimento de cima para baixo no ar como se estivesse abrindo um zíper, não deu outra. Passei sem demora pela abertura provisória na realidade. Ao atravessar a abertura me encontrei no meio da floresta, a desvantagens dessas passagens é que elas te levam para lugares aleatórios e na maioria das vezes que as usei fui mandando para os lugares mais isolados e mais inapropriados possíveis. Lembro da vez que a abertura me levou direto para a encosta de um penhasco; se não tivesse asas teria sido minha última caçada.

Vou precisar chegar a cidade mais próxima para conseguir uma montaria, manteria minha identidade em segredo o máximo que pudesse quando chegasse a meu destino. Não queria estragar a surpresa. Abri as asas e alcei voo, procurei subir o mais alto possível, ao atingir a altitude necessária expandi meus sentidos. Era um método que esgotava rapidamente de quem usava; no entanto treinei por anos para me tornar resistente a esses efeitos. Ao Leste de onde estava senti uma certa quantidade auras que indicava a presença de um vilarejo, pela intensidade que as sentia não poderia estar mais que dez quilômetros de lá.

Voei mantendo a altitude para evitar que se houvesse alguém na floresta acabasse me vendo. Pousei a uma certa distância da entrada da vila e então entrei agindo como se fosse um viajante qualquer. Olhei para o céu calculando quanto tempo de luz solar ainda teria. Faltava mais ou menos uma hora para o anoitecer, a distintas formas que o tempo passava nessas dimensões era responsável por deixar os exploradores de primeira viagem perdidos. Teria que arranjar um cavalo e procurar pela a estalagem, não iria dormir no meio do mato se podia muito bem dormir em uma cama quentinha. Sou um caçador, não um maluco. Sei aproveitar os confortos que estão em meu alcance.

Os mercadores estavam desfazendo suas barracas e guardando os produtos que sobraram. Olhei em volta e não encontrei nenhum vendedor de cavalos, cheguei tarde teria que esperar pelo próximo dia. Não tinha outra opção a não ser esperar pelo dia seguinte. Continuei caminhando agora procurando pelo lugar onde passaria a noite. Ignorei os olhares curiosos dirigidos a mim, era sempre assim. Com toda certeza achavam que eu era um elfo bancando o turista. Não sei porque teimam em me achar parecido com um elfo, sou mais simpático oras.

Guardiões. - Orion. O caçador. #Cte2018Onde histórias criam vida. Descubra agora