2- Como dar uma surra em alguém

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Queen's , New York - USA

06:18 p.m

Edgar

Meu dia estava indo muito bem até encontrar os dois caras no beco.

Tinha levantado cedo naquele dia, cedo demais até, então tive tempo para tomar café tranquilidade antes de ir pra escola.

Peguei o ônibus como sempre faço, me sentei no mesmo lugar no banco, coloquei os fones de ouvido e liguei meu iPod, foi aí que os vi.

Me observavam atentamente, mas de um jeito que se você não estivesse prestando atenção não notaria.

Mas como eu sou um bom observador eu notei.

Eles pareciam ter cerca de quatro anos a mais que eu.
Um era grande e musculoso, o tipo que passa muito tempo levantando pesos numa academia, tinha uma cara de cavalo que era realmente horrível e combinava com seus olhos saltados e a careca lustrosa.

O outro era um pouco menor e parecia mais esperto que seu colega, tinha uma cabeleira loira e lisa e olhos azuis que pareciam vidro, um nariz grande demais para o rosto e espinhas, muitas espinhas, pensando bem ele parecia um tubarão martelo.

Os dois vestiam um uniforme preto, do tipo encanadores.
Resolvi deixar para lá e me concentrar nas minhas músicas.

Depois de chegar na escola e ter quatro das sete aulas do dia eu fui para o recreio normalmente.

E não estranhei o fato de ver os dois caras com roupa de encanadores encostados na porta do banheiro masculino, como se estivem esperando por alguém.

Talvez estivessem consertando alguma coisa, eu pensei.

Eu nunca adivinharia quem eles estavam esperando.

Quando a aula acabou, fui para casa com minha adorável mãe num Camaro 76, almocei, e me joguei no sofá para assistir as notícias.

Nem cheguei a ouvir toda a reportagem sobre a crise de gripe quando minha mãe me mandou comprar pão.

- E tome cuidado meu amor, não quero que fique doente. - ela disse antes que eu saísse e claro não deixou de me parar e me dar um beijo na bochecha dizendo que me amava.

- Como se eu não tivesse tomado a vacina, não é mãe? -eu respondi.

- Mesmo assim querido.

Saí de casa revirando os olhos e pensando em como minha mãe se preocupava comigo.

Quando ela soube da gripe mais do que rápido me levou para tomar a vacina.

Mas eu gosto disso.
Mesmo quando ela me aperta em um dos seus abraços de bom dia infinitamente demorados.

Só achei que havia muita coincidência nesse dia quando reparei que estava sendo seguido por aqueles dois caras.
Os encanadores.

Eles me acompanharam por um quarteirão inteiro e depois sumiram.

Achei que tinha me enganado e eles não estavam me seguindo. Porquê me seguiriam? Nunca fiz nada pra ninguém, nunca briguei com ninguém.
Porquê teria dois caras atrás de mim?

Estava ficando paranóico.

Comprei o pão no mercadinho da esquina e ia voltando tranquilamente para casa quando ouvi um estranho barulho vindo de um beco próximo.

Um conselho para para qualquer um que preze o seu bem estar: Nunca, se você ouvir um barulho estranho e estiver quase em casa, pare para ver o que é. Vá para casa.

Mas como minha curiosidade é sempre mais forte eu entrei no beco.

Mas não havia nada, até que eu me virei.

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