11- Batatas amassadas, ataques estranhos e decida pela privada

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Beatrice

  Acordei com a sensação de ter sido batida no liquidificador, derretida em fogo alto e pisoteada por uma manada de búfalos, tudo ao mesmo tempo.

Minha cabeça latejava, meus olhos doíam, e então a lembrança do que aconteceu surgiu na minha mente. Mas que droga foi aquela? Como eu consegui fazer aquilo? Foi mesmo real?

— Trice, mana? Você consegue se levantar? — uma voz que parecia estar a um quilômetro de distância me chama. — Ei, tudo bem?

Abro meus olhos lentamente, e a luz do dia faz minha cabeça latejar ainda mais.

— Rice? — tento me levantar, mas não consigo, sinto que vou despencar.

— Ei, cuidado aí mocinha! — a voz do professor Hannibal fala, e logo sua cara séria aparece me avaliando. — Tente se levantar devagar, ok?

Balanço a cabeça e sigo seu conselho.

Ele coloca sua mão na minha cabeça e logo a vertigem e irritação desaparecem.

— O quê... o quê aconteceu? — ainda não consegui entender nada do que houve.

Hannibal olha para os lados, como que preocupado.
Noto que ainda estamos no Central Park, e o dia ainda está bonito. Mas cadê o resto da minha turma?
Só restaram Rice, Helena, Lisa, Mark, Edgar e o professor. E eles estão me olhando de uma maneira estranha...

— Nada demais. — Mark sorri. — Você só detonou os cosplays de The Walking Dead.

— Aquelas coisas... o que eram? — me levanto, ficando em pé.

— Você está mesmo bem? — meu irmão parece muito preocupado e assustado.

— Estou sim, só estou confusa. — balanço a cabeça, meu estômago ronca. — E com fome...

O professor procura algo nos bolsos da calça, retirando de lá um pacotinho pardo e amassado.

— São batatinhas, a única coisa que consegui salvar. — ele me entrega e dá de ombros.

— Obrigada. — começo a comer as relíquias amassadas.

— Agora, nós devemos sair daqui. — o homem instruí, meus amigos o olham com caras contrariadas.

— Até poderíamos se o senhor não tivesse mandado o ônibus embora. — Edgar comenta, cruzando os braços.

— Ainda não entendi porquê fez isso... — Lisa parece pensativa.

— Você mandou o ônibus embora, professor? — questiono, amassando o saquinho das batatas.

Ele dá de ombros novamente e sai andando.

— Não precisamos de ônibus. — o seguimos, enquanto ele se dirige até a entrada do parque. — E isso nem é estranho, comparado ao que vocês viram, e ao que você fez, Beatrice.

Hannibal segue andando, somente para quando chega aos sanitários.

— Esse cara é estranho. — ouço meu irmão sussurrar para Edgar.

— E como. — o garoto hematoma responde.

O professor se vira para nós e nos dá um sorriso encorajador.

— Ora, como se a semana de vocês tenha sido uma maravilha não é? — dá uma leve piscadela para mim.

Na mesma hora todos nós nos empertigamos e o olhamos com desconfiança.

— Como sabe disso? — Lisa fala, seu corpo está tremendo.

— E como eu não saberia? — Hannibal ergue as sobrancelhas. — Por Zeus, dois ataques na mesma rua, um atacado na rua, outro em casa, e a outra não foi atacada. Isso atrai atenção...

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