Beatrice
Acordei com a sensação de ter sido batida no liquidificador, derretida em fogo alto e pisoteada por uma manada de búfalos, tudo ao mesmo tempo.
Minha cabeça latejava, meus olhos doíam, e então a lembrança do que aconteceu surgiu na minha mente. Mas que droga foi aquela? Como eu consegui fazer aquilo? Foi mesmo real?
— Trice, mana? Você consegue se levantar? — uma voz que parecia estar a um quilômetro de distância me chama. — Ei, tudo bem?
Abro meus olhos lentamente, e a luz do dia faz minha cabeça latejar ainda mais.
— Rice? — tento me levantar, mas não consigo, sinto que vou despencar.
— Ei, cuidado aí mocinha! — a voz do professor Hannibal fala, e logo sua cara séria aparece me avaliando. — Tente se levantar devagar, ok?
Balanço a cabeça e sigo seu conselho.
Ele coloca sua mão na minha cabeça e logo a vertigem e irritação desaparecem.
— O quê... o quê aconteceu? — ainda não consegui entender nada do que houve.
Hannibal olha para os lados, como que preocupado.
Noto que ainda estamos no Central Park, e o dia ainda está bonito. Mas cadê o resto da minha turma?
Só restaram Rice, Helena, Lisa, Mark, Edgar e o professor. E eles estão me olhando de uma maneira estranha...— Nada demais. — Mark sorri. — Você só detonou os cosplays de The Walking Dead.
— Aquelas coisas... o que eram? — me levanto, ficando em pé.
— Você está mesmo bem? — meu irmão parece muito preocupado e assustado.
— Estou sim, só estou confusa. — balanço a cabeça, meu estômago ronca. — E com fome...
O professor procura algo nos bolsos da calça, retirando de lá um pacotinho pardo e amassado.
— São batatinhas, a única coisa que consegui salvar. — ele me entrega e dá de ombros.
— Obrigada. — começo a comer as relíquias amassadas.
— Agora, nós devemos sair daqui. — o homem instruí, meus amigos o olham com caras contrariadas.
— Até poderíamos se o senhor não tivesse mandado o ônibus embora. — Edgar comenta, cruzando os braços.
— Ainda não entendi porquê fez isso... — Lisa parece pensativa.
— Você mandou o ônibus embora, professor? — questiono, amassando o saquinho das batatas.
Ele dá de ombros novamente e sai andando.
— Não precisamos de ônibus. — o seguimos, enquanto ele se dirige até a entrada do parque. — E isso nem é estranho, comparado ao que vocês viram, e ao que você fez, Beatrice.
Hannibal segue andando, somente para quando chega aos sanitários.
— Esse cara é estranho. — ouço meu irmão sussurrar para Edgar.
— E como. — o garoto hematoma responde.
O professor se vira para nós e nos dá um sorriso encorajador.
— Ora, como se a semana de vocês tenha sido uma maravilha não é? — dá uma leve piscadela para mim.
Na mesma hora todos nós nos empertigamos e o olhamos com desconfiança.
— Como sabe disso? — Lisa fala, seu corpo está tremendo.
— E como eu não saberia? — Hannibal ergue as sobrancelhas. — Por Zeus, dois ataques na mesma rua, um atacado na rua, outro em casa, e a outra não foi atacada. Isso atrai atenção...
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A Peste
AdventureO que você faria se descobrisse que todas as histórias que seus pais contavam são reais? Que todos os mitos e lendas que você aprendeu na escola não são apenas mitos e lendas? Que existe um mundo escondido a nossa frágil visão humana? Um mundo que é...