9 - Mortos-vivos interrompem o piquenique

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Central Park, 12:15 p.m

Maurice

Por quê eu sempre tenho que ficar preso com algo relacionado a história?
Francamente!
Como se me ajudasse de alguma maneira saber quem foi a tal da Galateia.

Mas não penso muito nisso, nem no fato do professor ainda estar com o meu celular apreendido, já que o ônibus estaciona novamente nos indicando que chegamos ao Central Park.

E bem na hora, meu estômago está fazendo barulhos estranhos.

— Vamos pessoal! Vamos logo! — o professor/ raptor de celular fala, se levantando. — Peço agora que cada um de vocês pegue uma das cestas que está no compartimento de bagagem acima de suas cabeças, e andem logo!

Olho para cima e minha irmã, que está sentada ao meu lado calada como uma porta, sorri de lado.

— Pelo jeito vamos ter muita comida. — sussurra para mim.

Apanho minha cesta e Trice faz o mesmo com a que restou, enquanto esperamos nossa vez de sair do ônibus.
Depois de termos saído, passamos para a grama verde do parque.

Somos um total de trinta alunos, e cada uma carrega uma das cestas de piquenique, esperando as orientações do professor, este que também traz uma enorme cesta à tira colo.

— Bem, agora  vocês sigam até aquelas árvores lá no fundo. — ele aponta para um grupo de árvores à mais ou menos cem metros, que juntas formam uma sombra acolhedora. — Me esperem lá, que logo estaremos nos refestelando com um belo piquenique!

Seguimos suas instruções indo até o lugar indicado. Reparo que a maioria dos alunos está tirando fotos ou sentando na grama.

— Essa cesta está recheada de coisas gostosas. — Lisa fala, dando uma espiada na cesta em seus braços.

— Ei cara, tire essa carranca! — Mark me dá uma cotovelada. — Aproveite, o dia está tão bonito.

Sigo seu olhar para o céu azul sem uma nuvem sequer, a grama verdinha. A luz do sol reluzindo e passando por entre os galhos das árvores com uma luz dourada. Até passarinhos se arriscavam em espiar os visitantes, escondidos no meio das árvores, e volta em meia abriam os bicos para soltar alguma melodia.

Mas nem a óbvia beleza do dia me fez sorrir. Não culpo Mark por estar olhando para todos os lados e sorrindo.
Ele sempre adorou a natureza. E para quem vive na cidade grande todos os dias, um mero vislumbre do verde é mágico.
Para ele, pelo menos.

— Agora, vocês dois, me ajudem aqui! — Hannibal vinha andando a passos largos, com uma grande toalha flanelhada em vermelho e branco nas mãos. — É, vocês dois. Evans e Carytton, andem logo!

Largamos nossas cestas e corremos em sua direção, pegando a enorme toalha e estendendo, enquanto Hannibal largava sua pesada cesta no chão.

— O que estão esperando? Tratem logo de tirarem toda essa comida dessas cestas e arrumarem isso logo, se querem comer de uma vez! — Hannibal parecia estar incomodado, lembrava muito minha irmã quando estava com fome.

Passados cinco minutos toda a comida estava reunida no centro da toalha.
Pães, bolinhos de trigo, bolos de chocolate e de manteiga, pães de queijo, tortas de frutas, pastéis, bolinhos de carne, esfirras e toda a sorte de salgados imagináveis. Havia tijelas com batata frita, cachorros quentes, waffles, torradas, e também potes com diversas geleias.

Era tanta comida que eu conseguia contar tudo o que havia. Certamente era comida para um batalhão, ou para uma turma de adolescentes.

— Quem é aquele? — Trice me cutuca, indicando um homem trazendo uma caixa térmica.

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