Why

Laços♥

                                 Shawn

O começo...

Estava andando na minha nova bicicleta e aproveitando o tempo bom de Julho para me divertir. Moro em Pickering, uma cidade na província Canadense de Ontário, onde os verões são agradáveis e os invernos gélidos. Por isso, sempre que o tempo esta agradável eu saio para brincar na rua. Hoje parecia um dia normal. Um pouco entediante até. E então um caminhão para em uma casa próxima a minha. Era a antiga casa da senhora Rolt, ela era uma senhora idosa que vivia sozinha. Eu não a via muito na rua. Talvez porque ela estivesse doente ou talvez porque ela só não fosse sociável mesmo. Minha mãe sempre diz que pessoas mais velhas são difíceis de conviver, porque elas geralmente não gostam de serem contrariadas, mas que devemos respeitá-las e ouvi-las sempre. Há alguns meses atrás minha mãe disse que alguém tinha encontrado a senhora Rolt desmaiada em sua casa e que a levaram para o hospital, mas que ela ficou internada poucos dias até falecer. Depois disso apareceram alguns parentes, que eu nem mesmo sabia que existiam, para por a casa a venda.

Aproximo-me do caminhão de onde alguns homens parecem estar descarregando uma mudança. Resolvo ficar por perto, pois isso com certeza será a coisa mais interessante na minha rua por esses dias. Quem serão os novos moradores? Espero que tenham um filho para que possamos jogar bola. Maioria dos meus amigos mora longe e mamãe não me deixa ir sozinho até suas casas. Um carro para em frente á casa. E então eu a vejo. Ela parece ser mais ou menos da minha idade. Seus cabelos são lisos, castanhos e compridos. Mas o que mais me chama atenção é o enorme laço rosa na sua cabeça. Ele é quase maior que ela. Essa Garota é esquisita. Preciso conhecê-la. Aproximo-me mais da casa e a ouço chamando um homem de papá. Ela pula alegre com seu vestido branco de renda. Fico a observando por um tempo e nem percebo que está vindo na minha direção, até que não tenho como escapar. Ela aproxima-se sorrindo.

-Oi, cara de boi!

Olho-a perplexo. E ela continua a sorrir.

-Me chamo Camila! Aquele é meu papá, minha mama e minha irmãzinha.

Diz apontando para sua família. Depois ela fica me olhando curiosa. Talvez porque eu ainda não disse meu nome.

-Eu tenho seis anos e você?

-Eu tenho cinco.

Digo envergonhado.

Ela tira um pirulito de sua bolsinha.

-Você quer pirulito?! Eu tenho mais aqui.

Diz abrindo para que eu veja os vários pirulitos dentro dela.

-Não, obrigado! Minha mãe diz que eu não posso aceitar nada de estranhos.

Ela me olha confusa.

-Mas eu não sou estranha! Já disse me chamo Camila.

Dou de ombros e ela me entrega um pirulito. Eu o seguro com força.

-Camila querida, vamos entrar!

Sua mãe diz chamando-a.

-Já vou, mama!

Ela grita.

Depois olha para mim novamente e sorri.

-Vou ter que entrar.

Diz fazendo careta.

Eu apenas concordo balançando a cabeça.

-Tchau!

Ela diz e me da um beijo na bochecha.

Eu posso sentir meu rosto inteiro esquentar e com certeza devo estar mais vermelho que um tomate. Minha mãe sempre diz que eu fico uma gracinha quando estou envergonhado de tão vermelho que fica meu rosto.

Ela sai correndo e rindo para dentro da sua nova casa.

-MEU NOME É SHAWN!

Grito sem ter certeza se ela ouviu.

Volto para casa empurrando minha bicicleta. Pensando. Ela é muita animada para uma garota. Essa menina é estranha.

E quem diria que ela se tornaria minha melhor amiga.