Camila e Shawn se conhecem ainda crianças e criam uma linda amizade. Eles se tornam inseparáveis. Porém, Shawn tem o sonho de ser tornar uma estrela da música. E esse sonho se torna realidade quando aos 16 anos ele posta o vídeo de um cover no yotu...
Olha para minhas unhas descascadas e penso em qual cor devo pintar agora. Preto, com certeza. Tem sido minha cor favorita do momento. É até um pouco estranho já que sempre preferi cores mais vibrantes, como o amarelo, por exemplo.
-Eu preferia o Shawn.
Minha irmã diz para Dinah.
As duas estão fazendo um complô contra mim. Nenhuma das duas gosta do Machine Gun Kelly, ou MGK, como maioria o chama. Depois da festa do parente da Dinah pensei que nunca mais o veria, porém ele apareceu um dia no final da minha aula e pediu meu telefone. Depois ficamos trocando mensagens constantemente. Ele tem me ajudado a suprir a falta do Shawn, porém os dois são muito diferentes. O MGK é uma incógnita e eu estou adorando desvendar. Ele me faz rir e ao mesmo tempo me deixa intrigada, acho que estou ficando um pouco viciada nele.
-Você não tem que preferir nada... e além do mais o Shawn e eu somos só amigos.
Falo enquanto termino de arrumar minhas roupas novas no guarda roupa. Resolvi renovar meu estilo, minhas roupas tem me parecido tão infantis ultimamente, tão coloridas. Estou em uma nova fase, mais ousada, e quero roupas que demonstrem isso.
-Ué, e você não é só amiga do MACHINE GUN KELLY!
Minha irmãzinha está claramente debochando e eu apenas reviro os olhos. Enquanto Dinah não consegue segurar a risada.
-É sério Mila! Ele realmente é estranho... e esse nome não é de um mafioso?
Dinah diz e faz uma careta ao falar o nome do MGK.
Essa perseguição delas é meio irritante. Tá bem, eu confesso que também estranhei o nome que ele escolheu para ser chamado, e depois de saber que era o mesmo que chamavam um criminoso fiquei um pouco receosa, mas quanto mais conversávamos mais me sentia ligada a ele e percebi que estava o rotulando precocemente.
-Por acaso você sabe qual seu nome verdadeiro?!
Dinah pergunta depois de perceber que eu não responderia a pergunta anterior.
-Não... eu não sei.
Digo dando de ombros.
MGK nunca quis me contar seu verdadeiro nome.
Olho para minha amiga e posso ver as perguntas se formando através de suas feições. E então o celular toca. Salva pelo celular. É o MGK, atendo e ele me convida para ir a uma festa da fogueira que os amigos dele vão fazer. Eu aceito. Convido Dinah que esteve esse tempo todo me analisando e ela nega, diz que precisa estudar para uma prova, mas eu já sei que é apenas uma desculpa. Minha irmã corre contar para meus pais que me proíbem de sair, eles também não são muito fãs dele. Passo o jantar emburrada e de cara fechada. Sei que estou parecendo uma criança mimada, mas não entendo essa perseguição deles. Meus pais sempre confiaram em mim. Agora eu estou parecendo uma filha rebelde. Mas já que é assim que eles querem...
-Aii!
Grito ao pular a janela do meu quarto tarde da noite e enroscar meu cabelo em um galho de arvore. Esperei todos dormirem e enviei uma mensagem para o MGK vir me buscar. Nunca tinha feito isso na vida. Confesso que não é tão ruim sentir a adrenalina. Assim que consigo descer ao chão, depois de me pendurar em uma arvore, corro até o carro do MGK com meus sapatos nas mãos. Ele tem um Chevrolet Chevelle SS 1970, não que eu entenda muito de carros, porém ele tem uma paixão inexplicável por esse carro e vive falando dele.
-Que gatinha radical!
Ele diz rindo, ao me beijar assim que entro no carro, e da à partida logo em seguida. Sorrio e ergo o volume do som que toca um rap com uma batida legal. Ainda não consigo acreditar que realmente fiz isso. Me penduro para fora do carro e ergo os braços, sinto o vento batendo no rosto e meus cabelos rodopiarem. Algo muito imprudente, eu sei, só que hoje não estou nem aí. MGK gosta da minha ousadia e começa a brincar de zigue zague com o carro. Rimos muito. Volto a me sentar no banco e ele segura minha coxa com uma das mãos enquanto a outra continua no volante. Eu fico um pouco tímida no começo, mas depois sorrio de modo provocador. Chegamos ao local da festa e vejo que o local é pouco iluminado e parece bem afastado. Apenas uma fogueira enorme é o que impede o lugar de estar na completa escuridão. Fico um pouco apreensiva, porém MGK entrelaça seus dedos no meu e me puxa junto com ele. Ele me apresenta para algumas pessoas. Alguns me cumprimentam de volta, outros parecem não se importar muito, como se me avaliassem e decidissem que não iremos muito longe e por isso seria uma perda de tempo qualquer aproximação comigo. Muitas destas pessoas já estão podre de bêbadas. MGK me oferece bebida, e eu tomo, não quero parecer a garota careta que não bebe. Depois de beber um pouco mais que o normal me sinto mais leve e solta. Já não estou tão envergonhada e até me enturmo mais com seus amigos. Eu e ele dançamos bêbados e nos beijamos ardentemente. Depois de um tempo sinto um mal estar e decido ir até um dos bancos de carro que colocaram para nos sentar. Olho para MGK que parece estar se divertindo muito, ele continua a beber, e no meu breve momento de lucidez me pergunto como voltarei para casa com ele neste estado.
Uma garota com o cabelo rosa comprido se senta no banco vazio ao meu lado. Eu notei ela me observando a noite toda. Olho para ela e ela esta me encarando. Ela usa uma camiseta de banda e uma calça jeans preta com coturnos, seu olho é de um tom de verde bonito. Ela é uma garota muito bonita, me pergunto se ela é...
-Você quer uma bebida?
Ela diz me tirando dos meus devaneios.
-Ah... não, obrigada!
Digo sem jeito. Ela da de ombros e sorri.
Olho para MGK e tento não ficar encarando a estranha ao meu lado. Mas sinto seu olhar em cima de mim o tempo todo. Estou ficando um pouco nervosa, sinto minhas mãos suando, por isso decido me levantar e ir para perto de MGK. Porém quando vou me levantar ela diz:
-Sou Cindy... a ex.
Ele diz isso e olha para MGK e eu acompanho seu olhar, logo em seguida ela olha para seu próprio pulso e eu acabo olhando também por impulso, vejo uma cicatriz, que ela esconde rapidamente com sua pulseira de taxas. Estranho a atitude, mas ainda estou tentando processar a parte da "ex". Ela volta a olhar para ele novamente.
-Ele parece uma cara tão legal e descolado, não é?!
Ela diz sorrindo. Parece como se estivesse falando consigo mesma. Sinto um pouco de agonia nas suas feições.
-Só cuidado com os efeitos colaterais... Você parece uma garota legal... as coisas podem ficar um pouco intensas...
Ela diz como se estivesse me aconselhando. Depois toma o ultimo gole da sua bebida, joga a garrafa na fogueira e sai. Eu fico totalmente perdida. Estou tentando entender o que acabou de acontecer aqui. Mas minha mente está pesada por causa do álcool. Chamo MGK que está super bêbado, porém não tenho outra alternativa, preciso dele para me levar para casa. Se eu dormir fora de casa meus pais me matam. Penso um pouco sobre o ocorrido com Cindy enquanto ele me leva pra casa. Decido que provavelmente é só uma ex ciumenta querendo me afastar. Quando paramos perto da minha casa MGK me da um beijo para se despedir, ele está com um cheiro forte de álcool e cigarro, isso me retrai um pouco, mas mesmo assim o beijo de volta. Quando estou descendo ele segura meu braço. Me sento de volta e olho para ele que chega bem próximo do meu rosto.
-M-Me promete que você não vai usar mais esta saia. E-Ela é curta!
Ele diz um pouco grogue. Olho para minha saia preta que comprei faz poucos dias. Ela não parece tão curta pra mim.
-MGK não...
Ele não espera eu terminar de falar e me puxa para mais perto. Nossas testas agora estão coladas uma na outra.
-P-Promete!
Ele pedi enfaticamente. E eu o encaro e alguma coisa no olhar dele me faz não querer o contrariar, por isso só faço um sinal afirmativo com a cabeça e ele me larga logo em seguida. Desço do carro ainda atordoada. Ele da à partida e desaparece. Olho em volta para a rua vazia e deserta e apresso meus passos em direção a minha casa. Consigo subir com muito esforço de volta para meu quarto. Tomo um banho rápido para tirar qualquer cheiro de fumaça e bebida. Depois deito na minha cama, mas ainda preciso me acalmar, depois de tudo que aconteceu. Por isso pego meu celular e leio todas as mensagens que o Shawn já me enviou e choro.
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