Incompleta

38 31 9
                                    

Tem um rombo em meu peito,
Um vazio vasto, enorme,
Uma angústia que não tem jeito,
Um tédio e tristeza que me engole.

Aqui tem um espaço atemporal,
Onde o tempo é infindável,
Muitíssimo longo, sem moral,
Onde rever a demora é irreputável.

Posso sentir o vento transpassar-me 
Essa fenda absorve todo frio,
Sinto o ar como a envenenar-me
E nesse buraco só de coisas ruins fica o brio.

Dói muito e não sei ao certo dizer,
O que será que causou essa fissura?
Talvez, porque me deixaram a perecer,
Ou porque, sozinha me largaram, enquanto sobrevivem em suas loucuras.

Naturalmente sou incompleta,
Quem saiba isso um dia vire cicatriz,
Só queria uma vida repleta,
E não mais viver por um triz.

Diversifique-seOnde histórias criam vida. Descubra agora