Soneto do desprezo

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Vesti minha melhor roupa pra morte,
Usei meu melhor perfume pra sorte,
Mergulhei na elegância para o açoite,
Cobri-me em beleza para vil noite.

Coloquei um sorriso para a mentira,
Lancei um olhar penetrante para a ira,
Usei expressão de paz para o tormento,
Fiz-me gentileza para o lamento.

Caminhei de encontro aos desamores,
Andei em direção aos dissabores,
Andei pelo vale de desencontros,

Corri assaz aos infames encontros,
Corri vestida de ardente paixão,
Mas tu, desprezo,jogou-me ao chão.

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*soneto petrarquiano decassílabo

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