Vamos!

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Corra, amor, a covardia irá me devorar,
Salve-me antes que tome posse a fragilidade,
Antes que lembranças, memórias virem saudade,
Salve-me antes que o medo faça-nos fracassar.

Apressa-te, amor, liberte minhas várias faces,
Cuidado! Cuidado! com a face que te cabe
Antes que se torne indecifrável e se acabe,
Antes que de torpor sejam feitos os enlaces.

Venha logo, amor, resta das formas só os cacos,
Sabe, cacos são bem maiores que universos,
E serviriam-me teus universos sem versos?

Apressa te, amor, os tempos fortes andam fracos,
Corra, devorada serei pela indecisão
E para mim tu virarás pó, marca em vão.

*soneto bárbaro

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