Passado
Depois de a festa ter acabado, encontro Alyson arrumando a cozinha.
— que bagunça! — ela diz olhando para o amontoado de garrafas e bebidas espalhadas.
— Me lembre de nunca mais fazer uma festa em casa. — digo.
— Pode deixar. — ela faz um sinal com os dedos em forma de arma, apontando para mim e piscando o olho esquerdo.
— Agora vamos arrumar essa bagunça? — digo
— Ah que saco! — ela diz levantando suas mãos acima de sua cabeça.
— nem me fale. — confirmo frustada.
— E olha que eu nem bebi tanto assim. — ela diz sorrindo.
— O que? — pergunto confusa. — Você não bebeu?
— Não. Só foram aqueles copos que você bebeu comigo. — ela diz enquanto colocava as garrafas dentro de uma caixa de papelão.
— Tá certo. — digo irônica.
— É sério. Eu não To mentindo Charlotte. — ela diz com uma expressão seria.
— Mas... Como... — digo confusa.
— O que? — ela diz rindo.
— Nada. — dou um sorriso fraco. Tentando não aprofundar mais no assunto.
O que eu não entendo é como Alyson disse aquelas coisas para mim no banheiro, se ela nem se quer estava bêbada.
Será que ela falou por querer? E só quis dar uma ideia de que a culpa era a bebida?
— Ei! Tá tudo bem? — ela pergunta me tirando do transe.
— Sim. — minto — vamos arrumar logo tudo isso.
Depois de horas, Alyson se despede e eu vou para meu quarto.
Vou em direção ao banheiro.
Coloco uma música da Billie Eilish e ligo a banheira.
Depois de uns minutos, meu celular recebe uma ligação.
— Alô? — atendo já sabendo de quem se trata.
— Você já está se aprontando para dormir? — uma voz grossa fala ao outro lado da linha.
— Sim. — afirmo cansada.
— Vou passar a ligação para sua mãe. — ele diz sem se importar.
Depois de uns minutos outra voz fala.
— Oi meu amor!
— oi mãe! — sorrio ao ouvir sua voz doce do outro lado da ligação.
— como foi a festa? — ela pergunta
— foi ótima! — digo ainda sorrindo.
— alguém lhe ajudou com a bagunça?
— Sim, Alyson me ajudou. Mas logo ela foi embora e eu terminei de arrumar o faltava.
— Você conheceu algum garoto?
— mãe!
— Filha é que... — sorrio e a interrompo.
— teve um garoto, mas acho que não vai dar em nada. Foram só alguns beijos e um papo jogados fora.
— ele lhe tratou bem?
— sim, mãe.
— Você não quer falar sobre ele para mim? — ela diz em tom de brincadeira.
— Ah, ele se chama Bruce e ele é muito atraente! — Rimos
— tenho que conhecer esse garoto.
— Não mãe. Eu não quero nada sério agora. Você sabe.
— está bem! Está bem.
— quando vocês voltam? — ela solta a respiração como se estivesse frustada, em ter que falar sobre o assunto.
— Talvez daqui a três dias.
— tudo bem.
Depois de uns minutos de silêncio eu pergunto, sem me tocar das consequências de minhas palavras.
— Ele tentou alguma coisa com você? — pergunto em um tom baixo.
— o que? — ela pergunta sem entender.
— Ele fez algo a você nessa viagem?
— Não. A viagem está ótima. — ela diz não respondendo exatamente a minha pergunta.
Mas eu sei que ela mentiu.
Ele sempre diz que faz algo que depois se arrepende.
Ele é um mentiroso.
Eu odeio ele.
— Mãe... — digo sem me dar conta que estou chorando. — Você sabe que podemos ter uma vida melhor. Você sabe porque...
— Filha não posso falar agora. Nós chegamos no hotel. Tenha uma boa noite.
E então ela desliga.
Como sempre ele fazendo coisas e ela o desculpando.
Que merda de vida.
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Amor Que Habita
RomanceNós tínhamos tudo para dar certo. Mas parece que eu me enganei. Não se pode acreditar num amor cegamente, por mais perfeito que ele pareça. Mas o nosso amor, ainda habita em mim. E eu me culpo amargamente por isso. PLÁGIO É CRIME PROIBIDA PARA...