Quatorze

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Passado

Sua mão estava apoiada sobre a mesa, com seus dedos batendo contra ela. Causando um som pouco irritante.

O silencio perturbava meu psicológico.

Como começar... Era o pensamento que mais me inquietava.

Eu não sabia como falar, mas as palavras saíram de minha boca, sem o meu controle sobre elas. Fazendo o favor de quebrar o silêncio.

— o que lhe deixa tão irritado?

— não é óbvio? — Ele disse olhando para a rua. Com uma ruga a se formar em sua testa.

O que lhe deixava irritante e muito mais sexy, em meio a todo aquela situação.

— Alyson... Nunca gostei dela. Mas depois dessa cena... — ele solta um riso abafado.

— o que você quer dizer ? — pergunto

— Não é óbvio Charlotte! Você é cega? Ela nunca foi sua amiga. — ele continua rindo.

Com o pouco tempo acredito que este seja o jeito dele de levar as coisas.

Sempre rir dos problemas, para não se exaltar tanto.

Ou ele seja sínico mesmo.

— Eu acho que ela só devia está muito bêbada. — digo com um suor gelado a descer pela minhas costas.

Ele ri, de novo.

— Você é sempre assim? — ele pergunta ainda com um ar de sínico.

— assim como?

— Não acredita que as pessoas a sua volta possam não ser o que você realmente esperava delas? Porque é exatamente isso o que eu vejo. — Bruce diz voltando sua expressão facial a um ar mais sério.

— não acredito que Alyson seria capaz de fazer isso.

— depois não diga que eu não avisei. — ele olhando para a grande janela ao nosso lado.

— será que podemos não falar da Alyson?

— claro. — ele diz chamando a garçonete.

Bruce pede vodka e eu peço água.

Ele nunca mostrou ter qualquer tipo de vício. Mas quando estava estressado, mostrava ter como refúgio o álcool.

Um silêncio se molda sobre nós. O tempo parece passar mais devagar e meu coração involuntariamente, começa a bater de forma impossível de ser descrita. Minhas mãos começam a suar, meu corpo fica gelado. Tento controlar minha respiração, mas sempre falho.

Abaixo minha cabeça, para encostar na mesa.

— Você está bem? — ele pergunta tocando sua mão na minha. Não quero olhá-lo. Não agora.

— Sim. Só estou com dor de cabeça. Já vai passar.

Bruce não fala mais nada e mais uma vez, minha ansiedade se mostra fluir por meu corpo.

Alyson e Bruce.

O que vocês seriam capazes de fazer?

Pensamentos involuntários começam a perturbar minha consciência.

Será que eles seriam capazes de me trair?

Ao ver pelo o andar da carruagem, Alyson seria a primeira.

Mas no fundo ainda me sinto culpada, por pensar isso de uma amiga, tão querida.

Ela é minha melhor amiga, não posso duvidar de sua confiança. Ou será que posso?

Ela se mostra ser diferente do que ela me mostra ser, quando está na presença do Bruce.

E eu já não sei se posso continuar a ter que ficar criando dúvidas ao seu respeito por mim.

Mas o que ainda dói em meu coração, é a culpa.

— Ei! Você tá legal? — ele pergunta massageando minha mão. Seu toque quente me acalma.

— acho que sim. — digo com uma voz baixa. Já cansada de tanto pensar.

— se você quiser ir para sua casa, eu te levo.

— não. Eu quero ficar mais um tempo com você. — digo isso olhando em seus olhos e os vejo brilhar.

— Desculpa se eu falei algo que te ofendeu é que...

— não. — o interrompo — foi necessário, o que você disse. E eu acho importante você falar o que acha. Eu prefiro me você falar a verdade, ao invés de omitir o que pensa.

Ele me lança um sorriso pequeno e eu retribuo.

Suas mãos ainda fazendo cócegas, nas minhas.

— Sabe... Eu tava pensando, em a gente sair, para comer alguma coisa. O que você acha? — ele pergunta

— Seria ótimo.

O ambiente entre nós estava agradável.

Mas meus pensamentos não paravam de invadir minha cabeça.

Eu tenho duvidas a respeito de Bruce e Alyson.

Medo de Bruce ser o errado tanto quanto Alyson.

Medo de me entregar para pessoas que podem ser vazias.

— você quer que eu te deixe em casa? — ele pergunta me tirando a atenção de mim mesma.

Eu afirmo em um sinal com a cabeça. Bruce paga a conta e vai para me leva até o carro.

Sem me dar conta eu noto que nossas mãos estão juntas. Isso faz meu coração aquecer.

Ao chegar em frente à minha casa, ele me beija. E pela a primeira vez sinto algo diferente. Algo real é muito sincero, vindo de Bruce.

Como se algo me dissesse que daqui pra frente tudo vai dar certo.

Amor Que HabitaOnde histórias criam vida. Descubra agora