Vinte

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Passado

No caminho para a casa de Jimmy, Bruce parece nervoso. Suas mãos firmes no volante fazem com que veias saltem em seus longos braços.

Vejo que não é somente eu, que não está no clima para festas.

Durante todo o percurso, sinto a tensão no ar.

Isso não parece certo.

Quando chegamos, Jimmy nos guia por dentro da casa e pessoas das quais eu nunca vi nos cumprimentam como se fossemos velhos amigos.

Bruce aperta minha mão na sua. Olho em suas íris escuras, ele sorri.

Por que ele tem que tá sempre com esse sorriso?

Jimmy não parou de falar desde o minuto em que nós chegamos. Já está ficando cansativo. Nós não paramos quietos em nenhum momento, para conversarmos.

Jimmy fica nos apresentando pessoas que eu nem me importo em aprender seus nomes, sei que no dia seguinte não vamos ser nada mais do que estranhos.

— Ei, docinho? — Bruce chama minha atenção. — Vem aqui. — ele diz puxando minha mão, para longe de nosso amigo. Ele me empurra para dentro de um quarto qualquer.

— Mas... — falo porém sou interrompida pelos seus lábios carnudos. Reclamo com um gemido, quando ele os afasta mais cedo do que eu queria.

Bruce está com aquele maldito sorriso nos lábios. Ele sabe me provocar e eu odeio isso nele.

— Xiu... Eu te tirei de lá, antes que você morresse de tédio. Aquele papo brochante do Jimmy... Quem se importa com quantas privadas tem nessa casa? — Bruce pergunta ainda sem tirar suas mãos de meu rosto.

— Jimmy sendo Jimmy. É por isso que eu amo ele. — digo sem me tocar das minhas palavras. Vejo Bruce estreitar os olhos para mim, que num instante muda para uma feição alegre.

E ele fica me olhando assim por um bom tempo, o bastante para eu perder a paciência.

— Do que você tá rindo? — pergunto me afastando de seu toque, cruzando meus braços.

Isso só faz com que ele ria ainda mais. Tanto que sua cabeça vai pra trás e ele volta a olhar pra mim com suas bochechas pouco vermelhas.

— O que você ama em mim?

— eu? — pergunto apontando pra mim. — Até parece... — Bruce não tira os olhos de mim um só minuto.

— você nunca disse o que gosta em mim.

— se for assim o sabichão também, nunca disse nada pra mim. — rebato, mas Bruce é mais rápido.

— então se for assim... Eu amo seus lábios. Quando eles ficam vermelhos e inchados depois de um beijo demorado. Amo seus olhos, a cor deles é comum. Mas tem algo neles que faz com que eles jamais saiam da minha cabeça. Seu corpo... Ah o seu corpo! — um som gostoso sai de sua boca e sua voz sai mais rouca que o normal.

Bruce se aproxima de mim eu vejo em seus olhos aquele brilho diferente.

— Por que você está me olhando assim? — pergunto enquanto ele se aproxima mais ainda.

A forma como seu corpo de grande porte se aproxima do meu, faz com que eu me sinta uma presa e ele seja o predador.

— Bruce... — minha voz sai como um sussurro

Amor Que HabitaOnde histórias criam vida. Descubra agora