Dezesseis

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Bruce

Eu estava sentado no mesmo lugar de sempre. Pedi um café, como de costume e pus meus fones.

Estava um dia normal, como os outros.

Até eu ver ela entrar na lanchonete.

Seus cabelos castanhos uma vez ou outra ficavam da cor das plantas no outono, quando o sol que adentrava na lanchonete passeava por seus longos cabelos.

Seus óculos de grau pretos, davam o contraste em seu rosto delicado.

Ela estava perfeita.

Ao apreciar o ambiente, ela procura logo um ambiente para se sentar.

Seus olhos ao vagarem a lanchonete, fizeram com que eu involuntariamente puxasse meu boné para baixo. Acho que não seria legal ela me ver.

Ela se senta e ao ver Julie se aproximar ela sorri.

Tiro meus fones de ouvido.

Ambas conversam algo que eu não sou capaz de entender.

Elas sorriem entre si, como velhas amigas.

Depois que Julie sai, ela fica olhando pela janela de vidro e sorri sozinha.

Charlotte sempre teve uma maneira de ver o mundo de uma forma diferente. De uma forma mais bonita.

Sempre foi de apreciar cada paisagem, por mais simples que fosse ao meu ver, para ela sempre era algo extraordinário.

Eu sempre quis ver o mundo com seus olhos. A simplicidade e beleza com que ela via o mundo me inspiravam a ser melhor.

Melhor em ter alguém tão especial ao meu lado.

Se eu solvesse que nós dois daríamos no que deu. Jamais teria pisado na bola.

Mas como eu poderia imaginar, que ao errar, ela não seria capaz de aceitar meu pedido de desculpas?

Não que eu errasse de forma proposital. Mas que ela soubesse perdoar também.

Afinal de contas, todos erram não é mesmo?

Ela toma seu cappuccino de sempre e eu meu café.

Pago minha conta e saio dali antes que ela me veja. Ela me ver poderia acabar com seu dia.

E eu jamais faria isso.

Raiva? Eu não consigo sentir raiva de Charlotte. Nunca consegui.

A sua maneira doce sempre fazia amolecer meu coração.

Quando brigávamos, mesmo eu não estando 100% errado. Sempre fui eu quem pedia desculpas.

Talvez ela nunca tenha enxergado isso. Pois seu orgulho às vezes a deixava cega, de razão.

Nunca fui alguém que você pudesse dizer ser santo. Nunca. Na maioria das vezes sempre me diziam que eu era o tipo de pessoa impulsiva e de gênio difícil de controlar.

Esse lado que todos reclamam, foi me herdado de minha mãe.

Aquela sim, é a pessoa que eu mais amo e respeito em toda minha vida.

Amor Que HabitaOnde histórias criam vida. Descubra agora