Onze

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Combustão.

Meu corpo. Meu cérebro. Meu coração. E minha respiração...

Não estou bem.

Não penso, não falo, nem sei como reagir...

Bruce está a colado ao meu corpo e eu estou paralisada. Entre ele e a porta de meu carro.

O seu corpo pesa sobre o meu, o que só aumenta ainda mais meu estado a completa perdição.

Isso é torturante.

Ele sabe que ainda tem poder sobre mim. Sabe o que seu corpo tem total efeito sobre o meu.

Mas mesmo assim ele faz isso... Me tortura.

Com a lentidão e a forma de agir. Quando está perto de mim.

Sua respiração quente em meu rosto me fez ferver por dentro.

Até que eu fecho meu olhos.

Tentando uma forma de fugir do seu campo de vista.

Eu sei que ele ainda olha para mim, mas eu ainda tento lutar, para não resistir a ele.

Até que ele toca em meu queixo de uma forma não tão delicada e diz.

— olhe para mim. — eu suspiro, ao sentir seu toque e sua voz rouca.

Eu não consigo abrir meus olhos.

Eu não quero ter que olhar para seus olhos.

— olhe para mim Charlotte. — até que ele pede, como forma de súplica.

Ao abrir os meus olhos vejo um brilho magnífico nos dele.

Ele não me dá tempo de processar e me beija.

Tento afastado mas ele pega minhas mãos e as puxa para trás de minhas costas.

Eu acabo resistindo e cedo ao beijo.

Seu beijo de início é gentil, mas depois acaba ficando feroz. Como se ele precisasse daquilo mais que tudo na sua vida.

Sua língua dança conforme encontra a minha.

Depois ele cede mais as mãos que prendiam as minhas e coloca uma mão em minha nuca. Aproximando assim meu rosto do seu. A outra passeia entre minha cintura e minhas costas para fazer com que nossos corpos fiquem ainda mais próximos.

Se era possível ficarmos mais próximos do que já estávamos.

Enquanto isso, minhas mãos passeiam por seus braços fortes e vão de encontro à sua nuca e seus cabelos.

Seus lábios quentes descem com beijos suaves e mordidas de leve até meu pescoço.

Em meu pescoço ele beija, morde e chupa. Me causando arrepios.

— Seu cheiro não sai da minha cabeça.

Ele diz com seu hálito quente em minha pele.

Paramos para recuperar o ar e me dou conta do que estávamos fazendo.

Ele continua, beijando meu pescoço. Mas eu chamo sua atenção.

— Bruce...

Ele não para. Continua me beijando.

— Bruce.

Falo pegando em seu queixo.

Mas seu rosto ainda está na curva entre meu ombro e minha cabeça.

Nós ficamos assim até nossas respirações voltarem ao normal.

Ele quebra o nosso contando e se afasta.

— me desculpe... Eu não sei porque fiz isso... — ele passa mão em seus cabelos e me olha fixamente.

Eu olho em seus olhos e vejo verdade neles.

— Não faça mais isso. — peço ainda recuperando o fôlego.

— Se eu ao menos conseguisse... — ele diz com um sorriso travesso nos lábios inchados e vermelhos.

— Sínico. — digo abrindo a porta do carro mas ele a fecha.

— você é maluco? Poderia ter me arrancado a cabeça! — digo empurrando ele para longe de mim.

— por que você faz isso? Sempre me evita, sabendo que o nós sentimos é verdadeiro.

— Quem disse que eu ainda sinto alguma coisa por você?

— acho que esse beijo já foi uma resposta para as minhas dúvidas.

Respiro fundo.

— Por que sempre fez isso? — ele pergunta cabisbaixo.

— isso, o que Bruce?

— isso de evitar sentir. Evitar sentir o que seu coração tanto almeja.

— Me deixa em paz.

— Nunca. — ele diz me beijando novamente.

Mas eu o afasto e dou lhe um tapa.

— Eu odeio você. — digo já com lágrimas em meus olhos. — odeio como você confunde a droga da minha cabeça e odeio mais ainda você. Eu odeio, quando você aparece assim sem mais nem menos, sem se importar com meus sentimentos. Só que você é egoísta, demais para assumir.

Ele sorri pegando na bochecha onde está vermelha.

— e você me ama demais para assumir.

Entro no carro e limpo as lágrimas que já pararam de cair em meu rosto.

Amor Que HabitaOnde histórias criam vida. Descubra agora