Vinte e sete

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— você pode ir conosco na partida de golfe! — Mei diz com um sorriso nos lábios.

— não! À partida de golfe não! — Jimmy bufa atrás de mim

— Por que não? Seria uma ótima maneira de ela conhecer nossos pais. — Mei fala alegremente olhando para todos enquanto um silêncio se molda entre nós.

— isso é coisa de gente velha. — Jimmy resmunga.

Observo Bruce que está atento em qualquer coisa que não seja o assunto tratado em questão. Volto minha atenção para Mei que está ansiosa.

— tudo bem, eu aceito o seu convite. — digo dando um sorriso fraco e Mei dá um grito de felicidade e me abraça.

— ótimo! Neste domingo, Bruce passa na sua casa. Ok? — ela fala esperando minha resposta e eu só afirmo em um sinal com a cabeça. Mei vibra novamente e sorri para mim. — você também vem não é Jimmy?

— eu? Me desculpe! — ele diz amarrando seu cabelo em um coque frouxo. — mas meu hobby não é ter que assistir idosos jogando uma bola dentro de um buraco.

Mei revira os olhos e continua:

— tudo bem. Então até domingo Charlotte. Foi um prazer conhecê-la.

— igualmente. — digo lançando um meu melhor sorriso.

— e você também garotão! — Mei diz agachada e passando a mão na cabeça do labrador, que lambe sua mão.

— venha Jimmy. — Mei se levanta e diz puxando a camisa dele o forçando a andar.

— para onde nos vamos?

— fazer compras. — ela diz ainda puxando sua camisa.

— o que? Eu odeio fazer compras e você sabe disso. — ele reclama, mas Mei bate em sua cabeça o que o faz calar a boca.

Bruce e eu observamos a cena rindo. Depois ele se aproxima e fica na minha frente.

— me desculpe, a Mei é muito imprevisível, eu não sabia. — Bruce passa a mão em seus cabelos molhados e continua — você não quiser ir, eu digo que você precisou fazer algo de última hora e... — eu o interrompo.

— não precisa. Eu quero ir. — ele estreia suas sobrancelhas e aproxima seu rosto do meu

— quem é você e o que você fez com a Charlotte?

— ah! Qual é! Vai ser legal. — Bruce ainda está com um olhar de dúvida sobre mim o que me faz rir de sua cara.

— se você diz. — ele fala colocando suas mãos nos bolsos da frente de sua calça de moletom.

Bruce e eu voltamos a caminhar em silêncio. Mas algo está diferente. O silêncio não nos incomoda mais. É como se estivesse tudo se encaixando e pela a primeira vez eu sinto uma leveza um calor confortante em meu coração.

No caminho de volta à minha casa, nós conversamos e Bruce pergunta sobre o cachorro.

— ele gostou de você. — digo

— quem não gosta de mim? — ele diz me arrancando um sorriso. — como esta sua mãe?— Bruce pergunta mudando de assunto.

— está bem. — respiro fundo e olho para o cachorro que brinca com um galho entre os dentes.

— foi muito bonito o que sua mãe fez por ele. — Bruce diz em um sinal com a cabeça, se referindo a bola de pelos em nossa frente.

— eu sei. Ela e seu coração gigante. — digo e novamente um silêncio se molda no ar. Mas ele não me incomoda.

Amor Que HabitaOnde histórias criam vida. Descubra agora