O relógio marca 5:42 da manhã,
O sol ainda não nasceu,
Olhei para a minha direita,
Lá estás tu.
Voltado de costas para mim,
Num sono profundo,
Voltado de costas para o mundo,
Num silêncio imundo.
Eu tenho memórias atordoadas,
E pouco me lembro daquilo que fiz,
Ou aquilo que quis.
Talvez te quisesse a ti,
Ou talvez quisesse quem não está presente,
Ou até mesmo te usasse como uma distração,
Eu não sei.
A resposta não está nas beatas apagadas,
Também não está nos charros desperdiçados,
Mas talvez esteja nas garrafas vazias no canto do quarto.
Mas por agora eu não vou pensar naquilo que fiz ou que quis,
Naquilo que quero ou faço.
Mas sim no facto de o relógio marcar 5:45 da manhã,
O mundo ainda não acordou,
Do sol nem sinal,
Ninguém nos ouve,
Ninguém nos vê.
Fica,
Agarra-me,
Pois são 5:48 da manhã e somos só nos,
Por momentos o mundo é nosso.
Fica,
Agarra-me,
Faz-me voltar a dormir outra vez.
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Deixa-me divagar
PoesíaEste livro é junção de corações partidos, aventuras incríveis, amores e amizades épicas, questões de identidade, loucuras das quais nunca falei, dias inesquecíveis e uns quantos que quero esquecer. Este livro, inacabado por agora, os 56 poemas e ca...