Deixa-me divagar

Trilhos

Um trilho oculto por entre a árvores do mundo,

Um tempo que não existe.

Um universo paralelo,

Contigo eu existo.

Sinto que estou num oceano de ti,

No qual eu já sei nadar.

Sinto que te conheço de outra vida,

Sinto que a tua alma já me havia tocado.

Não sei fazer poesia,

Mas faço-me de poeta por ironia.

De ti farei mil e uma constelações,

Contigo enfrentarei mil e um furacões.

E tu és tão vazio como eu,

Preenches-me a alma, como raio é que isto aconteceu?

Perdida no tempo,

Presa no meu pensamento.

Ilumina-mos a escuridão,

E damos um novo sinónimo à palavra 'Coração'.

E tu existes,

Eu existo.

Se tu és poema,

Serei eu poeta?

Se tu és artista,

Serei eu quadro?

E eu não sei,

Tu fazes-me não querer saber.

Pois eu não sei o que quero,

Eu não sei quem quero.

Contudo eu quero-te a ti,

Por hoje,

 Sim.

Por hoje sou tua,

Por hoje escrevo o teu nome na lua.

Mas pronto aqui estou eu a divagar,

Ainda sinto que estou a sonhar.

A verdade é que eu não sei,

Sonho, poema, quadro?

Eu não sei se és real,

Eu não sei se o mundo é mundo.

Porém hoje eu sei uma coisa,

Sei que existo nos teus braços.

Eu sei que nunca sabemos o que queremos,

Apenas até o encontrar-mos.

E por acaso,

Isto foi 'O' acaso.

Por lua e mar,

Eu ainda estou a divagar.

Navega comigo,

Existe comigo.

Por hoje fica comigo,

Esquece o mundo e procura abrigo.

E és tu,

Tu és o trilho.

Tu és o trilho oculto por entre as árvores do mundo.