Lisboa e Eu

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  Eu não entendo as gentes de Lisboa, 

 Não entendo nem a minha geração, nem os seus hábitos, 

Por mais que eu queira, 

Eu simplesmente não entendo. 

Portanto aqui estou eu,

 Sentada na ponta de um penhasco ponderando o que fazer, 

Se me atiro ou me contenho,Aqui estou eu sem saber. 

E eu continuo sem entender as gentes de Lisboa, 

 Continuo a não saber falar a sua língua ou reconhecer os seus sorrisos, 

Sentada num penhasco pergunto-me, 

Pergunto-me se alguma vez serei capaz de voar. 

 Eu não entendo as gentes, 

 Contudo entendo as ruas e as melodias desta cidade,

 Inacreditavelmente eu entendo Lisboa, 

 E por acaso Lisboa entende me a mim. 

De mãos dadas e de voz lançada, 

Lisboa e eu somos um só, 

E aqui estamos nós ambas sentadas num penhasco,

 A ponderar se saberemos voar. 

Talvez juntas encontraremos salvação, 

Deixando então as gentes que ambas não compreendemos,

Talvez Lisboa e eu possamos finalmente voar.  

Deixa-me divagarOnde histórias criam vida. Descubra agora