Estou sozinha, sentada no que parece ser um lugar perdido. Encontrei-me repetitiva desta vez, a contar minuciosamente os minutos, a perguntar-me de novo se estarás acordado. Talvez! Quase de certeza que a resposta é sim, imagino-te de garrafa na mão, a cantar músicas tipicamente tuas. Pergunto-me ainda se tens alguém a teu lado, para além do mais adoraria saber se finalmente substituíste aquilo que nunca tivemos! Eu procuro então saber se te perdes nos batimentos cardíacos de outra, se já a viste de trás e imaginaste-me ao invés. Pois bem, eu não consigo dormir de maneira nenhuma, a madrugada tornou-se a minha companhia. Mas eu não quero dormir, quero saber se me esperas. Contudo pergunto-me se já olhaste para a sua cara e reconheceste o meu rosto ou as minhas feições. E será que és feliz?! Naquilo que decerto será mais uma aventura na tua semana. E desta vez será que sabes o seu nome? Pergunto-me se sabes o nome desta rapariga ou se por momentos no meio de uma adrenalina básica não terás chamado por mim... Pois eu chamei por ti, o mais alto que consegui e tu não apareceste. Perguntei então á escuridão se não te viu passar, decorri ainda ao silêncio para saber se ele te ouviu a chamar por mim, e com o resto da curiosidade que tinha interroguei o vazio para saber se lá estavas. Mas lá fiquei sem respostas. Porém quero ainda saber se quando acordas não me desejas a teu lado, pergunto-me se esses corpos vazios e garrafas te preenchem mais do que aquilo que eu preenchi. Pois para mim é impossível perceber como raio tu és capaz de viver numa tamanha insanidade, de como acordas todos os dias e não chamas por mim. Eu não consigo, isto é, eu acordo todos os dias num pesadelo para me confrontar com a verdade da mentira em que vivo. Eu não estou bem sem ti, eu quero-te e essa é a verdade. Estou certa que vivo numa tamanha incerteza e que tudo aquilo que alguma vez tive a certeza na vida está agora errado! Pois então será que o vazio que tens se há-de preencher com todas essas futilidades em que te escondes? Será que a falta que me fazes alguma vez irá desaparecer? Tantas perguntas, nenhuma resposta. E eu continuo aqui a divagar pela noite, perdida no vazio. Um vazio localizado em lugar nenhum. Eu estou presa numa terra onde o tempo não passa, onde a única coisa que faço é escrever, estou presa pela poesia que tu mesmo inspiraste. Terra esta onde tu, um demónio de garrafa na mão, te tornaste na minha musa. Sinceramente estou presa a não te querer largar e tristemente escrevo-te para te informar que quando voltares eu já cá não estarei e acima de tudo que está será a noite em que irei partir. Vou pegar em todos os vazios, silêncios, demónios e perguntas, e enterra-los bem fundo no final do mundo. Vou-me assim embora, despeço-me então de ti. Embora se me perguntares, sim eu continuarei a pensar em ti, não te preocupes.
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Deixa-me divagar
PoesíaEste livro é junção de corações partidos, aventuras incríveis, amores e amizades épicas, questões de identidade, loucuras das quais nunca falei, dias inesquecíveis e uns quantos que quero esquecer. Este livro, inacabado por agora, os 56 poemas e ca...