Numa Cama Vazia

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Hoje acordo numa cama vazia, com a minha Alma completamente esvaziada. Abro a janela e está tudo a preto e branco, tu levaste contigo todas as minhas cores. Do azul ao vermelho, do bege ao rosa. O mundo parece tão triste, o sol perdeu-se na noite e a lua ocupou o seu lugar. Nada disto faz sentido, para além do mais esqueci-me da minha existência contigo. Ela está guardada e amachucada no bolso de trás das tuas calças de ganga azuis, peço-te que a trates bem, como se ela fosse tua. Enquanto isso o meu livro favorito descansa naquela prateleira da estante do lado direito quando entras na tua sala. Eu sei que ela está cheia de livros, amontoada e pesada, mas se eventualmente te cruzares com ele, por favor lê-o, faz dele a nossa última leitura. Contudo mesmo tendo todas estas possíveis recordações minhas, eu sei perfeitamente que para ti eu sou apenas mais uma poeta. Mas acredita eu adorava que tu aprendesses a ler a minha poesia. Aquilo que eu mais quero é não acordar ao lado do vazio. Eu desejava não estar neste furacão de emoções sem nome, eu só queria que a falta do sol te acordasse e que a lua no seu lugar não te fizesse tanto sentido. Eu quero coisas que jamais poderei ter, eu quero ser o teu desejo quando avistas uma estrela candente, eu quero que tu sejas Marte e eu Vénus, e acima de tudo eu quero não estar vazia ou até mesmo escrever acerca de ti. Pois acredita que o sentimento com que acordei no meu peito no não tem nome, não existe qualquer definição para o que somos, não existe qualquer definição para aquilo que é acordar numa cama vazia.

Deixa-me divagarOnde histórias criam vida. Descubra agora