Cap. 33

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Acordei com uma dor enorme no braço e na cabeça. Minha vista ainda estava meio turva. Tento me levantar, mas todo meu corpo doia. 

Minha vista começou a voltar ao normal, eu estava em um quarto vazio, com apenas um colchão, as paredes eram de madeira e era muito frio. A porta também era de madeira. 

Levantei com dificuldade e com dor. Caminhei até a porta, mas antes que eu chegasse, a porta foi aberta.  

Meu corpo inteiro gelou.  

- Já acordou, amor? - ele sorri e começa vir até mim. - deve estar com dor, eu te ajudo a voltar ao colchão. 

- Não encosta mim. - Me afastei. Ele está horrível, seus cabelos então sujos e embaraçados, está com olheiras gigantes e seu rosto está cheio de machucados, cicatrizes e vermelhos. Ele já era magro, mas agora, parece uma caveira. - Como você sobreviveu?

Ele dá risada. 

- Você não achou que seria tão fácil assim me matar, não é mesmo? A surra que você e seu namoradinho mandaram dar em mim, foi tudo plano da Senhora, ela colocou a ideia na cabeça de vocês e então quando eu cheguei no hospital ela me ajudou e me escondeu.

- Senhora? Que senhora?

Ele sorri. Escuta passos de salto. Olho para porta e Luna aparece.

Desgraçada.

- Sua vadia miserável, eu avisei que te tiraria da minha vida. - Luna diz se aproximando.

- Eu sabia, sua desgraçada. - Fui para cima dela, ignorando toda a dor que sentia.

Dei um soco em seu rosto, puxei seu cabelo e dei um joelhada em seu rosto. O nariz dela começou a sangrar. Antes que eu pudesse continuar, Roberto puxou meu cabelo com força, me jogou no chão e ficou por cima de mim. Ele segurou meu braço, fazendo ele doer mais ainda. 

- Não começa com gracinha, meu amor, não me faça te relembrar o dia que você tentou fugir.

Engoli seco e ele sorriu. 

Aquele dia passou na minha cabeça, eu nunca contei sobre aquele dia para ninguém, nem mesmo meu pai sabe.

Ele saiu de cima de mim.

- O que vocês querem? 

- Eu só quero você longe. - Luna diz.

- E o que eu quero é simples... Eu quero meus filhos e você.

- Não. Meus filhos não. 

Roberto olhou para Luna e fez sinal para ela sair. Ela obedece.

Ele se ajoelha perto de mim.

- Sabe Megan, eu via você, desde quando sua mãe era viva, via você com ela, com seu irmão, indo a escola, via até você saindo com garotos, eu sempre estava observando você, sempre fui apaixonado por você, mas você nunca nem olhou para mim. Quando sua mãe morreu e seu pai ficou louco eu tive a oportunidade de ter você para mim. - ele passa a mão em meu rosto, mas eu afasto. - Você complicou tudo, Megan, você me obrigou a fazer aquilo, você andava com shorts curtos, me provocando, você pediu por aquilo.

- Eu pedi por aquilo? Só porque eu estava com um shorts na minha casa eu estava pedindo para ser abusada? Não me culpe pelo seu erro, você me estuprou porque é um nojento sem coração. Não venha me falar que era apaixonado por mim, porque se fosse mesmo não teria me estuprado, me batido e ter enfiando uma porra de uma arma na minha cara. - gritei enquanto chorava. Eu odeio tanto ele.

- Você mereceu, você tentou fugir.

- E consegui.

- Conseguiu mesmo? Então porque estamos tento essa conversa?

- Seu nojento. - comecei a bater nele. Ele me deu dois soco e quando eu caí me deu mais um.

Resmungo de dor e coloco a mão no rosto.

- Escuta bem o que eu vou te dizer, se encostar em mim de novo, eu vou mandar arrancar o olho de seu irmão e vou trazer aqui para você. - ele se afasta e pega um celular no bolso o meu celular. - é o seguinte, eu vou ligar para o seu amorzinho e você vai falar para ele arrumar 80 mil e no dia da entrega levar meus filhos, se não vou matar você e ele e levar os gêmeos comigo e talvez o outro menino também.

- Por que quer tanto eles? - perguntei.

- Eu sempre quis ter uma família com você e quando descobri que você estava grávida, quis na hora pegar eles para mim, imagina eu criando eles para trabalhar na mesma coisa que eu, Allie e Peter já tem o sangue e creio que não será difícil transformar o pequenininho também.

- Você quer transformar meus filhos em traficantes?

- Mais ou menos isso. - ele meche no celular. - Agora vamos falar com o Dylan. - ele liga e coloca no viva-voz.

Dylan atende no segundo toque.

- Megan? Aonde você está? Você está bem?

- ahh, que lindo, preocupado com a amada. - ele dá risada. - ridículo.

- Quem está falando?

- Verdade, não nos conhecemos. Eu sou Roberto, o pai da Allie e do Peter.

Silêncio.

Será que ele desmaiou?

- Eu espero que você não tenho morrido, porque aí não vou poder ver seu sofrimento.

- Cadê a Megan, ela está bem? - ele pergunta e percebo a raiva em sua voz.

- Ela vai falar com você. - ele aproxima o celular. - Vamos lá, amor, fala com ele.

- Eu falei para você que ele estava vivo e adivinha só, sua mãe está no meio também e se você falar "eu não acredito" como se sua mãe fosse maravilhosa eu vou dar um jeito de fugir do para te dar um tiro.

- Uou.  - Roberto da risada. - você não é tão indefesa quanto eu pensava, que ótimo. - ele começa a se aproximar.

- Não encosta em mim. - falei baixo.

- Xiu. - ele tenta me beijar.

- Não encosta em mim. - empurro ele com apenas um braço, o outro doia tanto que nem consegui mexer.

- Não encosta nela seu traste. - Dylan grita. 

- Como se fosse adiantar alguma coisa. - Roberto se afasta um pouco. - Fala para ele nossos planos, amor.

As lágrimas começaram a escorrer, eu não falei nada. Ele bufa e revira os olhos.

- Fala! - Ele tira uma arma da cintura e aponta para minha cabeça. - Vai querer passar por tudo de novo? - ele pergunta para mim.

- Dylan... Ele quer 80 mil, pega todo o dinheiro que eu tenho, está junto com o do Nash, pode pegar toda a minha parte. - falei limpando meu rosto das lágrimas.

- Só quero 80 mil, Megan. - Roberto diz.

- Eu tenho bastante dinheiro Roberto, eu te dou tudo e...

- Não.

- você deixa as crianças...

- Não. - ele vai falando junto comigo.

- Por favor, deixa eles, eu te dou todo o meu dinheiro.

- Eu disse que não, Megan. - Ele me dá um tapa na cara e vem para cima de mim com a arma na minha cara. - Eu quero meus filhos, Megan, eu quero todos vocês comigo e deixe esse riquinho de merda que te roubou de mim.

Não consiguia mais chorar baixo. Dylan estava dizendo algo no telefone, mas eu nem prestei atenção.

- Eu nunca fui sua. - Falei entre o choro.  

Os olhos deles ficaram vermelho de ódio.  

Ele começou a socar minha cara e a me chutar. 

Dylan estava ouvindo ele me bater e gritava desesperado.

Antes que Roberto me desse mais um chute na cara, eu falei fala o Dylan. 

- Não deixa ele levar nossos filhos. 

- Desgraçada. - Roberto xinga com raiva e logo tudo fica escuro.

Meu Chefe [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora