V Desencontros
Um beijo doce, um desencontro amargo
Um lindo dia de sol, a solidão imensa de uma noite
No drive-thru da vida a encomenda pronta é a morte
Repita mil vezes a palavra sorte, engula a palavra azar
O amor deve ser intenso, mas devemos saboreá-lo bem devagar
Na juventude pedimos para o tempo disparar
Na velhice pedimos por favor para o tempo parar
Adoramos nossos carros
Porém o que nos faz bem é caminhar
Quando as coisas estão mal, rezamos
Quando está tudo bem, nem de rezar lembramos
O silêncio do desespero é um grito querendo amparo
Sonhamos quando estamos dormindo, mas é acordado que realizamos nossos sonhos
Não adianta andar de mãos dadas se as almas estão separadas
O amor é gratuito, não se compra
Na verdade a loucura é a sanidade, é mentira dizer que não somos um pouco louco
As lágrimas podem ser de tristeza ou felicidade, só quem está chorando pode dizer a verdade
Não adianta viajar para para o exterior senão conhecemos ainda o nosso interior
O que adianta ser conhecido, se o seu conhecimento for esquecido
Palavras ecoam e são levadas pelo vento
Tomara que a minha poesia sobreviva além do meu tempoJonas Luiz
São Paulo, 15/07/18