Prólogo

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Illéa não estava exatamente satisfeita com os últimos acontecimentos.

A Seleção tinha sido finalizada, o casamento de Petuel Evans e Veta Dursley estava marcado para dali a uma semana. Mesmo assim, tanto os reis quanto a população não estavam nada satisfeitos com o resultado.

Vinda da província de Lakedon, Veta era uma mulher da Casta 2 extremamente mesquinha, egoísta, antipática e fresca. Nada como o que se esperaria da futura rainha da nação. Para dizer a verdade, Petuel não era o príncipe preferido, mas, como irmão mais velho, era o próximo na linha de sucessão ao trono.

Enquanto que Liam, como segundo filho, precisava casar-se com uma princesa de um dos reinos aliados, para manter a aliança. Tudo era uma questão diplomática.

Doralice tirou os óculos de leitura de seu rosto, esfregando os olhos, querendo mais do que nunca poder se livrar daquela papelada, embora estivesse acostumada a longas leituras antes mesmo de se tornar rainha.

— Deveríamos ter intervido — ela disse.

Charles levantou os olhos, enquanto assinava alguns papéis.

— Você nunca seria capaz de fazer isso — ele respondeu.

Apesar de sua indignação, sabia que seu marido estava certo.

Ela jamais interviria na decisão dos seus filhos, por menos acertadas que fossem.

Mas parecia que a Seleção tinha aumentado os seus problemas mais do que resolvido. Petuel não tinha escolhido uma esposa que fosse adequada para ser a próxima rainha, o que a preocupava extremamente sobre o futuro de Illéa. E agora que toda aquela preparação da Seleção tinha acabado (era bem difícil conviver com 35 garotas sob o mesmo teto), precisava decidir o que faria com Liam.

Não gostava de tomar as decisões por seu filho mais sensato e responsável, então estava apenas tentando facilitar o seu trabalho ao máximo, fazendo uma pesquisa minuciosa sobre as herdeiras dos países aliados, ou mesmo que estivessem interessados em formar uma aliança.

Escutou batidas na porta do escritório e olhou para Charles, perguntando-se que tipo de reunião ele tinha se esquecido de avisá-la daquela vez.

— Entre — ele respondeu, parecendo intrigado.

Os dois levantaram-se, assim que o primeiro ministro, Abraxas Malfoy, entrou.

— Vossas Majestades — ele curvou-se rapidamente, parecendo agitado —, a rainha Euphemia da Nova Germânia enviou um informante a este castelo, informando o assassinato do rei Fleamont.

Doralice trocou um olhar assustado com Charles.

Assassinato?

Em todo o seu reinado, nunca tinha escutado falar de algo como aquilo. Era o tipo de acontecimento que tinha estudado na História Antiga, mas não palpável o suficiente para ocorrer com um país aliado ao seu, ainda mais a Nova Germânia, que não enfrentava guerras ou grandes rebeliões.

— Isso é terrível — conseguiu respondê-lo — E o que a rainha espera que façamos?

— Ela pede abrigo por sua única filha — Abraxas respondeu.

— Precisamos de uma reunião com ela — disse Charles.

— Isso não será possível. Ela quer que a princesa Jane saia do país o mais rápido possível, e que ninguém consiga encontrá-la. Ela foi testemunha do assassinato, sabe quem matou o pai dela.

Charles parecia sem saber o que fazer. Era uma situação realmente inusual, do tipo que ninguém esperava ter de enfrentar quando subia ao trono. Por sorte, Doralice tinha um plano.

— Senhor ministro, comunique-se com Rita Skeeter. Não quero que uma palavra disso saia no Jornal Oficial de Illéa. Essa informação não sairá desta sala, entendeu? — ordenou, recebendo seu consentimento — No entanto, avise que uma nova Seleção ocorrerá.

— Uma nova Seleção? — perguntou Charles, parecendo extremamente surpreso — Planeja anular o casamento de Petuel?

— Não, planejo arrumar uma esposa para Liam, e esconder Jane neste castelo sem alarmar nem aos nossos aliados, nem ao nosso povo — respondeu Doralice.

— Certamente seria difícil de notar uma garota entre trinco e cinco, mas as selecionadas não perceberiam a presença da princesa, Vossa Majestade? — perguntou o ministro.

Doralice sorriu e respondeu:

— Que princesa, meu caro ministro?

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