— Ele está morto.
O oficial de Illéa, Alastor Moody, calou-se quando a criada terminou de empurrar a cadeira de rodas de Jane para dentro da sala.
Não era permanente, mas depois da cirurgia que teve que fazer para tirar a bala da sua espinha, os médicos acharam melhor que ela ficasse um tempo de repouso para evitar sequelas. A cicatriz do tiro não ia sumir das suas costas e ela estava tomando remédios para diminuir a dor todas as vezes em que tentava ficar de pé na fisioterapia, mas estava progredindo. Pelo menos estava viva.
Euphemia olhou para trás. Estava de pé, atrás da mesa do escritório. Tinha uma mão apoiada em um relatório militar com o símbolo de Illéa, que estava em cima da mesa, e a outra pendia ao seu lado. Ela deu um de seus raros sorrisos, indo até ela e trazendo-a para mais perto da mesa do escritório. Levantou o olhar, ao perceber que os oficiais tinham parado de falar, puxando finalmente uma cadeira para sentar-se e ficar na mesma altura da filha.
— Continuem — ordenou.
Um grupo de illeanos estava escondido perto do castelo desde a noite em que ocorreu a tentativa de assassinato de Jane. Tinha sido uma ordem expressa da rainha Doralice. Ninguém tinha conhecimento disso, nem mesmo a rainha Euphemia. Estavam esperando pelo momento propício para renderem Tom Riddle e seus comparsas e libertarem a rainha de seu domínio.
Tom Riddle estava morto e os que estavam com ele naquele dia tinham sido presos. Não era tudo, mas já era um começo. Seria difícil para os Todesser seguir em frente sem um líder, era isso o que eles esperavam.
— Não faz sentido como Tom possa ter descoberto sobre o paradeiro de Jane — comentou Euphemia — Ele disse sobre o convite de Illéa e o telefonema, mas somente isso não seria suficiente, a não ser que já soubesse.
— Temos motivos suficientes para acreditar que altas castas de Illéa estão envolvidas com os Death Eaters e... bem, altas castas participaram da Seleção — Moody respondeu — Ainda estamos investigando.
A Seleção.
Poderia ter sido Snape, Malfoy, Carrow... Poderia ter sido qualquer uma.
Ela talvez nunca soubesse quem estava envolvida. Naquele momento, ela não estava pensando nas prováveis culpadas da tentativa do seu assassinato, ela só conseguia pensar em Sirena.
Em Reyna, Artemisa, Fabiane, Stelle, Edelweiss, Fran, Edge, Benny.
Todas as amigas que fez durante aquele tempo.
— Eu gostaria de retornar para Illéa — ela disse à sua mãe, assim que se viram sozinhas novamente.
— Não pode — Euphemia respondeu no mesmo instante, virando a página de um relatório.
— Por quê?
— Bom, em primeiro lugar, você está em recuperação. Não vai viajar de cadeira de rodas e nem depois que se livrar dela, o que vai demorar. Em segundo, o nosso país precisa de suas soberanas neste momento, já passou muito tempo afastada.
Ela não olhou em sua direção em nenhum momento, enquanto dizia aquilo.
Só faltava um "E, terceiro, eu sou sua mãe e estou mandando que fique" para completar a linha de raciocínio.
Jane empurrou as rodas da cadeira com um pouco de dificuldade, saindo da sala, magoada. Seguiu sem dificuldades até o seu quarto, já que o escritório estava no mesmo andar.
Não deveria estar tão magoada com a sua mãe, supunha, já que ela não estava errada nas suas razões, mas mesmo assim estava. Hopkirk com certeza retornou a Illéa junto com a maior parte dos soldados de Illéa, ou talvez antes disso. Como McKinnon reagiria ao saber que ela não retornou? Como Liam reagiria?
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Undercover
Fanfiction[The Selection universe, Jily!genderswap] Para trinta e cinco garotas, a Seleção era a chance de suas vidas. A oportunidade de escapar da vida estabelecida para elas desde o nascimento. Entrar em um mundo de vestido brilhantes e joias de valor inest...