Capítulo 17

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McKinnon não a cumprimentou quando ela se aproximou.

O corredor estava escuro. Tinha vidro no chão que tinha sido varrido para debaixo do tapete. Provavelmente ele atirou nas lâmpadas para tornar mais fácil para eles.

— Vá se trocar — ele disse, entregando uma muda de roupas para ela — Espero que não esteja de salto.

— Não, eu não estou — Jane respondeu.

Ela não era tão estúpida. Tinha um par de botas sem salto que usava para cavalgar, sem aquelas atrocidades afiadas dos lados.

McKinnon assentiu e abriu uma das portas do corredor vazio, a que estava atrás dele.

— Se você me trancar, eu quebro a janela e saio por ela — Jane sussurrou.

Não esperou por sua resposta, entrando pela porta aberta e fechando-a atrás de si.

Acender a luz da sala seria arriscado, então aproveitou a luz do luar para se vestir. Pôs a muda de roupas em cima de uma mesa e começou a se despir, deslizando as mangas pelos braços. Tinha escolhido por um vestido sem cadarços, botões ou zíperes para não passar por complicações.

Pensava que nunca mais teria que colocar calças, mas não tinha outra opção. Era um uniforme militar, pelo que pôde enxergar, tinha até mesmo um quepe para esconder o seu cabelo. Tinha sido mesmo uma boa ideia usar as botas, em vez de sapatilhas.

Ela girou a maçaneta lentamente, esperando que estivesse trancada, mas não estava. McKinnon continuava de costas, observando o corredor e esperando por ela.

— Vamos — ele deu uma rápida olhada para ela, antes de seguirem para dentro do corredor cada vez mais escuro.

Eles foram pela entrada das cozinhas, descendo as escadas até chegarem aos dormitórios dos criados e guardas. Ninguém prestou atenção neles, concentrados demais em fazer o jantar ou as rondas.

Caminharam por um longo tempo pela trilha da floresta. Ele não parecia precisar de uma lanterna para saber por onde deveriam seguir. Estava com as costas tensas e não mantinha conversa com ela, parecendo contrariado. Ela não se importava, desde que ele a levasse até o transporte.

— McKinnon — saiu uma voz chiada do seu comunicador — Responda, McKinnon.

Ele pôs a mão em um dos botões do rádio e girou, silenciando a voz.

— Teremos que nos apressar, talvez tenham nos descoberto — disse, indiferente.

Jane podia sentir o coração bater forte conforme eles aceleravam o passo para dentro da mata. Seria mais fácil se eles usassem um carro, em vez de caminhar por tanto tempo.

Estava ficando cada vez mais nervosa e considerando que estava caminhando para uma armadilha quando a mata acabou e entraram em um campo iluminado por holofotes e coberto por asfalto. Uma enorme pista de pouso e decolagem de helicópteros.

McKinnon pôs a mão nas suas costas, enquanto apertava a caminhada. Eles correram em direção a um helicóptero que ligou as hélices no instante em que aproximaram-se. O guarda a ajudou a subir no banco traseiro.

— Não volte sem ela, Hopkirk! — ele gritou ao piloto.

Antes que ele pudesse ir, ela o abraçou como pôde, sussurrando um "obrigada" em seu ouvido. Então ele afastou-se, dando espaço para que o helicóptero decolasse.

Jane pôde ver quando guardas desceram do posto de comando e foram na direção de McKinnon.

— Se segure — disse Hopkirk, sem olhar para baixo.

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