Capítulo 15

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Jane odiava mangas bufantes, por mais curtas e discretas que elas fossem.

Mesmo assim, ela fez uma exceção para aquela noite. Preferia as mangas transparentes, postas por cima de seus ombros como se fossem uma jaqueta, do que os ombros nus por causa do vestido tomara que caia.

A parte de trás, pelo que pôde ver no espelho, fechava o vestido como se fosse um corpete, com o mesmo estilo de cadarço, mas era apenas decorativo. A saia era longa como sempre, mas bem afastada de suas pernas, os tecidos transparentes azuis sobrepondo-se até o momento em que não havia mais transparência a ser exibida.

— Eu acho que vocês não deveriam ir.

Reyna fechou o fecho do medalhão, virando-se para a sua mãe.

— Do que você está falando? — perguntou, rindo.

Jane soltou seu cabelo, que tinha afastado para ajudá-la a ter uma melhor visão do seu colo. O medalhão de prata não ficava muito bom com alguns vestidos, mesmo que não fosse tão grande ou grosso, mas ela não queria deixá-lo. Queria ter a presença da sua mãe consigo por aquela noite, mesmo que ela não estivesse realmente ali.

Não podia arriscar que Tom Riddle a acompanhasse direto para Illéa. Ela não sabia que era ele quem estava tentando matá-la, não poderia esperar tal dedução dela. Sabia o quão convincente e manipulador o conselheiro podia ser.

— Eu não estou com uma boa sensação sobre essa noite, Rey — disse Hope.

— Ei, o que pode dar errado? — Jane tentou tranquilizá-la, sorrindo.

— Da última vez, a senhorita teve uma crise alérgica e a senhorita Fran foi envenenada — Pomona respondeu por ela.

— Tenho certeza de que Liam tomou providências em relação a isso — disse Reyna, dando um olhar censurado a ela — E não é como se tivéssemos escolha. Estamos na Seleção, temos que seguir um cronograma.

— Eu sei — Hope segurou as suas mãos — Eu sei, minha filha.

— Se você quiser, a gente promete que não vai beber nada ou colocar qualquer coisa na boca — disse Jane.

Sirena deu uma única batida na porta, antes de abri-la.

— Se eu fosse você, tomaria cuidado com o que fala. Pode ser mal interpretada — ela brincou, sorrindo maliciosamente.

— Vamos, já estamos atrasadas — disse Jane, delicadamente, pondo uma mão no ombro de Reyna.

Ela assentiu, dando um último abraço na mãe ainda aflita.

— Aproveitem as comidas das cozinhas — sugeriu Jane, lembrando-se de como elas pareciam empolgadas da última vez para isso.

— Eu acho mais seguro que nós fiquemos aqui durante a festa — disse Pomona — Caso aconteça alguma coisa, será mais fácil de sabermos.

— Você sempre tão positiva, Pom — retrucou Reyna, parecendo irritada porque ninguém colaborava para a sua tentativa de acalmar a mãe.

Elas seguiram direto para o Grande Salão, daquela vez. Sem necessidade de pararem no Salão das Mulheres, como da outra vez. Ficariam ali esperando as suas companhias chegarem, enquanto as majestades lidavam com os jornalistas. Depois, não teriam um momento de sossego dos fotógrafos e repórteres.

— Eu não tive muita escolha — disse Sirena, nem um pouco animada com os seus visitantes.

Pelo seu tom de voz, Jane esperava que os próprios Orion e Walburga aparecessem pela porta, mas foram dois rapazes que ela nunca tinha ouvido Sirena falar sobre. No máximo, tinha escutado-a comentar sobre sua irmã mais nova, Regina.

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