06. I know what you did last Halloween

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— 4 de maio de 2018

Noah disse que também não tinha ninguém na casa dele, e eles rapidamente concordaram em ir todos para lá. Sadie foi a primeira a entrar no carro, querendo dar logo o fora dali. Talvez cada um voltar para a sua casa fosse o mais esperto a se fazer, mas nenhum deles queria ficar sozinho naquele momento.

— Como assim, você não viu? — Sadie perguntou ao namorado, assim que saiu do banheiro. Agora, eles já tinham subido e estavam no quarto de Noah. Ele tirava do armário os sacos de dormir que eles usariam e os passava para Gaten.

— Ele deve ter me vendado ou coisa assim — ele explicou, pegando o último saco. Parecia muito confuso. — Ele colocou alguma coisa na minha boca para eu não gritar, e eu não vi para onde me levou. Deve ter me levado para fora pela porta da cozinha. E no minuto seguinte eu estava sentado lá de novo.

Sadie sentou ao lado de Millie na cama de Noah. Millie viu que ela parecia nervosa, então a abraçou de lado.

No final, eles só acharam três sacos de dormir. E na cama só cabia duas pessoas, o que significava que alguém teria que dormir no sofá da sala.

— Eu que não vou ficar sozinha lá — Millie despistou.

— Eu quase morri essa noite — Noah se defendeu, e Sadie aproveitou a brecha:

— E eu quase fiquei viúva essa noite.

Eles ficaram todos em silêncio por um tempo, até que Finn bufou.

— Eu fico com o sofá.

Noah entregou a ele um travesseiro e uma coberta.

— Eu e a Millie ficamos com a cama — Sadie se adiantou. Ela já foi se enterrando embaixo dos cobertores, e Millie deitou ao seu lado. A cama era grande, então couberam as duas e ainda sobrou espaço. Finn ficou olhando para aquele espaço como se dissesse "Eu caberia ali", mas pegou suas coisas e foi para a sala.

Noah esperou todos se acomodarem e apagou a luz. Por sorte, um pouco da luz da lua entrava pela janela, evitando a escuridão total. Millie colocou uma mão embaixo do travesseiro e fechou os olhos, mas seus pensamentos estavam longe de deixá-la em paz.

Porque quando recebeu a primeira mensagem, ela pôde jurar que o assassino estava tentando atingir a ela em particular. Mesmo depois de Finn ter sido ameaçado, Millie ainda manteve isso em mente. Na hora, ela assumiu que o anônimo estivesse tentando atingir alguém com quem ela se importava, mas agora não tinha mais tanta certeza. Ela se sentia como se estivesse tentando montar um quebra-cabeça, só que com peças soltas que não se encaixavam.

Millie virou para o outro lado. Ela sabia que Sadie não estava dormindo, mas ainda assim fez isso com delicadeza para não incomodá-la. A ruiva se alarmou.

— Millie? — ela olhou com os olhos semicerrados. — O que foi?

Millie despistou com um movimento de cabeça, mas Sadie foi afundo:

— Você acha que isso tem a ver com aquelas mensagens que você recebeu?

— É o que mais faz sentido — Millie replicou, no mesmo tom baixo. — Mas isso ainda me deixa confusa. Eu achei que essa... Pessoa estivesse atrás de mim, mas depois de hoje eu não sei mais. Eu não acho que ela iria se expôr desse jeito só para me dar um susto.

— Millie, nem tudo gira em torno de você — Sadie repreendeu, mas não era em tom de discussão. — Você devia ter falado com alguém sobre isso.

murderville | stranger thingsOnde histórias criam vida. Descubra agora