Finale

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what if we rewrite the stars?

— No mesmo dia

Se o assassino fosse Jack Dylan Grazer – somente ele –, não seria surpresa nenhuma. Millie moveria montanhas para garantir que ele apodrecesse na cadeia até a morte.

Se o assassino fosse Gaten Matarazzo, Millie ficaria surpresa. Ela sempre soube que o amigo tinha grande capacidade intelectual, mas nunca imaginou que ele a usaria para o mal. Ele tinha todo aquele jeito de falar as verdades por meio de brincadeiras que deveria até ser um pouco suspeito, mas, no final, ela estava certa e suspeitar muito dele não a levaria a lugar nenhum.

Se o assassino fosse Caleb McLaughlin, Millie teria se penalizado por não ter pensado nisso antes. Ela se repreenderia por não ter desconfiado mais dele quando ele dava claros motivos para isso, causando intrigas e discórdia entre todos eles. E se repreenderia por não ter investigado aquelas ambições dele mais afundo, para chegar a uma conclusão que mais se aproximasse da verdade.

Se a assassina fosse Hanna Toddler, Millie se culparia por não ter acreditado em Finn quando ele tentou abrir seus olhos para aquela realidade, quando ela não apenas o ignorou, mas a defendeu. Mas então ela pararia para pensar e perceberia que a teoria dele fazia bastante sentido. Não havia um sinal concreto de onde o corpo de Hanna poderia estar e ela tinha muitos motivos, era a pessoa que tinha mais motivos. Tinha motivos para torturar Millie desse jeito mais do que qualquer outra pessoa na Terra.

Se o assassino fosse Noah Schnapp, Millie não teria acreditado. Ela não teria acreditado, porque ele era uma pessoa boa de um jeito genuíno. Ele não faria mal a uma mosca, mesmo que a mosca zumbisse em seu ouvido até a morte. Ele não tinha o sangue nos olhos e a sede de justiça que Millie passou a ter. Ele não tinha o perfil de um assassino.

E se o assassino fosse Finn Wolfhard, primeiro Millie choraria. Ela choraria de pensar que entregou seu coração a um assassino, que se entregou inteira a um assassino. Ela choraria de pensar que aquele garoto doce, atrevido e divertido que a ajudou tanto estava todo esse tempo mentindo e a manipulando, aproveitando-se dela, destruindo seu psicológico. Ou seja, se o assassino fosse Finn Wolfhard, Millie provavelmente se mataria. Ou pediria que ele a matasse, só para ver se ele tinha a coragem.

Millie pensou em tudo isso para chegar à conclusão de que: se Sadie Sink fosse a assassina, ela não reagiria. Ela ficaria parada onde estava quando descobriu, com um milhão de coisas em turbulência na sua cabeça. Até que alguém fizesse ou dissesse algo, ela continuaria parada sem reação.

Sadie Sink. Sua melhor amiga Sadie Sink. Sua amiga acima de qualquer garoto. Sua amiga acima de qualquer pessoa. Sua primeira opção quando se tratava de qualquer coisa e sua última quando se tratava de procurar o assassino.

Millie contrariou suas próprias expectativas. Ela realmente ficou parada sem reação até que alguém fizesse algo, mas quem fez foi ela.

— Noah! — ela estava correndo tão rápido que ele teve que segurá-la para que não caísse. — Noah, cadê a Sadie?

Ele olhou ao redor, mas ela e Gaten não estavam mais lá.

— E-eu não sei, Millie, por que?

Os olhos de Millie brilhavam e agora era de raiva.

— Chama a polícia.

...

you think it's easy?

— Como assim ela é a assassina?!

— Fala baixo — Millie repreendeu Noah. Ela olhou ao redor como para se certificar, mas não parecia ter alguém prestando atenção. Ainda assim, ela não correu o risco e sussurrou: — Encontraram uma carta no bolso da calça do Finn em que ele estava explicando tudo. Ele descobriu que era ela com o teste da digital e quando a confrontou ela ameaçou me matar se ele a delatasse.

murderville | stranger thingsOnde histórias criam vida. Descubra agora