14. Lakehouse - parte 2

1.3K 105 770
                                    

— 6 de março de 2018, 10:30

Há uma cidade a menos de 200 quilômetros do centro de Paris, chamada Deuville. A cidade é conhecida por seus pontos de lazer que são muito cotados pela elite francesa e por turistas que procuram fugir um pouco das super-lotações, filas e do estardalhaço da capital.

É quase impossível conseguir uma boa hospedagem em Deuville em alta temporada, mas por sorte eles não estavam nessa época. E por sorte, graças a Sadie Sink, eles tinham uma hospedagem de melhor qualidade impossível; uma casa no lago que os providenciaria a privacidade e a tranquilidade que queriam durante os dois dias e uma noite de estadia.

Hanna tinha dito que não queria um aniversário grandioso, só queria passar um tempo livre com seus amigos, congelar com a água do lago e assar marshmallows à noite na fogueira. Finn tinha que admitir que era um programa que o agradava, e só agora ao ter sido privado disso ele se dava conta de que vontade de ir.

— Não esperem nada chique demais — Sadie os avisou quando eles se reuniram no saguão do hotel. Ela se voltou para Hanna, meio acusatória: — Especialmente você. É só uma casa no lago normal.

— Eu sei, Sadie — a loira puxou a sua mala até o centro onde Noah e Millie estavam, esperando com as suas respectivas malas. Hanna era a única exagerada com três. — Estamos todos aqui? Posso chamar o motorista?

Todos a olharam com as sobrancelhas erguidas.

— Você não está se esquecendo de nada? — Gaten sibilou com um ar irônico, e Hanna pegou o celular do bolso, fazendo pouco caso.

— O Finn não vem.

Finn estava em seu quarto, combinando por mensagens com o motorista a hora que ele poderia passar lá para pegá-lo, que não podia demorar, quando uma mensagem de Millie chegou.

Desce no saguão. Agora.

Finn bufou. Ele pegou o cartão da porta e foi correndo. Ele sabia do que se tratava, e não podia perder a sua carona, porque o seu motorista seguiria o deles até uma boa parte do percurso. Como estavam apenas no terceiro andar, ele resolveu usar as escadas e foi correndo até o térreo. Ele trombou com tudo em alguém ao chegar lá.

— Opa, meu lindo.

— Jack? — Finn balançou a cabeça. Não podia se preocupar agora com o porquê de Jack Grazer estar na França. No mesmo momento que eles, e aparentemente no mesmo hotel. — Você viu a Millie e o resto?

— Eles estão al... — Jack não tinha terminado de falar, mas como apontava na direção, Finn seguiu sua instrução e o deixou ali. Na metade do caminho, ele percebeu que o garoto o seguia e bufou.

Millie mexia no celular quando Finn chegou, então quando notou sua presença ali, ela levou um susto. Ela bloqueou o celular e cruzou os braços.

— Que história é essa que você não vai??

— Eu...

— E esse problema é tão grande que não pode esperar para depois?

Quando Finn olhou para Hanna confuso, ela já o olhava, com o cenho franzido.

— Você tem que voltar para casa por problemas familiares. Lembra? — essa última palavra saiu ameaçadora e entredentes, o que Finn esperou que Millie não tivesse notado.

Finn imitou a posição de Millie e cruzou os braços. Então Hanna o desconvidava e ainda fazia parecer que o culpado por sua ausência era ele, para não ficar feio para ela?

Ele jurava que tentava não pensar nisso, porque quanto mais pensava nas ameaças do Halloween, e no vídeo do ano novo, mais ele acreditava já ter encontrado o responsável por aquela perseguição. E mais ele achava que essa possível descoberta iria fazer dele o alvo das desconfianças, como estava acontecendo agora.

murderville | stranger thingsOnde histórias criam vida. Descubra agora