O Bar do Moe

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-Não! A garota gritou chutando o ar e abriu os olhos percebendo que estava na cama, e que já deveria ter anoitecido, devido às sombras das luzes do lado de fora. Stacy respirou fundo e se sentou na cama, ainda checando as pernas como se aquilo tivesse sido real. - Que idiotice. Ela riu baixo se levantando e foi até o guarda roupa pegar uma jaqueta, os analgésicos haviam dado uma enorme aliviada na dor. Stacy vestiu a jaqueta, encarando sua camiseta preta sem desenho algum e calçou as botas, descendo as escadas devagar.

-Aonde pensa que vai? A mãe perguntou sentada na poltrona enquanto algum programa de animais passava no Discovery Channel. - Achei que fosse descansar.

-Bom... Eu já descansei. Estou ótima e agora vou ver os Renegados.

-Isso lá é nome de banda. Grace retrucou se levantando e vendo a filha bufar alto. - Eu me preocupo. E se algo acontecer com você?

-Mãe, é só um show aqui na esquina. Não é como se eu estivesse indo ver o Motorhead na Áustria. Vai ficar tudo bem, e depois o Guilherme vai estar lá. Ela deu de ombros olhando o celular rapidamente.

-Guilherme vai estar no palco, nem vai poder cuidar de você. A mulher protestou ainda tentando convencer a garota.

-Mãe. A Julie também vai. Eu vou ficar bem. Tchau. Ela disse beijando a testa da mãe e saindo porta afora com as chaves do carro.

                             O bar do "Velho Moe" estava lotado aquela noite, Stacy se lembrava bem dos shows vazios que ela tinha ido com os garotos, e quantas vezes ficara dançando no meio do vazio esperando ser distração o suficiente para não deixar os garotos desanimarem. Tom e Johnny estavam na banda á dois anos, os dois tocavam com Guilherme desde a pré-escola. Assim que estacionou o carro, ela examinou os bolsos procurando um dos cartões que Guilherme lhe dera dizendo que era a credencial da banda, Stacy caminhou até o segurança e lhe mostrou o cartão da loja de chá gelado, com uma assinatura de Guilherme ao lado. O homem de cabelos negros e barba um tanto grisalha rolou os olhos antes de liberar a entrada da garota. O bar estava abarrotado de garotas com uma camiseta que Tom mandara fazer com o nome da banda, a certa distância ela pode identificar Johnny no bar, tomando um coquetel de frutas vermelhas.

-Os Renegados chegaram! Ela disse cutucando o garoto que praticamente pulou da banqueta á qual se sentava.

-Chegou a maluca do futebol. Quer me matar? Nem fiquei famoso ainda. Ele retrucou escutando a gargalhada dela enquanto a mesma se sentava ao lado dele e tomava um pouco do coquetel do garoto.

-Aonde estão os meninos? Stacy disse olhando para o garoto de cabelos espetados, pintados de azul escuro, os olhos levemente delineados, dando certa acentuada no castanho da sua íris. Johnny sacudiu os ombros , fazendo com que algumas das tachinhas de sua jaqueta tilintassem baixo.

-Tom está ensaiando com o Jeffrey, a bateria e o baixo tem um som bem interessante juntas. James saiu para comprar umas baquetas mais cedo e juro que o vi parado lá no estacionamento.

-E enquanto isso você enche a barriga de coquetéis e Guilherme deve estar se amassando com Julie no banheiro. Acertei? Ela sorriu torto vendo o garoto tirar uma palheta do bolso.

-Já pratiquei o suficiente. Pergunte ao Slash. Ele falou se levantando enquanto algumas garotas vinham em sua direção.

-Garotos. Ela rolou os olhos se levantando e foi direto para um quartinho nos fundos do bar, Aquele cantinho cheio de mofo ao qual eles chamavam de camarim. A porta estava aberta, Guilherme estava sentado em uma poltrona velha, de uma camurça verde desgastada com uma guitarra cheia de adesivos de bandeiras dos países á qual ele queria visitar e os pés apoiados numa mesa com uma das pernas quebradas. -Olá.

Fighter: Uma Luta Pela VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora