Mendes, Guilherme Mendes

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2 Dias Depois, 5 horas da Manhã, Casa dos Curtis.

Stacy encarou o relógio ao lado da cama, percebendo o quão cedo ainda era e tentou se obrigar a voltar a dormir, mas o nervoso e a ansiedade em relação ao seu primeiro jogo estavam a deixando de cabelo em pé. A garota suspirou irritada com seu próprio comportamento e lentamente se forçou a sentar na cama, ela e Yumi já haviam tido uma conversa sobre independência, que era o grande objetivo de Stacy. Por isso mesmo ela tinha pedido ao pai que instalasse as barras de apoio no banheiro, juntamente com a cadeira, a garota entendia toda a preocupação do namorado e suas boas intenções em lhe dar o melhor para sua nova vida e condição, mas ela queria ser como os outros, sem facilidades, enfrentar tudo de frente e se fosse possível; sozinha na maioria das vezes.

-Vamos lá, Curtis, hora de fazer algumas coisas sozinha. Ela sorriu para si mesma prestando atenção nas travas de sua cadeira, que graças à Luísa, sempre ficava ao lado da cama. Apesar de ninguém apoiar muito a ideia de Stacy tentar fazer tudo sozinha, a irmã era a única em casa que achava que o quanto antes acontecesse, seria melhor.

Stacy segurou uma das pernas colocando-a na beira da cama juntamente com a outra deixando-as apoiadas, a garota respirou fundo se lembrando do que Yumi lhe dissera sobre a força nos braços. Assim que confirmou que sua cadeira estava travada, ela segurou com força no braço da cadeira enquanto sua outra mão grudava com força no apoio da cama, seus braços doeram por um breve momento, fazendo-a fechar os olhos e querer desistir por um instante, mas Stacy simplesmente respirou fundo e focou no que precisava fazer. A mão segurou ainda mais forte no apoio da cadeira e sorriu vitoriosa ao perceber que tinha acabado de conseguir sentar na cadeira, a garota foi para o banheiro e não conseguia parar de se encarar com o famoso sorriso de um milhão de dólares. A garota não conseguia parar de pensar no jogo por um segundo sequer, seria importante não só para ela, mas também para suas novas colegas de time que jamais haviam estado em um campeonato, mesmo que fosse o menor deles. Stacy foi até a cozinha empurrando sua cadeira até a geladeira, pegando um pouco de leite e uma fatia do bolo que a mãe fizera na noite anterior. A casa permanecia em completo silêncio quando ela foi até a mesa, encaixando sua cadeira no espaço reservado para si e começou a comer, talvez tivesse sido uma vitória minúscula, mas Stacy tinha para si que independentemente dos resultados alcançados no jogo, ela tinha feito um grande avanço.

-Mãe! Stacy sumiu! Ela ouviu Luísa gritar e uma sucessão de passos correndo pela casa em seguida, a garota não conseguiu evitar rir baixo e encarar o topo das escadas aguardando que a família surgisse na cozinha. - Vamos ligar para o James.

-Para fazer o que? Stacy ergueu a sobrancelha ao ver os pais descerem com a irmã em seu encalço, todos pareciam abismados com a imagem da garota tomando seu café como antigamente, era o ritual antes dos jogos. - Estou bem.

-Você... Desceu sozinha? Grace perguntou boquiaberta enquanto a filha sorria concordando em completo silêncio. - Eu...

-Falei para você. Taylor atacou rindo alto e correu até a filha, enchendo seu rosto de beijos, como se soubesse que seria possível. - Sua mãe nunca deixou de te tratar como uma bonequinha de porcelana. O homem sorriu se sentando ao lado de Stacy, admirando o grande feito que ela havia alcançado.

-Eu... Isso é simplesmente fantástico. A mãe declarou já chorando e indo até a garota, que não sabia muito o que dizer para Grace, embora ela sempre tivesse sido uma boa mãe e protetora, todos sabiam que ela passava do limite na maioria das vezes. - Me perdoe por não te deixar tentar, só achei que ainda não fosse a hora.

-Está tudo bem. Stacy disse segurando a mão da mãe enquanto Luísa seguia encarando-a prestes a fazer uma dancinha. - Não se atreva. A garota ameaçou, mas nem aquilo foi suficiente para parar a mais nova.

Fighter: Uma Luta Pela VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora