Davies

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          Stacy riu divertida e foi direto para o banho, depois de trocar as roupas e pentear os cabelos apressadamente ela desceu as escadas encontrando James sentado no sofá, olhando um dos livros que Luísa costumava largar na mesa de centro. O garoto lançou um olhar ás escadas quando escutou os passos dela e deixou o livro de lado.

-Então, o que aconteceu com você? Ela perguntou sentando ao lado dele no sofá mas, James parecia estar muito distante.  -James? Stacy chamou mais uma vez acenando na frente dos olhos dele, sendo empurrada para a almofada atrás de si, de repente ele estava sob ela avançando em seus lábios com força, tentando dizer algo com beijos. A garota envolveu os braços ao redor da cintura dele sentindo as mãos do garoto passarem por seus cabelos molhados, os lábios tocando o pescoço dela com delicadeza e em seguida ele estava encarando-a com a respiração pesada demais.  - James... Stacy sussurrou já um tanto preocupada com ele e então o barulho da porta se abrindo fez com que o garoto caísse do sofá.

-Ai. Ele retrucou se sentando e percebendo que a mãe de Stacy havia acabado de chegar, a mulher estava cheia de sacolas de mercado. Ela tinha o mesmo olhar desafiador de Stacy, os cabelos também dourados porém, num tom mais escuro e de alguma forma parecia estar se divertindo com a expressão dele.

-Saia dai James! Stacy disse gargalhando e puxando o garoto pelo braço enquanto ele se oferecia para ajudar a mulher até a cozinha com as sacolas.

-Eu disse que eu não deveria ter entrado. Ele sussurrou na cozinha, enquanto a mãe da garota preparava um lanche para os dois.

-Então James, você faz parte da banda do Guilherme? Grace falou colocando uma bandeja de sanduíches sob a mesa e o garoto concordou tentando não parecer tão assustado por quase ter sido pego agarrando Stacy no meio da sala.

-Sim, eu toco violão.

-E é muito bom. A garota sorriu sentando à mesa e puxando-o para a cadeira ao lado. -Inclusive ele que me motivou a não desistir.

-Não exagere. Ele retrucou vendo a mulher rir baixinho e se afastar rapidamente com uma expressão triste no rosto. - O que eu disse de errado?
-Acho que ela lembrou do meu pai. Eu já volto. Stacy falou se levantando rapidamente e seguindo a mãe até o andar de cima. - Mãe? A garota disse se aproximando da porta do quarto onde a mulher encarava uma foto do marido, no porta retrato que sempre ficara na cabeceira da cama.

-Está tudo bem. Ela sorriu limpando as lágrimas do rosto e colocou o quadro de volta no lugar. - Seu James me lembra tanto seu pai...

-Ele não é meu James mãe. Stacy disse sem jeito e a mulher riu, negando com a cabeça.

-É o que você acha, vá fazer companhia para ele. Vá. Ela disse praticamente expulsando a filha do quarto. A garota beijou a bochecha da mãe e desceu as escadas rapidamente, voltando para a sala e encontrando James no celular, ele parecia cansado e um tanto irritado.

-Não Yumi, eu já falei. Você não vai deixar ela ir. É óbvio que ela está estressada. Pelo amor de Deus, faça o que eu mando uma vez na vida, preciso desligar. Ele disse antes de se voltar para a escada onde Stacy estava parada.

-Não foi minha intenção escutar... Ela falou percebendo o sorriso no rosto dele, enquanto se aproximava dela e pegava sua mão.

-Está tudo bem, não é nada importante. Ser o único filho no meio das garotas pode ser estressante. James falou olhando para o emaranhado de dedos que eram as mãos dos dois e sorriu.

-Quer dizer que você é rodeado de mulheres? Stacy brincou descendo o restante dos degraus e puxou a mão do garoto, caminhando para o lado de fora da casa.

-Pode-se dizer que sim. Quer dar uma volta? Ele perguntou encostando na frente do carro e ela concordou sorrindo ao entrar no veículo em seguida.

-Nós poderíamos ir na praia. Ela disse vendo James concordar enquanto ligava o carro e dirigia para o centro da cidade. - Quem era no telefone? Stacy disse percebendo que sua curiosidade não iria sossegar até ela descobrir mais sobre ele.

-Minha irmã. James disse ligando o rádio em um volume baixo e seguiu encarando a estrada. - Meu pai é médico e passa bastante tempo de plantão. Ele recebeu uma proposta para trabalhar em um projeto experimental ontem á noite. E minha mãe está praticamente surtando com a ideia. Ele explicou toda a situação calmamente enquanto Stacy ainda o observava.

-E você acha que ele deve ir? Ela questionou erguendo a sobrancelha vendo James dar de ombros.

-É o que ele quer. Estamos todos grandes o suficiente e ela pode muito bem esperar um tempo. Quando se ama alguém você espera. Não é como se ela fosse morrer em cinco meses. E depois... Ela sempre pode ir visitar ele, tenho certeza que minha família ajudaria a cuidar do restaurante.

-Você tem razão mas, a saudade é difícil. Talvez seja isso que a esteja fazendo surtar. Stacy disse com a mente na mãe, na saudade que ela mesma sentia do pai, em quantas vezes chegava em casa e abria a porta esperando encontrá-lo sentado em sua velha poltrona lendo sobre pescaria.

-Eu sei. Foi tudo que James disse até chegarem a praia, estava praticamente deserta para um dia de semana. Stacy desceu do carro e praticamente correu pela areia, arrancando os sapatos enquanto James a seguia, gargalhando e dizendo o quão louca ela era. A garota correu pela areia dançando enlouquecida, imitando James e fazendo caretas ao mesmo tempo que ele corria atrás dela.

-Meu nome é James. Sou lindo e gosto da minha banda. Stacy disse tentando imitar a voz dele e correu em direção da água sentindo os braços do garoto em volta de si, ela sorriu para si mesma sentindo algo estranho no peito, como se um daqueles vazios que sentia de repente houvesse sumido.

-E da Stacy também. Ela escutou ele sussurrar quando uma onda veio em cima dos dois, derrubando-os na água, molhados e gargalhando alto. James sorriu encarando o céu que estava azul, sem nuvens enquanto as ondas seguiam os acertando e ambos permaneciam deitados na areia, como se ali fosse sua cama e as águas o lençol. - Faz tempo que não me sentia assim...

-Assim como? A garota disse se sentando na areia, olhando diretamente para ele que ainda seguia deitado ali, o cabelo um misto de negro com pontinhos dourados da areia da praia.

-Em paz. Ele respondeu fechando os olhos antes de abri-los mais uma vez e se levantar puxando-a consigo. - Quer comer alguma coisa?

-Hmm. Na verdade não. Stacy negou espirando em seguida. - Mas certamente preciso de uma blusa.

-Vamos. James riu baixinho envolvendo um braço ao redor dela, levando-a de volta ao carro, o garoto mexeu no porta malas por um tempo e então voltou para ela entregando uma camiseta azul de moletom que dizia "Davies 10" atrás.

-Você mentiu sobre o time não é? Ela riu vestindo a camisa e entrando no carro em seguida. -Aposto que um garoto de dez anos não caberia nisso.

-Eu joguei até o ano passado, quando descobri que amava a música mais do que tudo. Ele respondeu ligando o carro e dirigindo de volta para casa. Stacy deu uma leve cochilada sem perceber e quando abriu os olhos estava parada na frente de casa, James estava encostado no volante do carro olhando para ela maravilhado enquanto as luzes de sua casa vagarosamente iam se acendendo.

-Nossa James, por que não me acordou? Ela retrucou se ajeitando no banco do carro, vendo o sorriso no rosto dele.

-Você estava ganhando. Não queria atrapalhar. O garoto falou tirando o cinto de segurança e desceu do carro em seguida, abrindo a porta para Stacy.

-Estava ganhando? Ela franziu o cenho descendo do carro e caminhou com ele até a entrada de casa.

-Era o campeonato. Ele explicou com um sorriso torto e a garota riu baixo rolando os olhos. - Eu preciso ir para casa. Obrigado por hoje.

-Obrigada você. Stacy sorriu beijando-o rapidamente e entrou em casa, já esperando que a mãe ou a irmã aparecessem para rir de sua cara mas, quando ela abriu a porta seu coração parou. Seu pai estava em casa. Exatamente como ela havia lembrado mais cedo, na poltrona, lendo sobre pesca.
Ele não mudara nada, os cabelos ainda eram escuros em um tom castanho, os olhos azuis como o céu em seu melhor dia e o sorriso que derreteria qualquer geleira do mundo, ele olhou para cima e se deparou com a garota que praticamente pulou no pescoço do pai.

-Minha garota. Como você está suja de areia. Ele retrucou escutando a risada dela, que mantinha seu rosto escondido no ombro do pai para não deixar suas lágrimas à  vista.

-Eu senti muito sua falta. A garota falou olhando para ele, memorizando cada pontinho de seu rosto, como se o homem fosse sumir á qualquer instante.

-Também senti sua falta querida. O pai sorriu beijando a bochecha da garota e encarou a peça de moletom que ela vestia. -Quem é Davies?

-O namorado dela. Luísa disse descendo as escadas, com um de seus livros na mão. - Ele acabou de sair.

-Fique quieta Lu. A irmã retrucou vendo a expressão curiosa no rosto do pai, mas tudo foi interrompido pelo cheiro da tradicional lasanha de Grace Curtis. Ela deveria estar tão feliz agora, pensou Stacy enquanto se levantava do colo do pai e caminhava até a cozinha, se deparando com a mãe arrumando os pratos. Grace havia feito uma trança no cabelo, que se interligava á outra, vestira um dos vestidos azul bebê, que ela costumava contar ás garotas que o pai adorava e a felicidade em seu rosto, era muito difícil de não notar. - Quer ajuda? Ela perguntou vendo a mulher levantar o olhar e sorrir em sua direção concordando.

-Ele vai ficar por uma semana antes de voltar definitivamente para casa.

-Definitivamente? Stacy ergueu as sobrancelhas se sentindo estranhamente animada.

-Seu pai vai se aposentar. Ela disse enquanto o homem entrava na cozinha em seguida.

-Minha rainha. O pai sorriu abraçando-a e Stacy saiu dali rapidamente, esperando não estar incomodando os dois.

-Você quem mexeu no meu livro? Luísa perguntou com um sorriso no rosto, era bem raro alguém gostar dos livros de mitologia que a garota lia.

-Não, foi o James. A garota respondeu se sentando no sofá e pegou o celular que agora estava no bolso do moletom dele.

Fique com o moletom para você. Boa noite.

-É ele? Luísa perguntou curiosa se encostando na irmã para ler a mensagem. -Ele te deu um moletom, ai meu Deus. Você precisa namorar com ele.

-Pare com isso. Ela riu se levantando e foi até o banheiro, tentando tirar o resto de areia que ainda havia em seu cabelo.

                    O jantar foi divertido como não havia sido desde o ano passado, quando o pai viera para o natal e as garotas deixaram presentes para ele embaixo da árvores, dizendo que a mamãe Noel gostava dos homens que protegiam as pessoas. Stacy mal conseguia controlar a felicidade que queimava em seu peito, era como se de repente tudo estivesse finalmente encaminhado, tudo na hora certa. Como James dissera.
         A garota precisou de uma boa dose de coragem até conseguir levantar da cama para ir a escola, ela havia encontrado Guilherme no caminho e os dois conversaram sobre a banda, sobre o jogo e a possível bolsa de estudo que ela conseguiria até o final do ano. Assim que Stacy entrou na sala da Sra Harrison, ela pôde ver as mesas organizadas em duplas e Gabriel estava encarando um caderno, sem interesse algum.

-Oi. Ela disse antes de sentar ao lado dele, que levantou o olhar para ela curioso.

-Primeira vez que chego antes que você. Gabriel falou em um tom divertido enquanto a garota sentava ao seu lado.

-Acontece. Stacy riu baixinho encarando o caderno que ele estava olhando e pode perceber que se tratavam de anotações para o trabalho. - Você quem fez isso? Ela perguntou pegando o caderno, lendo algumas das observações que o rapaz escrevera.

-É, não tinha o que fazer ontem, alguém me trocou por um garoto qualquer.

-Muito bom. Ela disse ainda prestando atenção nas palavras, quando olhou para ele que ainda matinha um sorriso malicioso no rosto.

-Entendi bastante. O garoto retrucou enquanto a professora entrava na sala de aula falando sobre o que deveriam fazer. Gabriel seguiu encarando a garota mas, naquele ponto ela já estava distante, o pensamento no pai e logo depois em James. -Ei. Estou falando com você.

-Hm o que? Stacy disse distraída e olhou para o garoto em seguida. -Me desculpe eu estava longe.

-Percebi. Então, já resolveu se vai aceitar treinar comigo?

-Achei que já tinha aceitado. Stacy retrucou olhando para o caderno e escrevendo algumas anotações.

-Só queria me certificar. Ele sorriu encostando o ombro no dela, fazendo Stacy olhar em sua direção. - Ainda vamos sair?

-Eu vou estar ocupada esses dias... Ela disse sem graça se sentindo estranhamente presa á James, como se fosse errado estar com outro alguém.

-Tudo por causa daquele garoto? Gabriel perguntou interessado vendo a garota rolar os olhos

-Não vou falar da minha vida com você Johnson. Stacy retrucou respirando aliviada ao escutar o som do fim da aula. No refeitório, a turma de sempre estava reunida na mesa conversando quando Stacy chegou e sentou ao lado de Julie.

-Demorou hoje. Tom falou olhando para a garota que lhe mostrou a língua.

-Estava estudando. Me deixe em paz. A garota retrucou escutando a risada de Guilherme.

-Ele está fazendo sua segurança.  James tem olhos em todos os lugares. Jeffrey esclareceu rindo baixo.

-Mas se ela continuar por aí usando as roupas dele, nem vai precisar. Julie disse tomando um pouco de café e Stacy ruborizou de imediato lembrando que não tirara o moletom de James.

-Já estão dividindo as roupas. Não me façam shippar vocês. Guilherme disse em um tom afeminado e Stacy gargalhou alto negando com a cabeça.

-Parem com isso. Eu e o James estamos só...

-Se divertindo? Julie completou com um sorriso no rosto. - Foi a mesma coisa que eu disse para o Guilherme.

-Estamos nos divertindo amor. Não faça isso parecer monótono. O garoto retrucou fazendo uma careta.

-Ele é um cara legal, merece alguém como a Stacy. Johnny disse se levantando e todos olharam para ele, como se fosse estranho escutar o garoto se pronunciar.

-Concordo nisso. Tom falou exatamente quando o sinal do fim do intervalo tocou. Stacy foi direto para o treinamento, encontrando o ginásio vazio. A garota olhou no relógio, percebendo que ainda estava cedo e então viu a figura de Gabriel surgir.

-Achei que te encontraria aqui. Ele sorriu caminhando até a garota, que ainda olhava ao redor do ginásio. - Está adiantada.

-Por que não para de me seguir? Isso está começando a ficar chato.

- Eu estou tentando ser seu amigo, você que quer bancar a chata. O garoto riu baixo e caminhou até a cesta que as bolas ficavam organizadas. - Já pensou para onde quer ir? A faculdade...

- Ainda não decidi por nenhuma. Eu sonho em jogar em time profissional, algo tipo Manchester United ou Chelsea... Ela disse com um sorriso no rosto, como se estivesse se imaginando naqueles times e Gabriel sentiu uma simpatia por ela, aquele havia sido seu sonho um dia. -Talvez Londres...

-É possível para você. Ele disse por fim com um sorriso ao pegar a bola e chutar longe. -Mas não pode desistir.

-Como você fez? A garota ergueu a sobrancelha curiosa, o encarando com diversão.

-Exato. Gabriel disse sem graça e correu até a trave, pegando a bola que não havia entrado no gol.

-Não vai me contar mesmo porque desistiu? Ela perguntou tirando o moletom e caminhando até ele que olhava para cima, encarando nada em particular.

-Só se aceitar treinar comigo. O garoto sorriu torto olhando para ela em seguida.

-Tudo bem. Eu aceito, agora comece a falar. Stacy ordenou tomando a bola dele e chutou-a para a trave na direção oposta. O garoto riu baixo correndo atrás dela antes de tentar tirar a bola do gol, mas Stacy tinha sido mais rápida.

-É constrangedor falar sobre isso... Aconteceu no campeonato Interestadual. Eu estava quase conseguindo uma vaga para entrar num time local. Ele se explicou pegando a bola e a girando no dedo, como fizera antes. - No intervalo do primeiro tempo eu encontrei meu pai com outra mulher perto do vestiário.

-Que horrível. A garota sussurrou parando ao lado dele vendo o rapaz concordar.

-Essa não é a pior parte, a mulher... Era minha tia. Eu não consegui ficar parado ali, só olhando. Eu os confrontei, obriguei-o a dizer a verdade para minha mãe ou eu mesmo faria. Aquela noite foi horrível. Eu larguei o jogo no meio e me enfiei em um bar qualquer. Quando cheguei em casa, encontrei minha mãe chorando, dizendo que tinha nojo do meu pai e que iria embora. E eu fui com ela. Ele deu de ombros colocando a bola no chão e a chutou irritado. - E então de repente ele precisava de mim aqui.

-Mas por que você não pôde ficar com a sua mãe? A garota perguntou confusa e ele sorriu torto se virando na direção dela.

-Porque ela achou que eu deveria vir. Porque eu passei os últimos quatro anos com ela. Ele deu de ombros entediado e sorriu para a garota.

-Acho que entendo o porque da sua rebeldia mas, você está perdendo seu tempo. Stacy falou sentando no chão, no meio da linha desenhada em branco. - Sabe... Meu pai serviu ao exército por vinte e cinco anos e durante todo esse tempo eu fiquei sem o ver, morrendo de saudades, passando dias e dias vendo ele só por Skype. Na maioria das vezes meu pai nem estava conosco no natal, nem nos meus aniversários... Eu não podia chegar em casa e contar para ele sobre meu dia, comemorar minhas vitórias, esperar o ver nos jogos que eu tinha. Não desperdice isso. Não vai haver outro pai para você. Independentemente do que ele fez... Ainda é seu pai.

-Eu não consigo pensar assim como você. O garoto respondeu amargo e sorriu de repente. -Vamos treinar?
   
- Tudo bem.  Assunto encerrado. Stacy retrucou enquanto ele dava dicas para ela sobre jogadas, mostrava a melhor forma de fazer passes e embora ela soubesse metade, se concentrou em aprender o pouco que não sabia. Depois de alguns exercícios, Gabriel desafiou Stacy á fazer um pequena partida com ele, os dois estavam no mesmo nível e mesmo ele insistindo que era melhor, ela estava ganhando por dois gols.

-Viu como eu te treinei bem? Ele brincou rindo baixo enquanto ela rolava os olhos correndo com a bola nos pés.
-Qual é Johnson, isso é talento natural. Ela respondeu enquanto os dois travavam uma batalha para ver quem ficaria com a bola e então a porta se abriu mas, nenhum dos dois tirou o foco da partida e por fim, Gabriel conseguiu marcar um gol.

-Partida particular? Jéssica falou com um sorriso no rosto enquanto o resto do time entrava, seguido pelo treinador Sanchez.

-Eu vou indo... Gabriel sussurrou se afastando dela enquanto o homem o segurava pelo ombro.

-Não gostaria de ficar? Ele disse curioso com um brilho no olhar, como alguém que descobre uma mina de ouro.

-Na verdade eu tenho que terminar o trabalho de história. O garoto falou se desvencilhando do homem e sumindo porta afora rapidamente. 

- Quer dizer que agora ele treina você? Jéssica brincou cutucando Stacy enquanto ela ria baixo.

-Cala a boca Jean. Ele só quer me ajudar a treinar. Stacy disse indo até a mochila e pegando uma garrafa de água.

-Para depois treinar com você na cama, dá para ver como ele te come com os olhos. A garota riu ao mesmo tempo que o treino começara, o treinador Sanchez estava bem mais relaxado e calmo também. Não houve tanto estresse mas, ainda assim ele deu bastante trabalho para as garotas.

       Guilherme e os outros estranhamente já tinham ido embora quando Stacy chegou ao estacionamento, ela suspirou caminhando para a saída no exato momento em que Gabriel a fechou com a moto.

-Carona? Ele perguntou com os olhos queimando em diversão e ela negou rapidamente.

-Eu moro aqui do lado. Nem precisa, mas obrigada.

- Parece que você tem medo de mim. Gabriel disse em tom brincalhão e acelerou, indo embora em seguida.

- Sem comentários. A garota retrucou fazendo seu caminho de volta para casa e pegou o celular do bolso esperando ver alguma mensagem justificando o sumiço dos amigos mas, não havia nada.
             
          Stacy abriu a porta de casa escutando as risadas da mãe enquanto conversava sobre algo com o pai.

-Ah eu adorava futebol americano. Eu poderia ter sido jogador se não tivesse escolhido o exército. Ela pôde ouvir o pai dizer e de repente a voz de James surgiu na cozinha, juntamente com a do pai.

Fighter: Uma Luta Pela VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora