Sejam Adultos e resolvam isso

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                                   James seguiu sentado na cadeira macia no meio do estúdio. Metade da equipe que mixaria as músicas já tinha ido embora, ele ficara ali encarando as paredes em silêncio junto com as várias demos gravadas em cima da mesa. O rapaz mexeu no computador e colocou a música que Guilherme compôs para tocar. O amor imenso que ele já tinha por sua pequena deixaria o coração de qualquer um aquecido. James inclinou a cabeça para trás e se mexeu na cadeira, fazendo as rodinhas se moverem de um lado para o outro. Tinha se sentido mal nos últimos meses e não sabia como colocar tudo aquilo para fora, embora Joyce parecesse feliz, ele sabia que algo dentro dela ainda chamava por Harry, e Harry... bom, ele tinha aderido à uma expressão triste nos últimos meses, como se não aguentasse mais ver os dois juntos.  

                                 Eles se amavam e não adiantava fechar os olhos para esse sentimento; como Joyce queria fazer. Já passava das duas da manhã quando James ouviu a música pela vigésima vez, ele se levantou desligando o aparelho e caminhou para o elevador. Iria ao hospital ver a garotinha de Julie, queria chegar mais perto dela. Alissa, como Julie lhe revelara em segredo depois do ultrassom. As ruas estavam abarrotadas de gente gargalhando e bebendo enquanto alguns músicos tocavam um rock de guitarras desafinadas em um barzinho ao lado. O rapaz olhou para aquelas pessoas e sorriu ao se lembrar que pouco tempo atrás, eles estavam em um daqueles palcos tomando tomates na cabeça, às vezes até coisas mais duras como garrafas de refrigerante. James seguiu caminhando e parou na entrada do hospital enquanto caminhava para o elevador, o celular vibrou em seu bolso e ele o pegou, checando a mensagem de Joyce rapidamente.

"Aonde está? Mande uma mensagem."

Precisava acabar com aquela situação. Ou tudo ficaria muito pior do que sua boa intenção podia imaginar. James conversou com uma garota do balcão e conseguiu autorização para ver Julie, que já estava no quarto. E acordada. Acrescentara a mulher.

- Com licença... Ele sussurrou esperando que a mulher estivesse sozinha, mas ela estava amamentando o bebê com um pai coruja babando ao lado.

- James! Julie exclamou sorrindo ao mesmo tempo que ele se aproximou e lhe beijou a testa.

- Se sente melhor? O rapaz questionou se sentando na poltrona ao lado enquanto Guilherme dava um pequeno aceno sem ainda tirar os olhos de Alissa. – Está escorrendo uma babinha... James retrucou apontando para o canto da boca e Guilherme lhe mostrou a língua em seguida.

- Só estou um pouco dolorida, mas está tudo bem agora. Ela sorriu fracamente afastando o bebê do peito e a recostou sob seu ombro. – Quer segurar?

- Posso? James perguntou olhando para Guilherme, que concordou calmamente, ele havia segurado a pequena várias vezes naquele dia. – Claro que quero... O rapaz sorriu se aproximando de Julie e segurou Alissa com cuidado, ela era tão frágil e pequena. James sentiu algo estranho no peito, uma emoção que ele não se lembrava de já ter sentido antes. – Ela é tão perfeita... Ele sussurrou sentindo sua voz travar na garganta e foi o sorriso de concordância de Guilherme.

- Eu disse. A paternidade é mágica. Julie falou rindo baixo quando a porta abriu, era Stacy, ela havia ido tomar café e prometera que não sairia dali até poder segurar Alissa.

- James? Ela chamou vendo a expressão embasbacada no rosto do homem, os olhos estavam cheios d'água e ele sorriu para a pequena como se fosse algo nunca visto antes.

- Você é muito linda, sabia? Ali linda do tio. James falou sorrindo enquanto a pequena lhe apertava o indicador com seus pequenos dedinhos.

- Uou. Que intimidade. Stacy retrucou se sentando do outro lado do quarto e percebeu quando ele levantou a vista, sorrindo para Stacy.

Fighter: Uma Luta Pela VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora