Karaokê?

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-Davies! A voz de Harry gritou enquanto Joyce batia furiosamente na porta, lhe fazendo ameaças sérias sobre o que ele tinha no meio das pernas.

-Prometo que vou acabar com você. A mulher grunhiu furiosa e James apenas seguiu encostado ali na porta com um sorriso malicioso.

-Quando tudo estiver resolvido... Voltamos a conversar. Preciso ir no mercado. Levem o tempo que precisarem... O rapaz falou se afastando com a chave no bolso da calça e partiu em seguida.

-Não acredito que ele fez isso. Joyce sussurrou irritada e parou de bater na porta quando percebeu que a sombra dele sumira da brecha da porta, ele realmente tinha saído e a deixado trancada com Harry.

                                     Os dois passaram boas horas em silêncio, embora fossem dois melhores amigos e companheiros de trabalho aquela situação deixara tudo muito estranho. E tanto Harry quanto Joyce sentiram aquela tensão no ar, nenhum dos dois queria dar o braço a torcer e fazer o que James dissera. A mulher passeou pelo apartamento evitando olhar para Harry, às vezes ela ia até a janela e ficava encarando o trânsito do centro da cidade enquanto o homem se levantava e sentava de novo, como se tivesse sido programado para fazer aquilo. Ele deu uma breve checada nos e-mails, nas mensagens, mas parecia que todos estavam compactuando com James em seu plano de trancá-los até que "se resolvessem."

-Sinto muito por isso. Harry disse se sentindo um tanto nervoso na presença daquela mulher que gostava mais que tudo, tentando quebrar todo aquele gelo e clima estranho. - Não entendo porque seu namorado fez isso.

-Ele não é mais meu namorado e acho que fez isso exatamente por nossa causa. Ela confessou se jogando no sofá de modo entediado. - Não tem outro jeito de sair daqui?

-A menos que queira pular vinte e cinco andares... Não. Ele falou divertidamente e recebeu uma carranca da mulher como resposta. - Joyce...

-Não acredito que isso está acontecendo. Joyce disse passando as mãos no rosto e o homem se aproximou dela, ajoelhando-se aos seus pés, tentando ver o rosto dela de modo mais claro.

-Acho que entendo o que James fez... E te peço perdão por ter sido tão idiota todos esses anos, eu devia ter ido atrás do que queria, e sempre foi você. Mas eu me senti tão errado... Não quero estragar o que vocês dois tem agora. Sei que James é alguém capaz de abrir mão do que ama pela felicidade de outra pessoa. Não deixe ele se sentir mal por não termos dado certo.

-A culpa não é dele. E ele não se sente mal... Ela confessou afastando as mãos do rosto, sentindo seu estômago se embolar em uma confusão maluca de sentimentos. Havia passado tantos anos ao lado dele, ajudando no bar, seguindo a banda como uma louca, agenciando os garotos agora, mas nunca havia parado um segundo sequer e ficado sozinha com ele, encarando-o de perto, sentindo aquela vontade maluca de agarrá-lo pelos cabelos e lhe tascar um belo de um beijo.

-Joyce... Eu... O homem suspirou procurando aquelas palavras que havia sufocado á tanto tempo, que se negara a dizer para aquela mulher que tanto amava. Harry fechou os olhos e respirou fundo antes de encarar Joyce profundamente, admirando o castanho de seus olhos e a curiosidade que havia se infiltrado neles naquele momento. - Eu te amo. Tem sido uma batalha contra mim mesmo esconder isso... Confesso que fiquei muito chateado quando finalmente percebi que tinha te perdido. Me embebedei como não fazia á anos e meu coração pesou dentro do meu peito, porque me senti um covarde, um incapaz que não consegue lutar pelo próprio amor. Me perdoe.

-Você deve ter percebido que sempre gostei de você. Ela respondeu vendo como os olhos dele se iluminaram escutando aquelas palavras. - Sempre deixei isso bem claro, mas parecia que eu não era adulta para você e então me contentei somente em estar ao seu lado... Me pareceu suficiente naquele momento. Eu tenho tentado preencher o vazio com outras pessoas, com outras situações, mas James me fez enxergar que realmente não posso fugir de algo que sempre quis e nunca tentei fazer ser meu. Joyce disse aquilo sentindo sua própria respiração ficar cada vez mais pesada. - Não sei se as coisas mudaram, mas eu quero muito que você me enxergue do jeito certo.

Fighter: Uma Luta Pela VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora