O tempero de Malee

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- Totalmente. Stacy sorriu concordando e as duas se despediram dos pais da garota enquanto iam para o quarto. Yumi elevou a cadeira de Stacy primeiro e subiu logo em seguida. Ambas estavam ansiosas para começar com tudo. – Eu deveria chamar meu pai?

- Tenho força nesses braços, Curtis, relaxa. A mulher riu baixo pegando a garota nos braços e ajustando-a na cama. – Vamos começar. Vou apenas te aquecer um pouco para o que vamos começar a fazer nos próximos dias. Estou pensando em levar você para a ala de terapia no hospital... poderíamos aproveitar a hidro e todo resto de aparelhos disponíveis.

- Qual o intuito se eu não vou sentir nada? A garota ergueu a sobrancelha enquanto Yumi movimentava as pernas da garota, fazendo com que sua perna dobrasse. – Não estou sendo irônica nem revoltada... Ela tentou se justificar vendo a mulher dar de ombros.

- Os exercícios servem para os seus músculos não atrofiarem. Se você aceitar a proposta do meu pai... Algumas técnicas e medicamentos vão ser administrados em você, para quem sabe... Reverter a paraplegia. Yumi explicou de modo profissional deixando Stacy em completo silêncio. Andar de novo seria ótimo, por que não?

- Qual a probabilidade de dar certo? A garota falou de repente, percebendo que Yumi estava massageando os tecidos da sua coxa. – Desculpa estar sendo chata...

- Você está curiosa. É diferente. Yumi sorriu fazendo seu trabalho. – Os testes começaram à uns três meses atrás. Uma pessoa teve leves avanços, ainda não anda... Mas consegue sentir as pernas.

- Eu vou pensar nisso... Stacy respondeu imaginando como seria se participasse dos testes, e se fosse mesmo possível? – Obrigada por tudo Yumi...

- Não agradeça, sei que faria tudo por James se fosse o caso... Ela sorriu escutando uma batida na porta.

- Oi gente. Julie sorriu colocando a cabeça na brecha da porta. – Fiquei sabendo das boas novas. Vim ver pessoalmente. A garota falou abrindo a porta e entrou no quarto com Alissa nos braços.

- Quem contou? Stacy ergueu o pescoço encarando a amiga e olhou para Yumi em seguida, que permanecia fazendo seu trabalho calmamente.

- Quem mais poderia? A mulher ergueu a sobrancelha olhando para Julie, que havia sentado na poltrona ao lado da cama de Stacy. – Aposto todas minhas fichas que foi o James.

- Bingo. Julie riu baixo com um sorriso torto no rosto.



- Precisa sair desse quarto, Johnson. Está querendo mofar? Ana ergueu a sobrancelha mantendo as mãos na cintura, como uma mãe mandona. – Você tem noção de que isso é um tratamento e não uma colônia de férias, certo?

- Deveria me expulsar se te incomoda tanto. O garoto falou sorrindo torto no canto do quarto. – Achei que meus pais pagassem essa merda. Acredito que tenho pelo menos o direito de ficar na minha.

- Você se fechar desse jeito não vai melhorar nada. Eu sei bem. A doutora confessou fechando a porta e se sentou ao lado do rapaz, que estava largado sob uma poltrona de couro amarelado.

- Como você pode saber de algo? Um diploma e anos na faculdade nunca te fariam entender o que está acontecendo comigo. Não tente me comover. O garoto cuspiu as palavras olhando para cima, como se tentasse escapar da presença da mulher.

- Quando eu estava na faculdade... Costumava beber mais do que estudar... Eu... Quase matei minha irmã afogada em uma festa. Não nos falamos muito hoje em dia, toda minha família me apontou como a ovelha perdida e eu vim parar aqui. Nesse mesmo quarto... A doutora disse sorrindo enquanto encarava as paredes que agora estavam pintadas de salmão. – Eu aprendi que se deprimir não ajuda...

Fighter: Uma Luta Pela VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora