Entre A Culpa E O Desejo

Preparando minha defesa.

   O dia hoje vai ser longo, combinei de conversar com o advogado hoje de manha, falta só um dia para o meu julgamento confesso que estou muito apreensiva pois agora não é só eu se eu for condenada vou acabar condenando o meu filho também. Meu deus meu pequeno nem tem culpa disso tudo tenho medo que ele pague. Nossa a manha de sábado está linda apesar de que não estou me concentrando em nada. Desperto dos meus pensamentos quando o André entra no meu quarto me dando um selinho.

- Bom dia baixinha.

- Bom dia quer dizer estou tentando achar alguma coisa boa hoje.

- Ei quer ficar deprimida, tenho certeza que o advogado já tem uma defesa excelente pra apresentar segunda diante do juiz.

- Assim espero André eu estou com muito medo de ser condenada antes era só eu agora tem o meu filho que está aqui dentro sem saber de nada.

- Ei vai dá tudo certo, você não vai ser condenada e não fica nervosa se não o nosso pequeno senti ta bom.

- Você está certo vamos tomar café para nos preparar pra receber o advogado.

- Vem.

Saímos e fomos tomar café hoje meu príncipe amanheceu com uma vontade enorme de comer pudim e parece que a empregada daqui de casa advinha meus pensamentos pois quando me sentei na mesa já vir aquele pudim maravilhoso me esperando, peguei uma fatia farta e comecei a devorar.

Assim que terminamos de tomar café, escutamos a campainha tocar a empregada abriu a porta e logo entram o advogado Smith e o Guilherme.

- Encaminhei todos para o escritório que temos em casa para podermos conversar a vontade.

O André ficou o tempo todo agarrado na minha mão me passando confiança. Peço para que todos se sente e faço um leve sinal com a cabeça para que o advogado comece a nos explicar como se baseou para arquitetar minha defesa.

- Bem senhora almeida, trabalhei a sua defesa em cima do fato de todas as suas testemunhas com base na vida do casal como era a vida de vocês antes do incêndio.

- E se a parte da acusação derrubar esse defesa.

- Não tem como conseguir quatro testemunhas com a sua melhor amiga temos cinco testemunhas.

- Sem contar que eu também investiguei a vida do tal Ricardo e achei uns fatos que tenho quase certeza que a senhora desconhece.

Percebo que o gui fica tenso de repente o que será que o advogado irá me revelar pela reação do Guilherme que ele já sabia do que o senhor Smith estava falando.

- E quais fatos foram esse.

- Primeiro que o Ricardo não era quem você me imaginava ser.

- Como assim.

- Ele nunca foi um morador de rua, nunca em momento algum ele morou na rua. Ele saiu de casa logo após o dia que ele te salvou.

- Eu não posso acreditar.

- Tenho provas disso senhora se quiser pode dá até uma olhada.

- Não precisa e o que isso irá ser útil para minha defesa.

- Simples uma pessoa que mente e na sua frente age completamente dissimulado então essa pessoa é capaz de tudo.

- No caso o senhor vai supor diante do juiz que ele pode muito bem ter forjado sua própria morte estou certa.

- Isso mesmo, mantendo o juiz em duvida sobre a índole dele o juiz tem como obrigação em termos de lei lhe absorver.

- Ok, mas eu vou ter que dá meu depoimento não é com riquezas de detalhes.

- Exatamente é muito importante que você narre os fatos com o máximo possível de detalhes até aqueles que você considera irrelevantes.

- Tudo bem vou tentar fazer isto.

- Podemos ir ensaiando o que acha, finja que eu sou juiz comece a falar tudo que você lembra daquela noite.

  -   Naquela dia todos estávamos comemorando na casa da paty e do Marcelopois tínhamos completado um ano que não vivíamos na rua passamos o dia todo lárodeados dos nossos amigos, quando anoiteceu decidimos que já estávamos na horade ir nos despedimos de todos e seguimos para nossa casa, quando chegamossentimos um cheiro estranho, mas a gente nem ligou pois tínhamos uns vizinhosque eram recém casados e muito jovens então sempre queimavam comida por issonão ligamos quando sentimos o cheiro diferente. Estávamos meios alegres porconta da bebida demos alguns beijos e caímos com tudo na cama. Eu me lembro quesenti alguém me sacudindo horas depois não despertei de imediato de iniciopensei está tendo um pesadelo, mas depois percebi que era o Ricardo desesperadotentando me acordar foi então que corremos desesperados pela casa os doisjuntos, daí quando chegou num determinado ponto ele me mandou ir na frente e mefez prometer que não iria voltar por nada e que ele estaria logo atrás de mim,mas não foi o que aconteceu pois ele não saiu e logo em seguida um dosbombeiros me informou que infelizmente ele estava morto que não tinha mas nadaa ser feito, eu precisei ser internada tive uma crise nervosa assim que recebia noticia fiquei uma semana internada no hospital e entrei numa profundadepressão cinco anos de tortura mas graças a minha melhor amiga a paty que écomo uma irmã pra mim foi com o apoio dele e a paciência dela que eu nãodesistir de viver ela não descansou até me ver curada só que desde do dia dessatragédia nunca mais tive paz na minha vida a família dele e principalmente sua irmã a Ariane começaram a me perseguir fazer da minha vida um inferno desde desse dia não sei o que é viver em paz ela me persegue em todo lugar sofri um acidente grave por conta dela que me humilhou na frente de todos só espero que eu consiga provar que sou inocente pois não aguente mas isso juro não tenho forças para continuar em meio a essa tortura.

- Fique tranquila eu vou conseguir provar a sua inocência e depois você poderá entrar com um processo contra a senhora Ariane por calunia e difamação.

- Tudo que eu quero é provar minha inocência depois que eu conseguir não quero nem se quer ouvir o nome da Ariane e do Ricardo é por causa deles que a minha vida virou um inferno sem fim.

- Claro vamos conseguir obrigada mas isso é tudo se me dão licença tenho que voltar para casa cuidar da minha filha.

- Claro senhor Smith eu que agradeço por tudo até segunda feira então.

- Até.

Ele fala e se retiraestou esgotada acendo meu celular e percebo que entramos de oito horas da manha naquele escritório e só saímos de meio dia nossa não aguento mas essa tortura não vejo a hora disto acabar.

O Guilherme ficou ainda pois queria conversar comigo. Permitir e o André nos deu licença completamente obrigado mas deu.

- Você já se consultou este mês estou preocupado com o nosso filho são tantas emoções que você está passando né.

- Muitas mas nem se preocupe tá vou próximo mês não se preocupe.

- Eu me preocupe sim pois trata-se do meu filho naty.

- Uma pequena correção é nosso filho Guilherme.

- Eu sei mas você também tem que pensar nele.

- Eu penso Guilherme agora se você me der licença preciso alimenta-lo.

- Claro tenha uma boa tarde.

- Obrigada para você também Guilherme.

Ele se despede de mim como sempre beija minha barriga e sai. Saio logo em seguida não estou com um pingo de fome mas se eu não comer minha mãe e o André tem um troço portanto decido beliscar um pouco a comida.

Como meu almoço em silencio e assim que termino me retiro para o meu quarto e o André faz o movimento de que vai me seguir mas o impeço e garanto que estou bem.

Me tranco no meu quarto não quero ninguém agora só quero ficar sozinha com meus próprios pensamentos minha cabeça está a mil com tudo isso fico imaginando o que mais falta ser revelado vivi anos com o Ricardo e nem se quer sabia com quem eu convivia.