dia horrível

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Tudo está tão perfeito que se melhorar estraga, minha felicidade estava completa eu estava comemorando a minha aliás minha só não ela também era do Ricardo meu marido a gente não era casados como manda o figurino, mas morávamos juntos desde que eu e ele tínhamos 13 anos. No começo não era bem um casamento era meio que um namoro bobo, a gente namorava na rua e um protegia o outro, até que a gente decidiu não desgrudar mas um do outro e hoje estamos aqui nessa felicidade surreal ao lado da minha melhor amiga paty que eu adoro e ele também já que a gente vive grudados. Estávamos todos em repleta harmonia mas tínhamos que ir pra casa e foi o que fizemos depois de nos despedimos de todos, naquela noite passamos um pouco do ponto em relação a bebida, não estávamos bêbados porém nem um pouco sóbrios. Chegamos em casa rindo e aos beijos, eu e ele estávamos no céu tudo que a gente planejou estava dando certo principalmente a parte de sair das ruas afinal já fazia um ano hoje que esse plano tinha se realizado, era por esse motivo que estávamos tão felizes.
- naty? Quem diria que estaríamos comemorando um ano que conseguimos sair da rua em meu amor?
- é né? Vem cá, me dá um beijo. Vamos comemorar do jeito que a gente mais gosta aos beijos vem.
Enquanto nos beijá vamos percebemos um cheiro estranho na casa mais a gente não ligou pensávamos que devia ser nossos vizinhos que sempre davam um jeito de transformar a comida em torresmo não importava o que estavam cozinhando, então decidimos ir dormir pois pega vamos no trabalho da padaria logo cedo.
De repente sinto que estou sendo chacoalhada, demorou um pouco pra acordar acho que devo está no meu de um pesadelo até eu me dá conta de que não era um pesadelo alguém realmente estava me sacudindo desesperadamente então abrir os olhos num sobressalto e vejo o Ricardo tentando me acordar aos gritos e o que me chamou atenção foi o que ele gritava enquanto tentava me tirar da cama.
- naty pelo amor de Deus, precisamos sair. A casa, precisamos agora. A casa está pegando fogo. vêm levanta é sério não estou brincando.
- o que? Que brincadeira é essa ric, volta a dormir e me deixa dormir também.
- eu não estou brincando, estou falando sério, a casa está pegando fogo de verdade temos que sair daqui e rápido vem logo vamos ficar preso aqui dentro se você não sair comigo agora vem logo!!
- meu Deus é verdade então vamos ric vamos sair daqui.
Isso realmente não podia está acontecendo como é que os dois depois de um dia maravilhoso, eu estava no meio daquele pesadelo correndo desesperada pra tentar sair da nossa casa que estava em chamas. O ric me colocou na frente e disse que eu tinha que correr e que ele estaria logo atrás de mim. Ele me fez prometer que mesmo que eu tivesse vontade de parar e voltar não fizesse só parasse de correr quando estivesse do lado de fora segura ele estaria atrás de mim e foi isso que fiz. Corri feito louca pro lado de fora e fiquei esperando ele passar pela porta pois a casa já estava completamente dominada pelo fogo, me bateu um desespero quando percebi que os minutos passava e ele não saia. Tentei entrar novamente mas não sei como dois vizinhos já estavam me segurando e pedindo pra mim ficar calma pois os bombeiros iam trazer ele vivo.
Pra mim passou uma eternidade até que um bombeiro veio em minha direção e por mais que eu tentasse ficar calma e dizer pra mim mesmo que ele ia dizer que o Ricardo estava bem ele tinha que está, por que se não ela nunca se perdoaria por ter falhado na hora de salvar a vida dele.
- você é a mulher dele?
- sim, ele está bem não está?
- eu sinto muito quando chegamos não podíamos fazer mais nada, sinto muito meus sentimentos.
- não você não pode estar falando a verdade é mentira ele está vivo tenho certeza ele está vivo me solta, me larga ele tem que está bem eu não acredito no que o senhor está me dizendo.
Eu gritava desesperadamente não aquele bombeiro estava errado, todos estavam enganados o ric ia me acordar daqui a pouco e falar que tudo não passava de mais uns dos meus pesadelos e ia me falar que estava tudo bem e me abraçar como ele sempre fazia. Mas quanto mais passavam os minutos eu começava a me dá conta de que ninguém estava mentindo e que eu não estava num pesadelo como eu queria está ai sim eu entrei em desespero, comecei a gritar para que me largar-se eu queria morrer junto com ele, mas ninguém me escutava todos pediam pra mim ficar calma, mas ninguém entendia que eu não podia ficar calma, tinha acabado de perder a pessoa que eu mais amei na vida, o meu porto seguro como ficar calma no meio de uma loucura dessas.
De repente uma voz calma tentou falar comigo e daí eu si me lembro de ter acordado num hospital e infelizmente para o meu desespero novamente acabei naquela vontade louca de morrer junto com o ric. A paty estava ao meu lado quando acordei sento uma sensação boa por vê-lá mas eu estava totalmente sem chão ela fazia me lembrar muito mas do Ricardo do que queria lembrar.
- que bom que você acordou naty, você quase mata sua melhor amiga de susto sabia?
- do que adianta paty o ric ta morto por minha culpa, minha só minha eu matei o único homem que eu amei era pra mim ter morrido não ele.
- não fala isso, eu te proíbo foi um acidente, você não teve culpa entendeu você não é culpada tira isso da sua cabeça escutou, você vai tirar essa ideia da cabeça num vai, me promete naty, por favor me promete?
- desculpa eu não posso te prometer nada a culpa é minha por favor digo eu, não tenta amenizar minha culpa eu preferia ter morrido.
A paty saiu furiosa de dentro do quarto e eu não podia cupa-lá por se sentir assim, mas eu estava destruída não tinha condições nem de parar um minuto de chorar. Mas quando eu pensei que a paty tinha desistido ela voltou pro quarto com um médico do lado dela e falando que com certeza ou deveria ter batido com a cabeça pois desde que abrir não parava de repetir que tinha sido minha culpa quando na verdade os bombeiros já tinha provado que foi um acidente. O médico veio para mais perto de mim e começou a fazer algumas perguntas respondi todas sem dar a mínima para o que ele estava falando depois de alguns minutos ele viu que realmente se continua-se a li não ia conseguir nada e saiu foi ai que começou a minha primeira seção com o psicólogo mas não fui com a cara dele na verdade só queria sair do hospital para ir até o cemitério já que fizeram o favor de me dopar justo no dia do enterro do ric e também já estava cheia de tantas perguntas idiotas e daquele psicólogo que não me ajudava em nada simplesmente queria sumir e ninguém me entendia.
Quando finalmente tive alta foi um alívio claro que tive que convencer a minha amiga pra me levar até o cemitério claro que fiz uma cara meio boba pra que ela me levasse mas tenho certeza que ela se arrependeu no minuto que me viu chorar e chorar sem parar ela me levou pra casa dela mas eu não conseguia parar de chorar então ela ligou pro meu médico e ele pediu para ela me dá um calmante.
E assim foi a minha vida durante esses cincos anos e tenho certeza que vou continuar assim por muito tempo doutora Priscila afinal é uma perda de tempo tentar me concertar eu definitivamente não tenho concerto só estou aqui porque a Patricia me arrastou e se eu não viesse tentar de novo com outra terapeuta ela ia me internar num hospício então preferir a primeira opção claro era tentar novamente essas malditas seções que nunca me levam a lugar nenhum como sempre mas a patrícia não se convence disso então espero que a senhora perceba e possa dizer a ela que eu sou um caso perdido.
- e quem disse a você que é um caso perdido? Você é uma mulher linda tem apenas 25 anos e porque não tentar sair desse mundo de dor e angustia em você se colocou nele já faz cinco anos, desculpas se vou parecer grosseira mas me responde esses cinco anos você se culpou OK mas você não percebe que ele morreu e você está viva do que adianta você se jogar nessa depressão se não vai trazer ele de volta, tente seguir em frente a começar por hoje que tal se eu te propor um coisa você topa?
- depende dr priscila você já me deu seu sermão então se você não se importa não estou afim de escutar nem falar mais nada.
- mas eu vou falar mesmo assim, escuta porque você não retorna a sua faculdade ou você pode até fazer algum curso se não se sentir que está preparada ainda para a faculdade escolha um curso alternativo como por exemplo um cursinho de inglês , ou até mesmo um curso de desenho pense nessa proposta quem sabe você não decide escolher um em bem nosso tempo acabou até amanha Natalie.
- não sei se vou voltar amanhã então não me espere tchau.
Quando sair a paty estava me esperando do lado de fora olhei pra ela com a maior cara de brava como se ela levasse isso a sério e apesar de está irritada com ela pela primeira vez depois de cinco anos não conseguir me segurar e acabei acompanhando a gargalhada com a paty eu parei por um instante e percebi que talvez eu seria obrigada a concordar com a doutora Priscila parece realmente que no fundo eu não sou caso perdido ainda.

Entre A Culpa E O DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora